O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que participa da sessão de hoje
(16) do Supremo Tribunal Federal (STF) que vai decidir sobre o rito do processo
de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, destacou o direito da
defesa da presidenta e defendeu voto aberto para a escolha dos integrantes da
comissão no Congresso que irá analisar o caso.
“Não se exige
resposta preliminar do presidente da República antes da admissibilidade da
denúncia por parte do presidente da Câmara dos Deputados. A ampla defesa é
garantida efetivamente nas fases anteriores”, disse Janot.
Sobre a
indicação dos componentes da comissão especial que irá analisar o processo,
Janot disse que deve ser feita pelos representantes dos blocos assegurando a
participação de todos os partidos e não admitindo candidatura avulsa. Janot
também defendeu o voto aberto.
“Por força dos
princípios republicanos da publicidade e da democracia participativa não cabem
votações secretas no processamento do presidente da República por eventual
crime de responsabilidade. Para a garantia do princípio de ampla defesa a
manifestação do presidente da República nesse processo deve ocorrer em último
lugar em todas as suas fases”.
O
procurador-geral terminou sua fala argumentando que compete ao Senado instaurar
o processo. “Compete ao Senado da República instaurar o processo por crime de
responsabilidade imputado ao presidente da República. Constituição Federal,
Artigo 52, Inciso 1º, por maioria simples dos membros do Senado”, disse.
O STF iniciou
hoje (16) sessão para julgar a validade da Lei 1.079/50, que regulamentou as
normas de processo e julgamento do impeachment, e alguns artigos do
Regimento Interno da Câmara dos Deputados. As normas foram adotadas pelo
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para dar andamento às etapas
inciais do processo, que foi suspenso pelo ministro do STF Edson Fachin, relator
da ação que trata do assunto, a pedido do PCdoB, até decisão de hoje do
plenário.
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