Ao se
manifestar sobre a aceitação do pedido de impeachment anunciado hoje
pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a presidenta Dilma Rousseff
disse há pouco, em pronunciamento no Palácio do Planalto, que recebeu a notícia
com indignação, relembrando que seu mandato é exercido com base em escolha
democrática pelo povo.
Segundo a
presidenta, são “inconsequentes e inconsistentes” as ações contra ela. “Não
paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo
conta no exterior. Nunca coagi e nem tentei coagir instituições em busca de
satisfazer os meus interesses”, afirmou.
Ela rechaçou a
possibilidade levantada pela imprensa de que poderia haver uma negociação por
votos de membros da base governista no Conselho de Ética da Câmara dos
Deputados, em favor da abertura de processo de cassação do presidente da
Câmara, em troca do arquivamento dos pedidos de impeachment. "Eu jamais
aceitaria ou concordaria com quaisquer tipos de barganha, muito menos aquelas
que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas do meu
país, bloqueiam a Justiça ou ofendam os princípios morais e éticos que devem
governar a vida pública."
Em um discurso
breve no Palácio do Planalto, na presença de vários ministros, Dilma pediu
tranquilidade e confiança nas instituições públicas. "Não podemos deixar
as conveniências e os interesses indefensáveis abalarem a democracia e a
estabilidade de nosso país. Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas
instituições e no Estado Democrático de Direito.
Por volta das
20h30, acompanhada de 11 ministros de seu governo, a presidenta entrou no Salão
Leste do Palácio do Planalto, onde os jornalistas a aguardavam. Os ministros
permaneceram ao lado de Dilma e não fizeram proncunciamento. Estavam com ela
Jaques Wagner, da Casa Civil; Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo; José
Eduardo Cardozo, da Justiça; Gilberto Kassab, das Cidades; Gilberto Occhi, da Integração
Nacional; Aldo Rebelo, da Defesa; Armando Monteiro Neto, do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior; Henrique Eduardo Alves, do Turismo; André
Figueiredo, das Comunicações; Celso Pansera, da Ciência, Tecnologia e
Inovação; além do Advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams.
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