Em depoimento
à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, o presidente da Lácteos
Brasil (LBR), Nelson Sampaio Bastos, disse hoje (29) não ter nenhuma informação
sobre influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos aportes feitos
pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social à empresa, que
comanda desde 2013. A Lácteos Brasil recebeu aporte do BNDES e entrou em
recuperação judicial. Bastos era sócio de uma das empresas que deram origem à
LBR.
“Nunca ouvi
falar. Estou garantindo que, no melhor do meu conhecimento, este fato não
ocorreu dentro da LBR”, disse. Bastos acrescentou que, desde que assumiu a
presidência da empresa, não foi firmado empréstimos com órgãos públicos.
Durante a
formação da LBR, o BNDES concedeu financiamento de R$ 250 milhões por meio da
emissão de debêntures (título de dívida, de médio e longo prazo, que torna o
comprador um credor da empresa). Depois da fusão, o banco se tornou acionista
da LBR, aportando um total de R$ 450 milhões, totalizando participação de R$
700 milhões no negócio. A empresa entrou em recuperação judicial no ano
seguinte.
Para
parlamentares da CPI, a LBR foi mais um investimento do banco no setor de
lácteos, resultante “de falhas de diagnóstico” do BNDES.
Nelson Bastos
rebateu as declarações e disse que a LBR não “quebrou”. Segundo ele, o processo
de recuperação judicial é uma fase anterior à falência. “Tudo indica que não
vai falir. A LBR vai sobreviver como empresa muito menor, assegurando que
produtores de leite continuem e empregados sejam mantidos com novos compradores
das plantas vendidas pela empresa”.
A CPI do BNDES
investiga se ocorreram irregularidades nas operações de crédito firmadas pelo
banco entre 2003 e 2015.
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