Por
Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Estava
a pensar no assunto corrupção, e, por sua vez, nas declarações do candidato
neoliberal e do PSDB, Aécio Neves. O tucano mineiro está em terceiro lugar na
corrida presidencial. Desprovido de programa de Governo e projeto de País,
recorre, malandramente, a temas como corrupção, o mote preferido dos
conservadores desde os tempos da UDN de Carlos Lacerda, político radical de
direita e conhecido também pela alcunha de o Corvo.
Aécio
Neves se considera uma pessoa muito preocupada com a corrupção, a começar pelo
Mensalão do PSDB, cujo protagonista é seu aliado, o ex-governador de Minas
Gerais, o tucano Eduardo Azeredo. Além disso, o candidato a presidente dos
tucanos e dos coxinhas que defendem os interesses dos ricos, sem, contudo,
serem ricos, esquece que o publicitário Marcos Valério, o operador de mensalões
e que ora se encontra preso é oriundo das fileiras do PSDB — o mineiro.
Contudo,
Aécio Neves, senador de medíocre atuação no Senado, continua a seu bel-prazer a
falar sobre corrupção, de forma que se alguma pessoa estiver em uma condição de
desavisada, ou o é meramente alienada, embarca em seu discurso vazio e pouco
inteligente, mas cheio de malícia e veneno.
Um
discurso recorrente e mais velho do que andar para frente, mas que se tornou a
única forma de a direita combater os trabalhistas e republicanos que estão no
poder, assim como o fizeram nos tempos de Getúlio, JK e Jango. O velho e mofado
discurso golpista e, com a proximidade das eleições, revigorado. Portanto,
criminoso, porque sem veracidade — mentiroso, aos moldes udenistas e com o
apoio obscurantista dos magnatas bilionários de imprensa de negócios privados e
seus empregados de confiança, que são piores do que os patrões.
E
por que isto acontece ciclicamente? Porque a direita, no caso o PSDB (DEM/PPS),
não tem propostas concretas, que objetivam melhorar ainda mais as condições de
vida do povo brasileiro, bem como superar o que o PT já fez nos últimos 12
anos, em termos sociais e econômicos. Ponto! A Casa Grande nunca fez e não quer
fazer nada para o povo.
Historicamente
sempre se comportou dessa maneira, restando-lhe apenas apelar para a velha
acusação cretina e golpista exemplificada na mais do que batida frase udenista
“Mar de lama”. A “lama” que — em conformidade com revistas, jornais
oposicionistas e editorialmente conservadores, como a “Veja”, a “Folha” e “O
Globo” — afunda o Governo Trabalhista, além da Petrobras, maior empresa da
América Latina, uma das maiores petroleiras do mundo e que causa verdadeiro
ódio à direita escravocrata do Brasil.
A
Petrobras foi recuperada e hoje, além de explorar a imensidão do Pré-Sal, tem o
apoio insofismável da indústria naval brasileira, atualmente a quarta maior do
mundo, que, nos tempos do governo tucano e neoliberal de FHC foi à falência, a
fazer com que o Brasil comprasse navios em Cingapura, empregasse os
trabalhadores daquele País, ao invés de empregar o trabalhador brasileiro em
suas terras, a fim de melhorar as condições de vida do dia a dia.
Logo
a Petrobras que enche de orgulho a Nação, mas que causa ódio e desprezo à
classe média e à burguesia, classes de perfis entreguistas e portadoras de um
inenarrável e indescritível complexo de vira-lata, porque possuidoras de uma
nostalgia de conotação colonial, pois inexplicável a admiração e a
subalternidade que sentem pelas cortes estrangeiras, que dominam, de forma
imperialista e colonial, suas mentes, seus caráteres, a retirar-lhes quaisquer
sentimentos de brasilidade e autodeterminação. Total falta de amor próprio. Uma
vergonhosa subserviência! “Elite” provinciana e complexada, com vocação para
capataz, e, por conseguinte, para trair, como ocorreu em 1964.
Ataques
infundados, sem quaisquer provas contra a Petrobras e acontecidos antes das
eleições, com o indiscutível propósito de desconstruir a candidatura petista de
Dilma Rousseff e desqualificar o Governo Trabalhista como gestor. O mesmo que
recuperou a Petrobras, investiu pesados recursos em todos seus setores e
segmentos, contratou milhares de trabalhadores por meio de concursos, bem como
recuperou e construiu estaleiros, além de plataformas, similares à P-36, na
época a maior plataforma de prospecção de petróleo do mundo e que foi afundada
no Governo de FHC, aquele tucano que foi ao FMI três vezes, de joelhos,
humilhado e com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes.
