Por Marco
Lisboa
Ele criou uma
personagem, Big Baby, que era uma afrodescendente com déficit cognitivo. Big
Baby era estuprada (segundo a definição atual) pelo senhor da melhor idade que
aparece na capa da revista. Nem queiram saber o que rola na historinha.
Vamos enquadrar Crumb como racista, sexista, pedófilo e estuprador? Ops, mas o espaço ficcional existe para isso mesmo, para praticarmos as transgressões que não devem ser praticadas na vida real. Estupradores não leem Crumb. Ele exige certo nível de sofisticação.
Mas é bem mais fácil para o politicamente correto colocar tudo no mesmo saco e sacar a tesoura. Pensar não é o forte dessa turma.
Debate entre membros do grupo Consciência Política e Razão Social no Facebook.
Josué Kaiuá Borges Coisa
de gente pouco inteligente. Vejo muito disso em um pessoalzinho conservador da
esquerda. Sou humanista, adoro GTA e meu filme predileto é scarface.
Marco Lisboa Eu juro
que no meu tempo a esquerda era inteligente e a direita é que era conservadora.
Agora os liberais (no sentido político do termo) estão mais avançados que essa
esquerda carola (e hipócrita). O politicamente correto está acabando com a
esquerda.
Josué Kaiuá Borges Tenho
que concordar. Muitos liberais têm relativamente bons argumentos. Não sei de
antigamente, pois era direita, mas para muitos ser de esquerda é se vestir
hindu e fumar maconha.
Marco Lisboa Eu sou
de 1950. Fiquei 9 anos clandestino, durante a ditadura. A esquerda mais
tradicional era contra as drogas e contra a filosofia hippie. Aliás, ser de
esquerda não deveria ser modinha. Nunca vesti uma camiseta do Che (que nunca
foi santo de minha devoção). Hoje em dia, esquerda e direita são definidas
muito em cima de questões comportamentais, quando deveriam ser definidas em
cima de um programa político.
Josué Kaiuá Borges Fantástico,
tomara que haja volta. Fico feliz que apesar de ser de 50 não tenha se
transformado em um conservador.
Raul Ferreira
Bártholo Ai...... ai......sou de 40..... como me cansa essa "esquerda
- comportamental"!!
Marco Lisboa A
esquerda está sendo assimilada pelo "politicamente correto" e está
ficando mais reacionária do que os liberais.
Ana Soraya
Nascimento A carolice me preocupa menos que a compreensão ou aceitação do
quanto permitiremos de transgressão da "arte" a ponto de aceitar o
estimulo ao racismo, a xenofobia, o ódio, a intolerância à cultura e religiões
alheias.
Trata-se de ser leniente ou não com a relativização da afronta à direitos humanos e não tem a ver com ser de direita ou esquerda.
Aliás, a luta pela igualdade de oportunidades e a promoção aos direitos individuais e coletivos, deveria ser por princípio ação de esquerda e não ser modinha de "politicamente corretos", já que a direita só preocupa-se com a minoria já privilegiada financeiramente, então não tem nenhum compromisso com os direitos de pessoas discriminadas ou perseguidas por sua "diferença" como a cor, o credo, a cultura e a religião.
Meus caros, me preocupa o discurso estranho de quem viveu num tempo onde o Pasquim foi referência a arte que estava a serviço da democracia e fortalecia a luta contra a violência e a ditadura militar no Brasil. Lamentável.
Marco Lisboa Antes de
lamentar, me responda uma coisa: você considera o Crumb racista, sexista,
pedófilo e um potencial estuprador? Acha que ele deveria ser censurado se um
grupo de carolas pensasse assim? O discurso tem que se mostrar coerente na
prática.
Marco Lisboa Entre as
acusações ao Charlie está a de que eles vendiam apenas 60.000 exemplares. O
Crumb nunca foi publicado na grande imprensa. São marginais, no sentido próprio
do termo. Porque não se adaptam à mediocridade (no sentido próprio) geral.
Ocupam um espaço muito pequeno, porque o tipo de humor sofisticado que fazem
não é popular. Agora, porque foram escolhidos por um bando de terroristas,
viraram inimigos da paz social? Menos. Deixem os caras em paz.
Ana Soraya
Nascimento A prática de aceitar a relativização de racismo, intolerância e
perseguição a cultura e religiões é absurda para quem se auto declara de
esquerda, simples assim. Odeio piada de mau gosto, racista, sexista e que
ofenda culturas e religiões. A liberdade se sustenta com igualdade e
fraternidade.
