quarta-feira, 29 de abril de 2015

Levy: queda na receita levou o governo a rever desonerações

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje (29), em audiência pública na Câmara dos Deputados, que a queda na arrecadação de impostos e contribuições federais foi um dos motivos que levaram o governo a reverter as desonerações implementadas para combater a crise global iniciada em 2008 e que repercutiu também no Brasil.

A desoneração da folha de pagamento foi outra medida criticada por Levy. Segundo ele, a desoneração não gerou empregos novos no país. Em um momento de descontração, Levy, que defendeu a aprovação do ajuste fiscal pelos parlamentares, disse que ia contar um segredo: “os gastos ainda não caíram. Temos que tomar cuidado.”

Segundo Levy, para garantir os ganhos sociais no país, é necessário haver mudança no rumo das políticas econômica e fiscal do governo. O ministro da Fazenda disse que o governo está cortando as despesas na carne e que esse esforço precisa ser distribuído por todos os setores da  sociedade. “Este é o caminho do crescimento."

Levy observou que o risco de o Brasil perder o grau de investimento, nota atribuída pelas agências de classificação de risco, é bem menor agora do que quando assumiu o cargo de ministro da Fazenda. Para ele, existe a percepção no mercado de que as medidas propostas pelo governo são importantes para melhorar o desempenho da economia, com o apoio inclusive do setor privado.

“O Brasil tem oportunidades de crescimento que poucos países têm, se a gente se organizar”, disse. Ele defendeu a redução do Custo Brasil (conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem a aplicação de recursos estrangeiros no Brasil) para atrair os novos investimentos e melhorar a renda do trabalhador. Segundo o ministro da Fazenda, é importante proteger os ganhos sociais que foram alcançados nos últimos anos, mas destacou que a produtividade é importante para melhorar o salário do trabalhador.

"Temos de acertar a economia para que a nova classe média [receba os benefícios de] novas expectativas. A classe média não precisa só de transferência de renda. Pede inclusão com oportunidades", destacou Levy.
 
Da Agência Brasil

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