
A direção da
Petrobras se comprometeu hoje (6) em substituir a equipe de contingência que
está confinada desde domingo (1º) na refinaria Replan, em Paulínia. O
grupo - formado por gerentes, coordenadores e engenheiros - que não aderiu à
greve, foi convocado pela empresa para manter o funcionamento da unidade, que
opera sem interrupção.
Em audiência
de conciliação, que durou cerca de quatro horas, realizada no Ministério
Público do Trabalho (MPT) de Campinas, a empresa informou que a equipe tem
trabalhado em revezamento, com turnos de 8 ou 10 horas. Esses trabalhadores não
podem deixar a unidade no momento de descanso, já que foi montado um alojamento
com dormitórios, refeitório, vestiário, armários e chuveiros. Segundo a
Petrobras, todos os funcionários estão lá por espontânea vontade.
“É uma
situação fora do normal, a refinaria não pode parar de operar.
Independentemente do fato, o Ministério Publico não pode concordar com isso”,
declarou o procurador do Trabalho Aparício Querino Salomão. Ao final da
audiência, o MPT encaminhou pedido de inquérito para apurar as condições de
trabalho na refinaria. Na próxima segunda-feira, a Petrobras deverá enviar
documento ao MPT esclarecendo quantos empregados ficaram confinados e quantos
foram substituídos.
A
reivindicação do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo,
durante a audiência, foi participar da convocação da nova equipe de
contingência, pedido que foi negado pela empresa.
“A gente
queria compor essa equipe tanto por questões de segurança, pois será formada
por operadores, quanto porque a gente gostaria de baixar a carga produtiva da
unidade. A ideia é fazer alguma restrição ou na produção ou na venda. Não faz
sentido operar com 100%, afinal estamos em greve”, disse William Formigari,
diretor do sindicato.
Operação
normal
Liminar
emitida pela 2a Vara do Trabalho de Paulínia determinou que o sindicato
seja impedido de bloquear a entrada de funcionários que não aderiram à greve. A
multa em caso de descumprimento é R$ 50 mil para cada trabalhador impedido. Com
isso, hoje pela manhã, o movimento de caminhões e trabalhadores terceirizados
era normal na Replan.
O sindicato
reconhece que a refinaria está operando com a sua capacidade total, apesar da
adesão de 90% dos petroleiros e de 60% dos empregados do setor administrativo.
Porém, o sindicato informou que a equipe de contingência atual (de gerentes,
coordenadores e engenheiros) não tem conhecimentos específicos para operar os
equipamentos. “E quanto mais vai passando o tempo, maior o risco de acidentes
porque eles estão cansados. Há pouca pessoas, que dormem em condições ruins, em
colchonetes”, disse o diretor do sindicato.
“A partir do
momento em que o gerente geral aceita trabalhar com o efetivo menor e não
qualificado, ele está assumindo o risco, não só para os trabalhadores e para a
refinaria, como para a cidade ao redor. Qualquer possível acidente
pode ter maiores repercussões”, criticou William. O MPT informou que
o inquérito também deve analisar essa questão da segurança, levantada pelos
sindicalistas.
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