Marco Lisboa Responda
concretamente, Ana, sem discursos, o que você acha do Crumb e o que você
proporia para as suas publicações, caso ele fosse brasileiro. O Tonio Lucio Soares
Filho, queria enquadrá-lo, sem êxito, no artigo 208 de nosso código penal.
O que você faria?
Marco Lisboa Quem
persegue a cultura e a religião? Henfil com seu fradinho? Charlie com suas
charges do profeta? Crumb com sua versão da história de Adão e Eva? Vamos sair
do discurso e entrar no mundo real. O perseguido, para mim, até prova em
contrário é quem foi morto num ataque terrorista. Maomé passa bem, pelo que eu
sei.
Ana Soraya
Nascimento Marco, as pessoas assassinadas não são perseguidos, são vítimas,
já os perseguidos são as pessoas de cultura islâmica que tem suas mesquitas
invadidas e depredadas, são tratadas como cidadãos de 2a. categoria, são
obrigados a se despir de sua cultura e vestes tradicionais. Querido, pior é
ainda ser ridicularizado pelo que o ocidente chama de "arte".
Não eu não sou Charlie Hebdo! Marco não aprecio "arte" que deprecia o outro, pois já senti na carne o preconceito, não acho engraçado ou compro qualquer publicação que estimule a intolerância e o ódio que já existe contra o "diferente" , até porque o consumo deve ser refletido. Kkkkkkkk
Jorge Ifraim Marco Lisboa -
acho que vale à pena dar uma lida nesta esclarecedora postagem sobre "A
DITADURA DO POLITICAMENTE CORRETO", onde se percebe que este movimento não
começou espontaneamente mas foi difundido como parte de uma estratégia maior
via Escola de Frankfurt, quando a luta de classes pelo proletários já não dava
os resultados esperados ... https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10151998127489567...
Tonio Lucio Soares Filho Estou
com as sábias palavras de Ana Soraya
Nascimento.
Ana Soraya
Nascimento O problema menor é a adoção do "politicamente
correto", o problema é a certa perversão da natureza de alguns em se
divertir com a depreciação do outro, principalmente se este não tiver em igual
condição de revisar, né? Isto é prática dos covardes, infelizmente a sociedade
está cheia deles.
Tonio Lucio Soares Filho Nunca
vi tanta apologia ao desrespeito pelo próximo e contra tudo que se refira a
direitos humanos! Um absurdo. Jamais serei Charlie!!!!!
Ana Soraya
Nascimento Tonio, para alguns é engraçada a "arte" de
ridicularizar aqueles que não têm correlação de forças para revidar a ofensa,
principalmente se esta tratar de acentuar o ódio, a intolerância à etnia,
cultura e religiões, desculpe, mas se isto é ser para alguns
"politicamente correto" , sou porque tento sempre que posso aproximar
meu discurso de minha prática.
Raul Ferreira
Bártholo "Pensar não é o forte dessa turma". Cansei desse
politicamente correto. Ainda mais quando posta um texto pelo título e, depois,
o desconsideram - provando o que não foi dito.... Arre!
Tonio Lucio Soares Filho Ser
Charlie tem outro significado que os sabedores supremos não estão entendendo.
As pessoas que dizem ser Charlie querem demonstrar apoio às famílias e ao fato
da liberdade de expressão, e quando dizemos que não somos Charlie é no sentido
de defender os direitos humanos e não ser coniventes com quaisquer publicações,
expressões, falas ou atitudes que firam o princípio da dignidade humana, é
constitucional, é ilegal injuriar, caluniar, difamar, escarnecer de religiões.
Assim da mesma forma que entendemos quem é Charlie, pedimos a gentileza e o
respeito aos que não são Charlie! De pararem de publicar essas imagens
ofendendo a dignidade e a religião alheia! Respeitem a diversidade. Nenhuma das
duas opiniões diferentes apóiam o terrorismo, ninguém em sã consciência faria
tal, respeitem!!!!
Guilherme Aguiar 'Je
suis Kouachi'
Quer um contraponto sombrio ao sentimento vigente? Veja a página "Je ne suis pas Charlie" no Facebook - "Não somos Charlie", adaptação à frase que tornou-se a marca da reação ao ataque à Charlie Hebdo. Ela recebeu mais de 21 mil curtidas nos últimos dias.
