O ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou hoje (1º) que a Polícia Federal abra
inquérito para apurar as declarações do advogado Matheus Sathler, que em vídeo
divulgado pela internet no dia 25 de agosto, disse que, caso a presidenta da
República, Dilma Rousseff, não deixe o cargo, irá “arrancar sua cabeça”.
Tucano Matheus Sathler ameaça
Dilma
“Assuma seu
papel, tenha humildade para sair do nosso país, porque, caso contrário, o
sangue vai rolar, e não de inocentes. […] Com a foice e com o martelo, vamos
arrancar sua cabeça e pregar, e fazer um memorial para você”, diz Sathler no vídeo.
Ele pede ainda para que Dilma deixe o cargo antes do feriado da Independência,
porque, caso contrário, irá tirá-la do poder. Ele ainda sugere que a petista
“se suicide”.
“Dilma
Rousseff, renuncie, fuja do Brasil ou se suicide até o dia 6 de setembro. Caso
contrário, dia 7 de setembro não vamos pacificamente para as ruas. Vamos
juntamente com [sic] as forças armadas populares do Brasil defender o povo
brasileiro e te tirar do poder.”
De acordo com
a nota do ministério, a determinação de Cardozo foi encaminhada para o
diretor-geral da PF. “O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou a
abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar as ameaças proferidas
contra a presidenta Dilma Rousseff pelo advogado Matheus Sathler Garcia […] A
decisão do ministro foi encaminhada ao diretor-geral da Polícia Federal. As
medidas legais serão aplicadas ao caso para que, realizada a investigação
policial, possam ser tomadas as sanções penais cabíveis”, diz um trecho da
nota.
Sathler é
filiado ao PSDB desde 2011 e foi candidato a deputado federal pelo Distrito
Federal nas eleições de 2014, mas não conseguiu se eleger. Durante a campanha,
o partido determinou que ele retirasse do ar um vídeo com a proposta de criação
de cartilhas “para ensinar meninos a gostar somente de mulheres” e o advertiu
verbalmente. Ele continua filiado ao PSDB.
Procurado pela Agência
Brasil, Sathler não atendeu as ligações. Líder da oposição na Câmara e
vice-presidente da Executiva Nacional do PSDB, o deputado Bruno Araújo
(PSDB-PE) pediu hoje abertura de processo disciplinar no Conselho de Ética do
partido contra Sathler.
Em nota, Bruno
Araújo afirmou que o PSDB "prega a ética, a decência e a dignidade na
condução de todas as questões políticas e não admite qualquer atitude
antidemocrática ou de violência”. O deputado também defendeu a expulsão de
Sathler do partido.
Presidente do
PSDB/DF, o deputado federal Izalci Lucas informou que a manifestação de Sathler
não reflete a posição do partido. Acrescentou que o advogado deve ser mesmo
alvo de processo no Conselho de Ética. “Recebi reclamação de vários filiados.
Vamos receber a notificação e levá-la ao conselho. O objetivo dele é polemizar
e aparecer. O PSDB nunca faria dessa forma.”
O presidente
do partido no DF também considerou importante a abertura de inquérito na PF e
afirmou que o país não pode “virar essa guerra”, referindo-se a conflitos entre
pessoas favoráveis e contrárias à presidenta Dilma e ao PT. “Toda manifestação
radical merece uma investigação, porque não podemos apoiar qualquer iniciativa
radical. Devemos punir os exageros. O país não pode virar essa guerra”,
concluiu Izalci.
Via Agência
Brasil
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