Agora
a sociedade tem que suportar as gaiatices de Aécio Neves e seus títeres, a
maldizer a Petrobras, a se aproveitar da cumplicidade da imprensa de mercado
para repercutir mentiras e sandices do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto
Costa, sem quaisquer preocupações com a verdade e com a queda de ações de tão
importante estatal.
Seu
partido, o PSDB, agremiação que vendeu o Brasil, inclusive estatais
estratégicas como a Telebras, a Embratel e a Vale do Rio Doce, quer a criação
de uma CPI quando há poucos meses esvaziou a CPI da Petrobras, onde seus
representantes faltaram a quase todas as sessões por saberem, no fundo, que as
acusações não tinham quaisquer lastros de verdade. As acusações à Petrobras são
eleitoreiras e visam atingir a candidata trabalhista Dilma Rousseff. É isso aí,
e nada mais.
Seria
cômico se não fosse trágica a petulância de um candidato que em Minas
Gerais governou para os ricos em detrimento dos pobres e da classe média.
Esta, coitada, ainda acredita que um dia vai ter as portas da burguesia
franqueadas à sua presença. Ora bolas, tolo é aquele que acredita em ilusão. É
o caso da pequena burguesia empregada dos ricos, com mania de grandeza, repleta
de preconceitos e, sobretudo, sem o controle dos meios de produção. A classe
metida que não tem aonde cair morta.
A
Casa Grande sabe onde seu calo aperta. Sempre soube e por isto considera a
Petrobras o símbolo da independência brasileira desde os tempos do estadista
Getúlio Vargas e do movimento cívico e nacionalista “O Petróleo é Nosso!”, que
derrotou os interesses da direita na época. A Veja — a Última Flor do Fáscio —
é useira e vezeira em publicar matérias de conotação política e eleitoral. Seus
associados de fakes jornalísticos, os jornais Folha de S. Paulo, Estadão,
Correio Braziliense, Zero Hora e O Globo, repercutem a “reportagem” de sábado
de Veja no domingo, a partir do programa global “Fantástico”.
Tal
programa há muito tempo serve de plataforma política para que a
imprensa-empresa na segunda-feira dê continuidade ao assunto, por intermédio do
“Jornal Nacional” e seu congêneres indutores de um jornalismo roto,
esfarrapado, manipulado e, se for o necessário, mentiroso. A verdade é que se
colar, colou. É a estratégia já há muito tempo conhecida efetivada pelos
áulicos do jornalismo de esgoto. Ou seja: repercutir ao máximo o desgaste
político do governo ou de governantes ou autoridades.
Entretanto,
se as acusações ou ilações não forem comprovadas, problema de quem foi citado
ou atingido, porque o estrago, a desconstrução da imagem pessoal e
institucional foi concretizada, como todos sabem e compreendem, explicar depois
que “focinho de porco não é tomada” são outros quinhentos e problema de quem
foi muitas vezes injustiçado.
Afinal
quem manda os governos trabalhistas e democráticos de Dilma e de Lula não
efetivarem o marco regulatório para os meios de comunicação. Quem manda não
regulamentar a Constituição. Enquanto todos os setores da economia são
regulados, o segmento midiático age e se conduz a seu bel-prazer, como quiser e
bem entender, inclusive tentar dar golpes políticos diuturnamente, pois se
tiver oportunidade de derrubar mais um presidente trabalhista, não se enganem,
os magnatas bilionários de imprensa e seus feitores pagos regiamente o farão.
Não se iludem. O passado dessa gente é a prova e a contraprova de suas “boas”
intenções.
Aécio
Neves incrivelmente acenou que vai se utilizar das declarações do preso pela
Justiça, Paulo Roberto Costa, vazada pela revista “Veja”, cuja reportagem não
prova e não comprova nada. Apenas ilações jogadas ao ar, como sempre as
dissemina tal pasquim de péssima qualidade editorial, de extrema direita e que
não tem o mínimo compromisso com a verdade, portanto, com os seus leitores, com
o passar do tempo cada vez mais em números menores.