Franceses muçulmanos são a maioria entre os que curtiram a página e não apoiam a violência. A grande maioria não tem nenhuma relação com os Kouachis e Coulibaly. Mas eles também deixam claro que não participarão de nenhum movimento nacional que apoie aqueles que insultaram o profeta Maomé.
Eles expressam revolta ao que veem como dois pesos e duas medidas. Por que tanto barulho sobre os 17 mortos, quando milhares de pessoas morreram em Gaza e na Síria?
Ana Soraya
Nascimento Tem gente esperando " celebridades aderirem" e ficam
postando, tá vendo o Luciano Hulk aderiu. Fala sério! Quanta infantilidade e
ausência de argumentos! Aff
Marco Lisboa Esse dis
curso maniqueísta cansa. Ou se condena o humor de Charlie, porque ofende os
fundamentalistas ou se é a favor da discriminação dos muçulmanos na França. Que
dureza! Eu, particularmente, sou contra uma série de medidas discriminatórias
que o governo adota em relação aos franceses de origem muçulmana. Fui contra,
por exemplo, a proibição do uso do véu nas escolas. Mas, para ajudar o discurso
politicamente correto, quando faltam argumentos, vale caracterizar os que
apoiam a liberdade de expressão como defensores da discriminação. E a Ana até
agora não disse o que acha do Crumb e do Henfil e o que deveria ser feito com
seus quadrinhos ofensivos.
Marco Lisboa Ela está
em boa companhia. Michel Zaidan, no Brasil 171, já equiparou os cartuns do
Charlie a crimes de ódio, puníveis pelo nosso Código Penal. Só não cita o
artigo. Aliás, o Tonio citou um e depois, quando ficou provado que ele era
inaplicável, disse que não importava, o certo é que o humor que ofende os
fundamentalistas deveria ser punível. É divertido, porque é só dar uma passada
no FB que iremos encontrar diversos posts ridicularizando pastores, o dízimo,
etc. Aí pode, né. Contra o Feliciano e a Universal não é preciso ter pruridos.
Quanta coerência.
Tonio Lucio Soares Filho Crumb
e Henfil são coxinhas que alimentam a doença que a burguesia macabra têm por
escravizar sexualmente negras, crianças e mulheres em geral, uma ânsia em
ofender a religião alheia, a orientação sexual do outro por meio da chacota,
defendem o estupro e incesto e tudo aquilo que não podem fazer na vida real,
mas que na verdade sempre defendem porque nos seus mais sombrios desejos só
aguardam a oportunidade. A apologia criminosa e desrespeitosa de charges como a
de Charlie Hebdo e seus antecessores é digna de repúdio por todas as entidades
de direitos humanos e de toda população. Nós tivemos consequências violentas e
a direita neoliberal quer mais e mais sangue. Eles querem o sangue de suas
crianças, odeiam negros e homossexuais, não aceitam a ascensão da mulher e
muito menos tem respeito pela dignidade humana! Abram o olho! NÃO SOU E JAMAIS
SEREI CHARLIE!
Marco Lisboa Quando
se fala "respeito pelo outro" não é o respeito pelo outro ser como
nós, professar a mesma religião, os mesmos valores civilizatórios ou culturais.
Respeitar o outro é aceitá-lo como ele é, na integridade de suas convicções,
sentimentos e ideais, e não como nós queremos que ele seja.
Pois é. Esse é um trechinho do texto do Zaidan. Como o Tonio, ele acha que discordar é desrespeitar. E vai além, acha que o que é sagrado para um grupo tem que ser sagrado para todos. Ora, o lema do humor é justamente esse: nada é sagrado, nada deve ser levado tão a sério (pelo menos no espaço próprio do humor). Aliás o seu texto pode ser invertido e aplicado aos fundamentalistas. Eles precisam aceitar que o estado francês é laico e que existe uma tradição intelectual que vem de Voltaire e Diderot que precisa ser respeitada.
Pois é. Esse é um trechinho do texto do Zaidan. Como o Tonio, ele acha que discordar é desrespeitar. E vai além, acha que o que é sagrado para um grupo tem que ser sagrado para todos. Ora, o lema do humor é justamente esse: nada é sagrado, nada deve ser levado tão a sério (pelo menos no espaço próprio do humor). Aliás o seu texto pode ser invertido e aplicado aos fundamentalistas. Eles precisam aceitar que o estado francês é laico e que existe uma tradição intelectual que vem de Voltaire e Diderot que precisa ser respeitada.
