
O chefe do
Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, disse hoje (29) que
a redução do deficit do setor público em relação a 2014 deveu-se à diminuição
nas despesas, principalmente com investimentos. Segundo dados do BC, o deficit
primário em setembro deste ano foi R$ 7,318 bilhões ante R$ 25,49 bilhões no
mesmo mês do ano passado.
No acumulado
do ano, o resultado negativo foi R$ 8,4 bilhões ante R$ 15,286 bilhões no mesmo
período de 2014. "Em relação ao ano passado, houve redução significativa
do deficit porque o volume de despesas esse ano foi substancialmente
inferior", informou Maciel, ao comentar os resultados.
De acordo com
Maciel, os estados e municípios, cujas contas estão superavitárias em R$ 16,367
bilhões de janeiro a setembro, fizeram muitas contratações em 2013 e 2014.
"No ano passado, como em 2013, observou-se muitas contratações nos
governos estaduais. Este ano, o ritmo diminuiu". Segundo ele, o aumento
das tarifas de energia elétrica e combustíveis também contribuiu para o aumento
de receitas.
No caso do
Governo Central, que engloba governo federal, Banco Central e Previdência
Social, as contas estão deficitárias em R$ 21,7 bilhões de janeiro a setembro
puxadas principalmente pela Previdência. O Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) tem deficit fiscal primário de R$ 54,2 bilhões de janeiro a setembro
deste ano. Já o governo federal apresenta superávit de R$ 33,125 bilhões e o
BC, deficit no valor de R$ 595 milhões.
Mesmo com a
redução do deficit, o chefe do Departamento Econômico do BC disse que é
importante buscar o reequilíbrio fiscal, inclusive para recuperar credibilidade
nas agências internacionais de classificação de risco. "A dívida [pública]
vem crescendo exatamente pelos resultados deficitários dos últimos meses. Essa
trajetória tem que ser considerada, buscar um equilíbrio para que alcancemos a estabilidade
dessa evolução", declarou.
Em setembro, a
dívida líquida do setor público (endividamento líquido do setor público e do
Banco Central junto ao sistema financeiro, setor e privado e ao resto do
mundo), ficou em R$ 1,906 trilhão, ou 33,2% do Produto Interno Bruto
(PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um país). Houve queda em relação a
agosto, quando a dívida havia alcançado R$ 1,929 trilhão, ou 34,2% do PIB.
De acordo com
Maciel, o efeito câmbio contribuiu para a queda. "Somos credores em moeda
estrangeira e isso contribui para a trajetória da dívida líquida",
explicou. A dívida bruta (total das dívidas de todos os entes públicos), no
entanto, passou de R$ 3,743 trilhões em agosto para R$ 3,789 trilhões em
setembro, ou de 65,5% para 66% do PIB.
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