O
advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, entregou hoje (5), no Tribunal de
Contas da União (TCU), o pedido de arguição de suspeição do relator das contas
de 2014 do governo federal, ministro Augusto Nardes. Adams chegou por volta das
18h para entregar o pedido ao presidente do tribunal, ministro Aroldo Cedraz. A
análise das contas do governo está marcada para a próxima quarta-feira (7).
Ontem
(4), Adams criticou Nardes por, supostamente, ter revelado seu voto à imprensa
indicando a rejeição das contas de 2014 do governo federal. Em entrevista
coletiva, ao lado dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do
Planejamento, Nelson Barbosa, Adams informou que pediria a suspeição de Nardes
no processo. Um pedido de suspeição, se aceito, significa o afastamento do
relator do processo, sob a alegação de que ele não agiria de forma imparcial.
“A
Lei Orgânica da Magistratura diz que é vedado ao magistrado manifestar, por
qualquer meio de comunicação, opinião sobre o processo pendente. Ele [Nardes]
não só fala do processo como também antecipa o que vai fazer. Essa prática
reiterada constrange o restante do tribunal em busca de apoio. Deixa de ser
magistrado e vira político. Este processo está eivado de politização”, afirmou
o advogado da União.
Horas
depois, Augusto Nardes manifestou-se em nota publicada no site do
TCU. O ministro negou ter divulgado seu voto à imprensa e repudiou as
declarações de Adams.
“[Nardes] esclarece, em relação à sessão prevista para 7 de outubro, que não antecipou sua opinião final acerca da apreciação dessas contas. Apenas disponibilizou, na quinta-feira passada, minuta de relatório e do parecer prévio aos demais ministros, uma vez que o Regimento Interno do TCU exige que a distribuição dessas peças aos seus pares se faça em até cinco dias antes da data da sessão”, diz a nota do tribunal.
Existem
algumas hipóteses sobre o caminho do pedido da AGU. Uma delas é que Cedraz
sorteie um relator para analisar o pedido, outra é que a questão seja levada
para a própria sessão de apreciação das contas, como uma preliminar. Há ainda a
possibilidade de o presidente do tribunal enviar o pedido para o ministro
Nardes se manifestar a respeito.
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