Tonio Lucio Soares Filho Crumb
e Henfil são coxinhas que alimentam a doença que a burguesia macabra têm por
escravizar sexualmente negras, crianças e mulheres em geral, uma ânsia em
ofender a religião alheia, a orientação sexual do outro por meio da chacota,
defendem o estupro e incesto e tudo aquilo que não podem fazer na vida real,
mas que na verdade sempre defendem porque nos seus mais sombrios desejos só
aguardam a oportunidade. A apologia criminosa e desrespeitosa de charges como a
de Charlie Hebdo e seus antecessores é digna de repúdio por todas as entidades
de direitos humanos e de toda população. Nós tivemos consequências violentas e
a direita neoliberal quer mais e mais sangue. Eles querem o sangue de suas
crianças, odeiam negros e homossexuais, não aceitam a ascensão da mulher e
muito menos tem respeito pela dignidade
Marco Lisboa Pronto,
o Tonio saiu do armário, ideologicamente falando. Henfil e Crumb eram coxinhas
que odiavam negros, mulheres e crianças! Tirando o ridículo dessa afirmação, há
subjacente uma concepção utilitarista da arte. A arte não tem um valor em si,
como necessidade do ser humano em geral, o seu valor deve ser aferido pela
contribuição que dá a luta política. Eu sempre digo que o politicamente correto
e o realismo socialista são aparentados. É deprimente ver que é com essa visão
reducionista e simplista que alguns pretendem transformar o mundo. Ainda bem
que não corremos esse risco.
Tonio Lucio Soares Filho Marco Lisboa
você não me engana, fico imaginando que espécie é você! Você pode usar suas
palavras pra enganar os coxinhas mas a mim você não engana, eu sei exatamente
que espécie de doente você é. E digo que deprimente é ser como você, realmente
deprimente!
Marco Lisboa Que bom
que somos diferentes, não é mesmo?
Ana Soraya
Nascimento Marco, já escrevi você pode não ter prestado atenção, para seu
conhecimento fui contra a proibição do véu nas escolas francesas, como sou
contra a xenofobia agora ainda mais exaltada, sou contra a perseguição ao povo
islâmico, sou contra a depredação a mesquitas, a agressão ao povo muçulmano,
sou contra o ódio e intolerância de cultura e religiões reforçados pelas
publicações do Charlie!
Qual a parte que não entendeu, pois já informei que jamais relevei piadinhas racistas, sexistas e discriminatórias?? Nunca vi charge racista e discriminatória do Henfil, reforço que sou a favor de publicações como eram as do Pasquim.
Acho que também não compreendeu quando mencionei que não me preocupa reforçar ou não o discurso do "politicamente correto" , mas sempre acreditei que devemos reforçar o que prevê a constituição e a declaração universal dos direitos humanos quanto as garantias individuais e coletivas dos cidadãos, mas isto é ausência de argumentos? Pois me parece ser um bom argumento para não reforçar publicações que reforcem o ódio, as perseguições, a intolerância étnica, a cultura e religiões, certo? Por isto qualquer publicação de gosto duvidoso não compro e não indico.
Je ne suis pas manipulable!
Josué Kaiuá Borges Quer
afirmar que devemos ter "respeito" pela religião por mais absurda que
seja. Daqui a pouco defenderá o infanticídio indígena em nome da tradição.
Respeite a religião alheia, mas não respeite o direito de dizer através do
humor o quão patético tais crenças são.
Com base em
que estudos esses caras traçam o perfil psicológico dos autores com tanta
precisão?
Ana Soraya
Nascimento Viva a diferença!!!!! Tanto quanto o respeito pelo ser
diferente, no entanto aqui não vai nenhuma intenção de promover a exaltação da
intolerância ao diferente seja pela cor da pele, credo e cultura! Mas de fato
as pessoas estão pouco dispostas a entender e agora o ataque ao
"politicamente correto" , isto é bobagem.
Sempre defendi a cultura indígena e não aceito a chacina de nações inteiras, como a discriminação ao povo muçulmano não deve ser objeto de relativização por charge ou qualquer outro instrumento de comunicação que possa acentuar o sofrimento de outrem ou perseguição.
As crenças africanas foram e são objeto de perseguição por determinadas religiões e políticos representantes destas, já pensou alguma revista ridicularizar o candomblé e ter o reforço da mídia, voltaremos ao início da república, onde não só a polícia invadia os terreiros como teríamos uma caçada dos praticantes! Vamos ser razoáveis, isto é uso da liberdade de expressão para instalar o caos e fazer uma guinada fantástica a direita.
