Sabrina Craide
da Agência Brasil
A operadora de
telefonia Vivo vai mudar a forma de cobrança da internet pelo celular para
clientes de pacotes pré-pagos a partir do mês que vem. Quando o pacote de dados
contratado pelo cliente acabar, ele terá que pagar um valor adicional para
continuar navegando na internet. Atualmente, quando a franquia chega ao fim, a
velocidade de navegação é reduzida, mas o usuário não tem que pagar a mais. A
mudança vale a partir do dia 6 de novembro, inicialmente para os clientes do
Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, mas poderá ser estendida para outras
regiões nos próximos meses.
A Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou hoje (21) que irá pedir
esclarecimentos às prestadoras de telefonia celular sobre possíveis alterações
na forma de cobrança da internet móvel. Segundo a agência, as regras do setor
permitem às empresas adotar várias modalidades de franquias e de cobranças, mas
o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de
Telecomunicações determina que qualquer alteração em planos de serviços e
ofertas deve ser comunicada ao usuário, pela prestadora, com antecedência
mínima de 30 dias.
A Vivo
informou que os clientes pré-pagos estão sendo avisados por SMS sobre a
mudança. Depois da mudança, os clientes da Vivo vão receber uma mensagem de
texto (SMS) quando o consumo atingir 80% da franquia e outro no momento em que
ela acabar. O último aviso virá com a opção de contratação do pacote adicional
de 50 MB, que custará R$ 2,99 por sete dias.
O mesmo ajuste
deverá ser implementado futuramente para os clientes de planos pós-pagos. A
empresa diz que está trabalhando em ajuste sistêmicos e fará o anúncio sobre a
mudança aos usuários com a antecedência necessária. Segundo a Vivo, o ajuste
será feito para atender às necessidades e expectativas dos 53,1 milhões de
clientes pré-pagos, que vem usando cada vez mais os pacotes de dados pelo
celular, especialmente para acessar redes sociais.
A mudança
ainda não vale para os clientes das outras três grande operadoras de telefonia
celular do mercado (Claro, TIM e Oi). Para a TIM, mudanças no formato de
tarifação de dados móveis são um movimento natural, em linha com o crescimento
contínuo do uso de internet nos celulares, mas a operadora disse que não prevê
qualquer ajuste na cobrança, por enquanto, e segue avaliando as diferentes
possibilidades.
A Oi disse que
considera o fim da velocidade reduzida, aliada ao novo modelo de cobrança por
pacotes adicionais, uma tendência mundial, mas não informou se irá adotá-la em
breve. A Claro também não informou se irá mudar a estratégia, mas garantiu que
seus clientes podem escolher entre contratar pacotes adicionais ou navegar com
a velocidade reduzida depois que a franquia acaba.
A Associação
de Consumidores Proteste critica a intenção das operadoras e diz que vai enviar
um ofício à Anatel questionando a iniciativa. Para a entidade, as empresas não
podem alterar unilateralmente o contrato para os consumidores que já têm planos
de franquia que garantem a continuidade do serviço, ainda que com velocidade
reduzida. “Os maiores prejudicados serão os consumidores que foram iludidos com
pretensos planos de acesso ilimitado a internet. É importante verificar no
contrato as limitações de velocidade previstas quando o usuário excede a
franquia média de dados”, orienta a Proteste.
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