Um eventual reajuste da
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), tributo cobrado sobre
os combustíveis, é impossível neste momento, disse o ministro da Fazenda,
Joaquim Levy. Apesar de se mostrar favorável à ideia de um aumento da contribuição
sobre a gasolina para desenvolver o setor sucroalcooleiro, ele ressaltou que a
medida precisa de um ambiente favorável para ser aplicada.
O ministro expressou
sua opinião durante encontro com o deputado federal Sérgio de Souza (PMDB-PR),
presidente da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético,
ontem (15) à tarde. Somente no fim da noite, a assessoria de imprensa da
Fazenda confirmou as declarações.
Na reunião, o deputado
apresentou a sugestão do setor de que a Cide da gasolina seja reajustada de R$
0,10 para R$ 0,60 por litro para estimular o setor sucroalcooleiro. Mesmo com o
aumento da gasolina no início do ano, o litro do etanol continua a custar mais
do que 70% do litro da gasolina na maioria dos estados. Somente abaixo desse
valor, o abastecimento com etanol é recomendado.
Segundo o Ministério da
Fazenda, Levy disse que “vê com bons olhos” a elevação da Cide, mas deixou
claro que a ideia é “impossível no atual ambiente econômico”. O ministro
informou que um eventual aumento da Cide estimularia o setor sucroalcooleiro,
mas que precisa de um ambiente bem mais favorável para ser posto em prática.
De acordo com a pasta,
Levy explicou ao deputado que, primeiramente, é necessário que as medidas de
“distensão fiscal” anunciadas recentemente surtam efeito. Somente então, a Cide
poderia ser reajustada de forma a minimizar o impacto sobre a inflação.
O encontro com o
presidente da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético não
foi divulgado na agenda oficial de Levy. Ao sair do Ministério da Fazenda, o
deputado Sérgio de Souza disse que o ministro lhe informou que o governo
estuda, há algum tempo, a proposta de elevação da Cide. Pelas estimativas do
parlamentar, o reajuste do tributo resultaria em uma arrecadação extra de R$ 15
bilhões por ano, dos quais R$ 10 bilhões ficariam com o governo federal e R$ 5
bilhões com os estados.
Wellton Máximo – da Agência Brasil
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