Marco Lisboa Henfil
criou o caboclo mamador. Para fundamentalistas poderia ser uma ofensa aos
cultos afro-brasileiros. Não foi essa a intenção dele. Como não era a intenção
do Charlie ofender os muçulmanos nem estimular a xenofobia. O humor é contra a
sacralização, contra o poder e contra o dogmatismo. Agora é engraçado como se
absolve o Henfil (ainda bem), deixa-se o Crumb no limbo (e afinal o que você
pensa dele?), mas se cai de pau em cima do Charlie. Não consigo enxergar a
diferença.
Ana Soraya
Nascimento Marco, não vi o Henfil reforçar a onda de fechamento de
terreiros, mas não disse que o absolvi, só que não conhecia charge
discriminatória feita por ele, só pra restabelecer o que de fato foi escrito,
para mim é de mau gosto também, não aprovo.
O papel da arte também é valorizar a cultura, é questionar as formas de opressão como fez o Pasquim, mostrar o horror das guerras, como muitos artistas maravilhosos fizeram.
Assim apresento a minha divergência e posição frontalmente contra ao uso da "arte" para perpetuar mesquinharia de sentimento como ódio e intolerância contra o outro, principalmente se o outro está em tão grande desvantagem na correlação de forças, o que define a perseguição como covarde e pior se a tal "arte" agrava a humilhação e sofrimento de um povo, querido pra mim isto não é engraçado é tão pouco considero arte.
Guilherme Aguiar uma
coisa interessante é contextualizar ne gente? Leonardo Boff diz no texto:
'A França tem 6,2 milhões de muçulmanos. São, na maioria, imigrantes das ex-colônias francesas. Esses muçulmanos não estão inseridos igualmente na sociedade francesa. A grande maioria é pobre, legada à condição de “cidadão de segunda classe”, vítimas de preconceitos e exclusões. Após os atentados do World Trade Center, a situação piorou.'
Marco Lisboa Eu
entendo e não concordo. O politicamente correto é assim mesmo. Não existe humor
inocente. Piada de loura burra reforça o machismo. Piada sobre negros reforça o
racismo. Piadas sobre anão, fanho, aleijado, etc. reforçam a discriminação
contra os deficientes (ou sei lá qual o termo politicamente correto) e por aí
vamos. Ainda bem que você ficou no terreno do não gosto e não entrou no terreno
do deveria ser proibido. Esse é ponto que quero estabelecer. Defender a
liberdade de expressão é defender o direito de o humor ser politicamente
incorreto. Não é preciso gostar de tudo o que é permitido. E cá entre nós, arte
que prega o ódio é meio difícil de encontrar. É mais fácil encontrar gente que
não consegue fazer uma leitura mais profunda de uma obra de arte e parte para a
simplificação, tipo o Tonio.
O argumento do
Boff é esse: se uma coisa pode ser usada pela direita para reforçar o
preconceito, então ela está intrinsecamente errada. Se o humor do Charlie
continuasse sem sofrer um atentado, a direita não iria ter a oportunidade de
embarcar na onda de comoção e tudo estaria bem.. O Charlie é culpado de ter
sido atacado. Se o seu humor fosse mais comportado, nada teria acontecido. De
repente, a culpa do terrorismo recai sobre quem o "provocou". Não é
mais fácil culpar tão somente o terror por alimentar a direita?
Guilherme Aguiar O
vice versa tb é valido.. ou a direita por alimentar o Terror..
Acho que o
Boff foi feliz nesta colocação
'Deixo claro que não estou defendendo a censura prévia, sempre burra. Não estou dizendo que deveria ter uma lista de palavras/situações que deveriam ser banidas do humor. Estou dizendo que cada caso deveria ser julgado. Excessos devem ser punidos. Não é “Não fale”. É “Fale, mas aguente as consequências”. E é melhor que as consequências venham na forma de processos judiciais do que de balas de fuzis ou bombas.'
'Acreditar que
as reações de muçulmanos às caricaturas é simples extremismo é dizer que “é só
uma piada”. Não é. A reação tem a ver com todo o contexto de discriminação
social e econômica, ás humilhações diárias que essa população sofre nos países
europeus, à invisibilidade de sua identidade, ao histórico colonial e também
com as atuais politicas intervencionistas dos países ocidentais no Oriente
Médio e África, que se negam a ouvir as vozes árabes e africanas enquanto financiam
grupos extremistas e assassinam populações civis com drones e “democracias”.'