Como
o programa da direita brasileira se resume a privatizar e a efetivar “medidas
amargas” aos trabalhadores, estudantes e donas de casa e assim favorecer os
jogadores do mercado financeiros e os rentistas, de acordo com anúncios dos
privatistas neoliberais Eduardo Gianetti (Marina Silva) e Armínio Fraga (Aécio
Neves), resta a Aécio Neves a opção de falar em corrupção, a ter como mote as
matérias do sistema midiático privado contra o Governo Trabalhista.
Fazer
o quê, né? Quem não trabalha a sério; quem não distribui renda e riqueza quando
está no poder; quem não luta pela emancipação do povo e independência do Brasil
tem mais que transformar em tábua de salvação a mentira, a falácia e a
manipulação. Dessa forma que agem os partidos conservadores e a imprensa
alienígena para angariar votos dos incautos, dos alienados, dos analfabetos
políticos, ou simplesmente ter a confiança do eleitorado de direita.
A
direita que aposta, por ideologia ou sentimento colonialista, em um País de
joelhos, a reboque da União Europeia e dos Estados Unidos, como sempre
aconteceu, antes de Lula e Dilma Rousseff conquistarem a Presidência da
República. Somente nos governos de Getúlio Vargas e João Goulart houve também a
efetivação de uma política externa independente e não alinhada aos países
considerados desenvolvidos. A política externa implementada pelo Governo do PT,
com certeza, é também um dos principais motivos do ódio e da intolerância da
burguesia brasileira de alma colonizada.
Ao
dar os trâmites por findos, pois sabedor que o tucano Aécio Neves não elaborou
programas e projetos para apresentar ao povo brasileiro, por se tratar de um
candidato programaticamente vazio, decidi por bem ajudá-lo em sua dura lida
quixotesca contra a iniqüidade e os malfeitos humanos, ao tempo em que
aproveito para apresentar mais alguns casos de “supostas” corrupções, porque
espero que o candidato do PSDB exija com tenacidade e até mesmo ferocidade a
resolução desses casos.
Então
vamos lá: 1) Privataria Tucana; 2) Mensalão do PSDB; 3) Mensalão do DEM; Lista
de Furnas; 4) Trensalão de São Paulo; 5) Metrosalão de São Paulo; 5) Caso
Banestado; 6) Vampiros da Saúde; 7) Banco Marka; 8) TRT de São Paulo; 9)
Navalha na Carne; 10) Caso Sudan, 11) Anões do Orçamento, dentre muitos outros
escândalos ocorridos em governos tucanos, que já foram citados, inclusive, pela
imprensa da Casa Grande.
Como
se observa, o tucano Aécio tem vários pratos cheios... E poderá, se assim lhe
interessar ou prover, começar a encher a barriga e matar sua fome imensa de
justiça. Só não pode bancar o paladino da Justiça, da moral, da ética e dos
bons costumes somente contra seus adversários, porque os armários do PSDB estão
repletos de esqueletos. Diga-se de passagem.
A
verdade é que os governos que realmente combateram a corrupção foram os
governos petistas de Lula e Dilma. E quem sabe disso? Respondo: a imprensa
burguesa, que manipula a verdade; a Polícia Federal e o Ministério Público,
além de alguns “agentes” que vazam processos e investigações, inclusive com
sigilo de justiça, para a imprensa de mercado, como ocorre agora com as
declarações do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, à “Veja” (sempre
ela), mas que oficialmente e institucionalmente não foram reconhecidas pelos MP
e Polícia Federal.
Agora,
vamos às perguntas que não querem calar: Quem vazou o inquérito do preso? Qual
é o papel do ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, cuja PF é subordinada a ele?
Por que geralmente é a “Veja” — a Última Flor do Fáscio — que divulga tais
reporcagens vazadas por servidores do Governo? Por que a direita tucana não
apresenta propostas de governo e projeto de País para o povo brasileiro? Por
que a direita se dedica a fofocas, trapaças, pilantragens, ao jornalismo bandido
e à política de essência mequetrefe e rastaquera? Com a palavra, os
interessados...
O
tucano Aécio Neves se autodenonima o “ético”, o “novo”, mas recorre ao velho e
ao superado discurso golpista “mar de lama” do corvo udenista Carlos Lacerda e
de toda a direita brasileira através dos séculos. Apresenta seu programa ao
povo, Aécio, e os compare com os do PT. É assim que se faz política. É isso aí.
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Dag Vulpi