A estimativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio é que o saldo da balança comercial encerre o ano positivo em até US$ 15 bilhões, informou hoje (1°) o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação da pasta, Herlon Brandão. Na avaliação dele, a previsão é “realista”. De janeiro a setembro, a balança acumula superávit de US$ 10,246 bilhões.
O saldo positivo acumulado deve-se, principalmente, à queda do déficit na conta-petróleo em relação a 2014. A diferença entre as exportações e importações brasileiras de petróleo e derivados estava negativa em US$ 12,884 bilhões de janeiro a setembro do ano passado. No mesmo período deste ano, o déficit caiu para US$ 3,555 bilhões, o que significa redução de US$ 9,329 bilhões.
Segundo Herlon Brandão, a melhora da conta-petróleo decorre da redução no volume financeiro tanto das importações quanto das exportações do produto e seus derivados, em função da queda de preços no mercado externo. Ele destacou, no entanto, que o Brasil conseguiu aumentar a quantidade exportada do produto. A quantidade de petróleo bruto exportada pelo Brasil cresceu 51,8% de janeiro a setembro na comparação com igual período de 2014. Já os preços tiveram queda de 49,1% no mesmo período.
“Tem crescido de forma bastante significativa a produção de petróleo. Só neste ano, foram exportadas sete plataformas. Entraram em operação nove plataformas em 2013, em 2014 entraram outras”, afirmou o diretor de Estatística e Apoio à Exportação. Segundo Brandão, a retração da economia e o dólar em alta também têm reflexos nos resultados da balança este ano. Ele atribuiu a queda de 13,2% na quantidade importada de janeiro a setembro à redução da demanda interna.
Com relação ao dólar, Herlon Brandão destacou que há influência, mas que ainda é cedo para uma análise. “Cada setor reage de uma maneira. É um período de tempo muito curto para que se faça uma análise mais científica”, afirmou.
O diretor fez as declarações em entrevista para comentar os resultados da balança comercial em setembro. No mês passado, a diferença entre exportações e importações ficou positiva em US$ 2,944 bilhões, melhor resultado para setembro desde 2011.
Os resultados comerciais do Brasil estariam melhores este ano não fosse o fenômeno de queda de preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional). As quantidades exportadas pelo país de soja em grão, minério de ferro e carne de frango aumentaram, respectivamente 11,6%, 6,7% e 7% de janeiro a setembro deste ano em relação a igual período de 2014. No entanto, os preços desses produtos recuaram 24,2%, 50,2% e 13% no mesmo período de comparação.
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