segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Aécio se diz o “ético”, o “novo”, mas recorre ao discurso “mar de lama” do Corvo Carlos Lacerda


Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Estava a pensar no assunto corrupção, e, por sua vez, nas declarações do candidato neoliberal e do PSDB, Aécio Neves. O tucano mineiro está em terceiro lugar na corrida presidencial. Desprovido de programa de Governo e projeto de País, recorre, malandramente, a temas como corrupção, o mote preferido dos conservadores desde os tempos da UDN de Carlos Lacerda, político radical de direita e conhecido também pela alcunha de o Corvo.

Aécio Neves se considera uma pessoa muito preocupada com a corrupção, a começar pelo Mensalão do PSDB, cujo protagonista é seu aliado, o ex-governador de Minas Gerais, o tucano Eduardo Azeredo. Além disso, o candidato a presidente dos tucanos e dos coxinhas que defendem os interesses dos ricos, sem, contudo, serem ricos, esquece que o publicitário Marcos Valério, o operador de mensalões e que ora se encontra preso é oriundo das fileiras do PSDB — o mineiro.

Contudo, Aécio Neves, senador de medíocre atuação no Senado, continua a seu bel-prazer a falar sobre corrupção, de forma que se alguma pessoa estiver em uma condição de desavisada, ou o é meramente alienada, embarca em seu discurso vazio e pouco inteligente, mas cheio de malícia e veneno.

Um discurso recorrente e mais velho do que andar para frente, mas que se tornou a única forma de a direita combater os trabalhistas e republicanos que estão no poder, assim como o fizeram nos tempos de Getúlio, JK e Jango. O velho e mofado discurso golpista e, com a proximidade das eleições, revigorado. Portanto, criminoso, porque sem veracidade — mentiroso, aos moldes udenistas e com o apoio obscurantista dos magnatas bilionários de imprensa de negócios privados e seus empregados de confiança, que são piores do que os patrões.

E por que isto acontece ciclicamente? Porque a direita, no caso o PSDB (DEM/PPS), não tem propostas concretas, que objetivam melhorar ainda mais as condições de vida do povo brasileiro, bem como superar o que o PT já fez nos últimos 12 anos, em termos sociais e econômicos. Ponto! A Casa Grande nunca fez e não quer fazer nada para o povo.

Historicamente sempre se comportou dessa maneira, restando-lhe apenas apelar para a velha acusação cretina e golpista exemplificada na mais do que batida frase udenista “Mar de lama”. A “lama” que — em conformidade com revistas, jornais oposicionistas e editorialmente conservadores, como a “Veja”, a “Folha” e “O Globo” — afunda o Governo Trabalhista, além da Petrobras, maior empresa da América Latina, uma das maiores petroleiras do mundo e que causa verdadeiro ódio à direita escravocrata do Brasil.

A Petrobras foi recuperada e hoje, além de explorar a imensidão do Pré-Sal, tem o apoio insofismável da indústria naval brasileira, atualmente a quarta maior do mundo, que, nos tempos do governo tucano e neoliberal de FHC foi à falência, a fazer com que o Brasil comprasse navios em Cingapura, empregasse os trabalhadores daquele País, ao invés de empregar o trabalhador brasileiro em suas terras, a fim de melhorar as condições de vida do dia a dia.

Logo a Petrobras que enche de orgulho a Nação, mas que causa ódio e desprezo à classe média e à burguesia, classes de perfis entreguistas e portadoras de um inenarrável e indescritível complexo de vira-lata, porque possuidoras de uma nostalgia de conotação colonial, pois inexplicável a admiração e a subalternidade que sentem pelas cortes estrangeiras, que dominam, de forma imperialista e colonial, suas mentes, seus caráteres, a retirar-lhes quaisquer sentimentos de brasilidade e autodeterminação. Total falta de amor próprio. Uma vergonhosa subserviência! “Elite” provinciana e complexada, com vocação para capataz, e, por conseguinte, para trair, como ocorreu em 1964.

