Ivan Richard -
da Agência Brasil
O ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (11) ser próprio dos regimes
democráticos as pessoas se manifestarem, mas acrescentou que não há “quaisquer
razões jurídicas” para falar em impeachment, ao comentar os protestos contra o
governo programados para o próximo domingo (15). Ele defendeu a liberdade de
expressão, mas ponderou que os protestos devem ocorrer “dentro da lei, da
ordem, do respeito às autoridades constituídas e afastando-se quaisquer
posturas golpistas”.
“O governo
prega a tolerância. Ser tolerante com as pessoas que não pensam como nós é uma
virtude democrática, e o governo tem essa tolerância com essas pessoas que o
criticam. Gostaríamos que as pessoas que criticam o governo não fizessem uma
ação de ódio ou de raiva. Que expressem suas ideias democraticamente e, dentro
do possível, busquem convergências. Essa é a postura que uma pessoa democrática
deve ter”, argumentou Cardozo após cerimônia no Ministério da Justiça.
Perguntado
sobre os pedidos de impeachment, Cardozo afirmou que não há motivação legal
para o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. “Tivemos uma eleição legitimamente
feita. A democracia existe no país. Não existem quaisquer razões jurídicas para
que se mude o quadro que está posto. Portanto, diria para que as pessoas
expressem aquilo que devem expressar. Quem concorda [com o governo], que se
manifeste, e quem discorda, manifeste-se dentro da ordem e da lei e dentro dos
princípios democráticos. Isso é que é realmente algo importante.”
Para o
ministro, no país não pode existir uma “ação de ódio”, em que pessoas sejam
estigmatizadas pela forma como pensam ou por suas identificação partidária.
“Posso viver muito bem com as pessoas que não pensam como penso, até porque
ninguém é dono da verdade. O que não podemos ter, jamais, é uma ação de ódio,
em que pessoas são, efetivamente, atacadas pelo simples fato de pensarem de
acordo com linhas ideológicas e políticas.”
esta mais para advogado do pt que ministro
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