O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje (29), em audiência
pública na Câmara dos Deputados, que a queda na arrecadação de impostos e
contribuições federais foi um dos motivos que levaram o governo a
reverter as desonerações implementadas para combater a crise global
iniciada em 2008 e que repercutiu também no Brasil.
A
desoneração da folha de pagamento foi outra medida criticada por Levy.
Segundo ele, a desoneração não gerou empregos novos no país. Em um
momento de descontração, Levy, que defendeu a aprovação do ajuste fiscal
pelos parlamentares, disse que ia contar um segredo: “os gastos ainda
não caíram. Temos que tomar cuidado.”
Segundo Levy, para garantir
os ganhos sociais no país, é necessário haver mudança no rumo das
políticas econômica e fiscal do governo. O ministro da Fazenda disse que
o governo está cortando as despesas na carne e que esse esforço precisa
ser distribuído por todos os setores da sociedade. “Este é o caminho
do crescimento."
Levy observou que o risco de o Brasil perder o
grau de investimento, nota atribuída pelas agências de classificação de
risco, é bem menor agora do que quando assumiu o cargo de ministro da
Fazenda. Para ele, existe a percepção no mercado de que as medidas
propostas pelo governo são importantes para melhorar o desempenho da
economia, com o apoio inclusive do setor privado.
“O Brasil tem
oportunidades de crescimento que poucos países têm, se a gente se
organizar”, disse. Ele defendeu a redução do Custo Brasil (conjunto de
dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem a
aplicação de recursos estrangeiros no Brasil) para atrair os novos
investimentos e melhorar a renda do trabalhador. Segundo o ministro da
Fazenda, é importante proteger os ganhos sociais que foram alcançados
nos últimos anos, mas destacou que a produtividade é importante para
melhorar o salário do trabalhador.
"Temos de acertar a economia
para que a nova classe média [receba os benefícios de] novas
expectativas. A classe média não precisa só de transferência de renda.
Pede inclusão com oportunidades", destacou Levy.
Da Agência Brasil
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