Ataques infundados, sem quaisquer provas contra a Petrobras e acontecidos antes das eleições, com o indiscutível propósito de desconstruir a candidatura petista de Dilma Rousseff e desqualificar o Governo Trabalhista como gestor. O mesmo que recuperou a Petrobras, investiu pesados recursos em todos seus setores e segmentos, contratou milhares de trabalhadores por meio de concursos, bem como recuperou e construiu estaleiros, além de plataformas, similares à P-36, na época a maior plataforma de prospecção de petróleo do mundo e que foi afundada no Governo de FHC, aquele tucano que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado e com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes.

Agora a sociedade tem que suportar as gaiatices de Aécio Neves e seus títeres, a maldizer a Petrobras, a se aproveitar da cumplicidade da imprensa de mercado para repercutir mentiras e sandices do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sem quaisquer preocupações com a verdade e com a queda de ações de tão importante estatal.

Seu partido, o PSDB, agremiação que vendeu o Brasil, inclusive estatais estratégicas como a Telebras, a Embratel e a Vale do Rio Doce, quer a criação de uma CPI quando há poucos meses esvaziou a CPI da Petrobras, onde seus representantes faltaram a quase todas as sessões por saberem, no fundo, que as acusações não tinham quaisquer lastros de verdade. As acusações à Petrobras são eleitoreiras e visam atingir a candidata trabalhista Dilma Rousseff. É isso aí, e nada mais.

Seria cômico se não fosse trágica a petulância de um candidato que em Minas Gerais governou para os ricos em detrimento dos pobres e da classe média. Esta, coitada, ainda acredita que um dia vai ter as portas da burguesia franqueadas à sua presença. Ora bolas, tolo é aquele que acredita em ilusão. É o caso da pequena burguesia empregada dos ricos, com mania de grandeza, repleta de preconceitos e, sobretudo, sem o controle dos meios de produção. A classe metida que não tem aonde cair morta.

A Casa Grande sabe onde seu calo aperta. Sempre soube e por isto considera a Petrobras o símbolo da independência brasileira desde os tempos do estadista Getúlio Vargas e do movimento cívico e nacionalista “O Petróleo é Nosso!”, que derrotou os interesses da direita na época. A Veja — a Última Flor do Fáscio — é useira e vezeira em publicar matérias de conotação política e eleitoral. Seus associados de fakes jornalísticos, os jornais Folha de S. Paulo, Estadão, Correio Braziliense, Zero Hora e O Globo, repercutem a “reportagem” de sábado de Veja no domingo, a partir do programa global “Fantástico”.

Tal programa há muito tempo serve de plataforma política para que a imprensa-empresa na segunda-feira dê continuidade ao assunto, por intermédio do “Jornal Nacional” e seu congêneres indutores de um jornalismo roto, esfarrapado, manipulado e, se for o necessário, mentiroso. A verdade é que se colar, colou. É a estratégia já há muito tempo conhecida efetivada pelos áulicos do jornalismo de esgoto. Ou seja: repercutir ao máximo o desgaste político do governo ou de governantes ou autoridades.

Entretanto, se as acusações ou ilações não forem comprovadas, problema de quem foi citado ou atingido, porque o estrago, a desconstrução da imagem pessoal e institucional foi concretizada, como todos sabem e compreendem, explicar depois que “focinho de porco não é tomada” são outros quinhentos e problema de quem foi muitas vezes injustiçado.

Afinal quem manda os governos trabalhistas e democráticos de Dilma e de Lula não efetivarem o marco regulatório para os meios de comunicação. Quem manda não regulamentar a Constituição. Enquanto todos os setores da economia são regulados, o segmento midiático age e se conduz a seu bel-prazer, como quiser e bem entender, inclusive tentar dar golpes políticos diuturnamente, pois se tiver oportunidade de derrubar mais um presidente trabalhista, não se enganem, os magnatas bilionários de imprensa e seus feitores pagos regiamente o farão. Não se iludem. O passado dessa gente é a prova e a contraprova de suas “boas” intenções.

Aécio Neves incrivelmente acenou que vai se utilizar das declarações do preso pela Justiça, Paulo Roberto Costa, vazada pela revista “Veja”, cuja reportagem não prova e não comprova nada. Apenas ilações jogadas ao ar, como sempre as dissemina tal pasquim de péssima qualidade editorial, de extrema direita e que não tem o mínimo compromisso com a verdade, portanto, com os seus leitores, com o passar do tempo cada vez mais em números menores.

