Após reunião
no Palácio do Planalto, líderes da base aliada na Câmara dos Deputados
manifestaram preocupação com a sessão do Congresso Nacional, marcada para
apreciar vetos presidenciais nesta terça-feira (22). Eles não descartaram a
possibilidade de adiar novamente a votação, caso o governo corra o risco de
perder a votação.
Parte dos
vetos da presidenta Dilma Rousseff se refere a projetos que aumentam as contas
públicas. De acordo com o líder do PSC na Câmara, Sílvio Costa (PE), se houver
quórum, o governo correrá o "sério risco" de os vetos serem
derrubados pelos deputados e senadores.
“Pessoalmente,
acho que a gente tem de trabalhar para não dar quórum amanhã, para ganhar mais
uma semana e poder fazer uma espécie de conversa pessoal com cada parlamentar”,
afirmou.
Segundo Sílvio
Costa, o primeiro “efeito colateral” de uma votação sem a certeza da manutenção
dos vetos será uma decisão negativa sobre a economia brasileira pelas agências
de classificação de risco internacionais.
“Se der
quórum, a gente corre um risco sério de começar uma espécie de Grécia aqui no
Brasil. Os deputados federais têm de ter a seguinte compreensão: não é hora da
rinha política. A hora é de pensar no presente e no futuro do país. Quem quer
derrubar o veto está fazendo demagogia, está fazendo a fala fácil”, disse.
Para o líder
do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), cabe aos presidentes das duas
casas decidir sobre a data da votação.
“O melhor
caminho é mantermos o veto. Qual o caminho? Se é termos sessão ou não,
evidentemente não nos cabe. Cabe a nós, líderes da base, arrumar votos,
mostrando os dados, o impacto que cada veto constitui, o que ele pode
repercutir na economia brasileira, e arrumarmos votos, amanhã, depois ou na
próxima semana, para trabalharmos a manutenção deles”, acrescentou Guimarães.
Durante a reunião,
que contou com a presença de líderes de 11 partidos da base, o ministro das
Comunicações, Ricardo Berzoini, mostrou uma tabela com cálculos do governo sobre os impactos
que a derrubada dos vetos traria às contas públicas: R$ 127,8 bilhões em pouco
mais de quatro anos.
De acordo com
José Guimarães, os líderes saíram do encontro convencidos de que será
necessária uma “força-tarefa” para convencer os parlamentares da
“inoportunidade” de derrubar os vetos e não aprovar “nada que cause um
descalabro”.
“A presidenta
Dilma tem tanta responsabilidade com o equilíbrio fiscal do país que alguns dos
vetos até poderiam não interferir de imediato, mas o impacto futuro é muito
grande. Ninguém quer tocar fogo na economia brasileira”, concluiu o líder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi