O crash do
mercado de ações na China, que ontem desencadeou uma onde de pânico global
(leia mais aqui), prosseguiu nesta terça-feira. O índice Hang Seng, que mede o comportamento
das ações chinesas, caiu 7,63%, depois de ter afundado 8,5% na véspera. No
Japão, o tombo do índice Nikkei foi de 3,93%.
Tais quedas
prenunciam mais um dia de fortes perdas para os investidores na
BM&FBovespa. Isso porque o estouro da bolha chinesa atinge fortemente os
preços das commodities exportadas pelo Brasil, como o minério de ferro, o que
afeta a Vale, e também o petróleo, o que atinge a Petrobras. Ontem, não por
acaso, Vale e Petrobras estiveram entre as ações mais penalizadas no Brasil.
Ontem, em
entrevista, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou rumores de sua saída do
cargo e disse que o Brasil, com mais de US$ 350 bilhões em reservas
internacionais, está preparado para enfrentar choques externos. “A gente está
preparado e sabe que pode haver essa volatilidade, mas a gente não deve
confundir a volatilidade com um problema permanente da nossa economia. Estamos
ajustando a economia para uma nova realidade”, afirmou.
Também em
entrevista coletiva, a presidente Dilma Rousseff afirmou que um dos seus erros
foi não dimensionar o tamanho da crise externa, assim como suas repercussões no
Brasil. “Vocês sempre me perguntam: em que você errou? Eu fico pensando. Em ter
demorado tanto para perceber que a situação podia ser mais grave do que imaginávamos.
E, portanto, talvez nós tivéssemos de ter começado a fazer uma inflexão antes”,
disse. “Talvez porque não tinha indício de uma coisa dessa envergadura. A gente
vê pelos dados. Nós levamos muito susto. Nós não imaginávamos. Primeiro que
teria uma queda da arrecadação tão profunda. Ninguém imaginava”.
XANGAI
(Reuters) – As ações chinesas desabaram novamente nesta terça-feira, apesar da
recuperação de outros mercados asiáticos, com investidores desesperados com a
falta de medidas de Pequim em reação a dados recentes sugerindo que a
desaceleração da segunda maior economia do mundo está se aprofundando.
Os dois
principais índices acionários chineses despencaram mais de 7 por cento nesta
terça-feira, atingindo o menor patamar desde dezembro, após o tombo de mais de
8 por cento na segunda-feira, que reverberou ao longo dos mercados financeiros
globais.
A China, um
dos mais importantes motores da economia global, superou a Grécia no topo da
lista de preocupações que acometem investidores globais, que temem que a
economia esteja crescendo em ritmo muito mais lento do que a meta oficial de 7
por cento para 2015.
Mas, ao
contrário de julho, quando Pequim injetou bilhões de dólares no mercado em uma
operação de resgate sem precedentes, autoridades têm amplamente dado de ombros
durante a última rodada de turbulência, que começou na semana passada.
“Investidores
globais estão canibalizando uns aos outros. Chamar isso de um desastre no
mercado não é exagerado”, disse o analista Zhou Lin, da Huatai Securities. “O
pânico está dominando o mercado… E não vejo sinais de intervenção significativa
do governo”.
O índice
CSI300 das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen caiu 7,1 por cento
para 3.042 pontos, enquanto o índice de Xangai fechou com perda de 7,6 por
cento a 2.965 pontos.
Destacando o
pânico que envolve investidores de varejo, que dominam as bolsas da China, os
contratos futuros do índice caíram pelo limite diário de 10 por cento pelo
segundo dia seguido, apontando dias mais sombrios à frente.
(Por Samuel
Shen e Pete Sweeney)
Banco
Central chinês corta juros
PEQUIM
(Reuters) – O banco central da China reduziu as taxas de juros e, ao mesmo
tempo, afrouxou as taxas de compulsório pela segunda vez em dois meses nesta
terça-feira, em um movimento de apoio à economia cambaleante e ao mercado
acionário, cuja forte queda reverberou ao redor do mundo.
O Banco do Povo da China anunciou em seu site na Internet que reduziu a taxa de empréstimo de 1 ano em 0,25 ponto percentual, para 4,6 por cento. Segundo a autoridade monetária, o corte entra em vigor a partir de 26 de agosto. Além disso, cortou a taxa de depósito de um ano em 0,25 ponto percentual.
Ao mesmo
tempo, o banco central também reduziu a taxa de compulsório em 0,5 ponto
percentual, para 18,0 por cento, para a maioria dos grandes bancos, sendo que a
mudança terá efeito a partir de 6 de setembro.
A medida vem
depois de os índices acionários da China despencarem mais de 7 por cento,
atingindo os menores patamares desde dezembro, na sequência da forte queda de
mais de 8 por cento na segunda-feira.
O banco
central chinês chocou os mercados mundiais ao desvalorizar o iuan CNY=CFXS em
quase 2 por cento em 11 de agosto. O Banco do Povo da China havia classificado
a medida de uma reforma de livre mercado, mas alguns a viram como o início de
uma depreciação do iuan de longo prazo para impulsionar as exportações.
Fonte: Brasil
247
acho que sera outra bolha
ResponderExcluir