Como o programa da direita brasileira se resume a privatizar e a efetivar “medidas amargas” aos trabalhadores, estudantes e donas de casa e assim favorecer os jogadores do mercado financeiros e os rentistas, de acordo com anúncios dos privatistas neoliberais Eduardo Gianetti (Marina Silva) e Armínio Fraga (Aécio Neves), resta a Aécio Neves a opção de falar em corrupção, a ter como mote as matérias do sistema midiático privado contra o Governo Trabalhista.

Fazer o quê, né? Quem não trabalha a sério; quem não distribui renda e riqueza quando está no poder; quem não luta pela emancipação do povo e independência do Brasil tem mais que transformar em tábua de salvação a mentira, a falácia e a manipulação. Dessa forma que agem os partidos conservadores e a imprensa alienígena para angariar votos dos incautos, dos alienados, dos analfabetos políticos, ou simplesmente ter a confiança do eleitorado de direita.

A direita que aposta, por ideologia ou sentimento colonialista, em um País de joelhos, a reboque da União Europeia e dos Estados Unidos, como sempre aconteceu, antes de Lula e Dilma Rousseff conquistarem a Presidência da República. Somente nos governos de Getúlio Vargas e João Goulart houve também a efetivação de uma política externa independente e não alinhada aos países considerados desenvolvidos. A política externa implementada pelo Governo do PT, com certeza, é também um dos principais motivos do ódio e da intolerância da burguesia brasileira de alma colonizada.

Ao dar os trâmites por findos, pois sabedor que o tucano Aécio Neves não elaborou programas e projetos para apresentar ao povo brasileiro, por se tratar de um candidato programaticamente vazio, decidi por bem ajudá-lo em sua dura lida quixotesca contra a iniqüidade e os malfeitos humanos, ao tempo em que aproveito para apresentar mais alguns casos de “supostas” corrupções, porque espero que o candidato do PSDB exija com tenacidade e até mesmo ferocidade a resolução desses casos.

Então vamos lá: 1) Privataria Tucana; 2) Mensalão do PSDB; 3) Mensalão do DEM; Lista de Furnas; 4) Trensalão de São Paulo; 5) Metrosalão de São Paulo; 5) Caso Banestado; 6) Vampiros da Saúde; 7) Banco Marka; 8) TRT de São Paulo; 9) Navalha na Carne; 10) Caso Sudan, 11) Anões do Orçamento, dentre muitos outros escândalos ocorridos em governos tucanos, que já foram citados, inclusive, pela imprensa da Casa Grande.

Como se observa, o tucano Aécio tem vários pratos cheios... E poderá, se assim lhe interessar ou prover, começar a encher a barriga e matar sua fome imensa de justiça. Só não pode bancar o paladino da Justiça, da moral, da ética e dos bons costumes somente contra seus adversários, porque os armários do PSDB estão repletos de esqueletos. Diga-se de passagem.

A verdade é que os governos que realmente combateram a corrupção foram os governos petistas de Lula e Dilma. E quem sabe disso? Respondo: a imprensa burguesa, que manipula a verdade; a Polícia Federal e o Ministério Público, além de alguns “agentes” que vazam processos e investigações, inclusive com sigilo de justiça, para a imprensa de mercado, como ocorre agora com as declarações do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, à “Veja” (sempre ela), mas que oficialmente e institucionalmente não foram reconhecidas pelos MP e Polícia Federal.

Agora, vamos às perguntas que não querem calar: Quem vazou o inquérito do preso? Qual é o papel do ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, cuja PF é subordinada a ele? Por que geralmente é a “Veja” — a Última Flor do Fáscio — que divulga tais reporcagens vazadas por servidores do Governo? Por que a direita tucana não apresenta propostas de governo e projeto de País para o povo brasileiro? Por que a direita se dedica a fofocas, trapaças, pilantragens, ao jornalismo bandido e à política de essência mequetrefe e rastaquera? Com a palavra, os interessados...

O tucano Aécio Neves se autodenonima o “ético”, o “novo”, mas recorre ao velho e ao superado discurso golpista “mar de lama” do corvo udenista Carlos Lacerda e de toda a direita brasileira através dos séculos. Apresenta seu programa ao povo, Aécio, e os compare com os do PT. É assim que se faz política. É isso aí.

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