Marco Lisboa Perfeito,
Guilherme Aguiar. Esse tipo de raciocínio que se baseia em consequências
independentes da vontade quem pratica um ato para condená-lo é incoerente. É
semelhante ao raciocínio de quem culpa a mulher que usa roupa provocante por
ter sido estuprada. É possível até que haja uma cadeia causal, mas, com
certeza, ela não se vestiu para ser estuprada.
Ana Soraya
Nascimento Marco, sou contra qualquer reprimenda prévia ou proibição, mas
também defendo que pessoas ou grupo de pessoas ofendidas e humilhadas por
qualquer publicação possam requisitar rápida reparação e não esperar para ter
notinha no rodapé de página com fonte minúsculas, bem como aqueles que sofram
calúnia, difamação e outros danos.
Marco, piadinha "inocente" e humor contra negros pode ser engraçado, para quem não é negro, contra o candomblé pode ser engraçado para quem não professa a crença, humor contra mulheres pode ser engraçado para quem não é mulher... Enfim, as pessoas de alguma forma só reforçam algum tipo de preconceito ao outro, até que um dia seja também vítima de algum "humor inocente" alheio. Também acho que a questão é mais complexa e necessita de análise mais vagar.
Marco, piadinha "inocente" e humor contra negros pode ser engraçado, para quem não é negro, contra o candomblé pode ser engraçado para quem não professa a crença, humor contra mulheres pode ser engraçado para quem não é mulher... Enfim, as pessoas de alguma forma só reforçam algum tipo de preconceito ao outro, até que um dia seja também vítima de algum "humor inocente" alheio. Também acho que a questão é mais complexa e necessita de análise mais vagar.
Marco Lisboa Engraçado,
mas será que os muçulmanos "agredidos" pelo Charlie pensaram na
possibilidade de processar a revista? Parece que não, né. Será que não está
havendo um certo oportunismo ao se colocar o Charlie contra toda comunidade de
franceses de religião islâmica?
Ana Soraya
Nascimento Marco, sim o Charlie foi processado, mas parece que lá a corte
xenófoba deu ganho de causa ao Charlie, o qual após episódio acentuou ainda
mais as suas investidas contra os muçulmanos e o islamismo.
Marco Lisboa "O
movimento islamita palestino Hamas condenou neste sábado o atentado jihadista
contra a revista francesa Charlie Hebdo que matou 12 pessoas. "O Hamas
condena as agressões contra a revista Charlie Hebdo e insiste no fato de que a
diferença de opiniões e de pensamento não pode justificar a morte", afirma
o comunicado oficial escrito em francês."
Boff anda mais radical que o Hamas.
Boff anda mais radical que o Hamas.
Ana Soraya
Nascimento Marco, mas apesar disto que chance este povo tem contra a xenofobia
é violência da direita francesa? Assim não posso aprovar qualquer um que jogue
mais álcool nesta fogueira.
Marco Lisboa As
chances dos franceses de religião islâmica enfrentarem o preconceito e a
discriminação ( que são muito reais) passam, primeiro, por se dissociarem
totalmente de grupos terroristas. Os próprios fundamentos do estado francês,
que em tese, se inspira bastante no iluminismo, podem ser seus aliados. Não
devem abrir mão de sua cultura e nem de sua religião, mas é preciso
compreenderem que, antes de mais nada, são cidadãos franceses. E a França tem
uma enorme herança cultural, que é patrimônio da humanidade. Liberté, Igualité
e Fraternité. Que tal começaram exigindo isso? A democracia representativa, até
hoje, não vingou nos países islâmicos (com poucas exceções). Ela é um avanço em
relação às formas tribais e atrasadas que predominam em boa parte desses
países. Quando mais cedo os muçulmanos franceses absorverem essa tradição,
melhor para eles. Devem travar a luta no terreno político que está aberto.
Elegendo representantes e levando suas reivindicações específicas.
Durante a
guerra da Argélia, os intelectuais franceses, Sartre e outros à frente, se
colocaram claramente a favor da independência argelina e denunciaram as
torturas praticadas pelos franceses. Com certeza, boa parte da sociedade
francesa irá se mobilizar em defesa dessa minoria.
Jobel Ferreira Como
sempre ocidentais determinando o que é bom ou ruim para outros povos, quanta
arrogância, fora a parte de insinuar que somente uma *casta* de quem aqui expõe
sua opinião, consegue entender com profundidade o cerne da questão, mas faz
parte, alguns pensam ter o monopólio de tudo, até do saber, reconheço sou um
matuto, mas é muito diferente de ser burro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi