O
que leva um indivíduo a cometer um crime, sem sentir medo ou compaixão?
De
acordo com Robert Hare, autoridade mundial em psicologia criminal e professor
da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), a única característica
inconfundível de um psicopata é, exatamente, “a falta de emoções, da capacidade
de se colocar no lugar de outra pessoa para, pelo menos, imaginar seu
sofrimento”. Hare também acrescenta que um psicopata procura entrar na mente
das pessoas até tentar imaginar o que elas pensam, mas nunca conseguirá chegar
a entender como elas se sentem. Demonstrou-se, inclusive, que um psicopata pode
chegar a se relacionar social ou intelectualmente, mas sempre vendo as pessoas
como objetos, isto é, retiram do outro seus atributos de pessoa para
considerá-lo como coisa.
A
psicopatia é uma anomalia psíquica, um transtorno antissocial da personalidade,
devido à qual, apesar da integridade das funções psíquicas e mentais, a conduta
social do indivíduo que sofre dessa anomalia se encontra patologicamente
alterada.
As
causas que se encontraram do porquê da conduta psicopática indicam que, por
serem indivíduos relativamente insensíveis à dor física, quase nunca adquirem
medos condicionados, tais como o medo da desaprovação social ou da humilhação,
medo de que restrinjam suas más ações, medos esses que dariam a esses
indivíduos um senso do bem e do mal.
As
características de conduta do psicopata poderiam ser determinadas tanto por
fatores fisiológicos como por fatores sócio-psicológicos. A conduta psicopática
poderia ser causada por traumas infantis que geram conflitos, devido aos quais
a “Criança” não pode se identificar com o progenitor do mesmo sexo nem se
apropriar de suas normas morais. Os psicólogos comportamentais acreditam que a
conduta psicopática resulta do aprendizado.
O
psiquiatra norte-americano Hervey M. Cleckley, pioneiro na pesquisa sobre
psicopatia, identificou há algum tempo, em 1941, em seu reconhecido livro The Mask of Sanity (A
Máscara da Sanidade), quatro subtipos diferentes de psicopatas:
Os PSICOPATAS
PRIMÁRIOS não respondem ao castigo, à apreensão, à tensão e nem à
desaprovação. Parecem ser capazes de inibir seus impulsos antissociais quase
todo o tempo, não devido à consciência, mas sim porque isso atende ao seu
propósito naquele momento. As palavras parecem não ter o mesmo significado para
eles que têm para nós. Não têm nenhum projeto de vida e parecem ser incapazes
de experimentar qualquer tipo de emoção genuína.
Os PSICOPATAS
SECUNDÁRIOS são arriscados, mas são indivíduos mais propensos a reagir
frente a situações de estresse, são beligerantes e propensos ao sentimento de
culpa. Os psicopatas desse tipo se expõem a situações mais estressantes do que
uma pessoa comum, mas são tão vulneráveis ao estresse como a pessoa comum. São
pessoas ousadas, aventureiras e pouco convencionais, que começaram a
estabelecer suas próprias regras do jogo desde cedo. São fortemente conduzidos
por um desejo de escapar ou de evitar a dor, mas também são incapazes de resistir
à tentação. Tanto os psicopatas primários como os secundários estão
subdivididos em:
PSICOPATAS
DESCONTROLADOS: são os que parecem se aborrecer ou enlouquecer mais
facilmente e com mais frequência do que outros subtipos. Seu
delírio se assemelhará a um ataque de epilepsia. Em geral também são homens com
impulsos sexuais incrivelmente fortes, capazes de façanhas assombrosas com sua
energia sexual. Também parecem estar caracterizados por desejos muito fortes,
como o vício em drogas, a cleptomania, a pedofilia ou qualquer tipo de
indulgência ilícita ou ilegal.
PSICOPATAS
CARISMÁTICOS: são mentirosos, encantadores e atraentes. Em geral são
dotados de um ou outro talento e o utilizam a seu favor para manipular os
outros. São geralmente compradores e possuem uma capacidade quase demoníaca de
persuadir os outros a abandonarem tudo o que possuem, inclusive suas vidas. Com
frequencia, esse subtipo chega a acreditar em suas próprias invenções. São
irresistíveis.
O
psicólogo criminal Robert Hare diz que os psicopatas “não sentem nenhuma
angústia pessoal e não tem nenhum problema; o problema quem tem são os outros.
Sua capacidade para castigar suas vítimas se baseia em um comportamento anormal
do cérebro, que reage de forma completamente diferente do que o de uma pessoa
sã”.
Anos
atrás o doutor Hare com base na revisão de registros
penitenciários e de entrevistas realizadas com criminosos, concluiu que esse
tipo de personalidade pode ser avaliado por meio de uma lista de 20
características ou sintomas:
1 Loquacidade /
Encanto superficial.
2 Egocentrismo / Sensação grandiosa de autoestima.
3 Necessidade de estimulação / Tendência ao tédio.
4 Mentira patológica.
5 Direção / Manipulação.
6 Falta de remorso e de sentimento de culpa.
7 Afetos pouco profundos.
8 Insensibilidade / Falta de empatia.
9 Estilo de vida parasita.
10 Falta de controle comportamental.
11 Conduta sexual promiscua.
12 Problemas precoces de comportamento.
13 Falta de metas realistas no longo prazo.
14 Impulsividade.
15 Irresponsabilidade.
16 Incapacidade de aceitar a responsabilidade pelas próprias ações.
17 Várias relações maritais breves.
18 Delinquência juvenil.
19 Revogação da liberdade condicional.
20 Versatilidade criminal.
2 Egocentrismo / Sensação grandiosa de autoestima.
3 Necessidade de estimulação / Tendência ao tédio.
4 Mentira patológica.
5 Direção / Manipulação.
6 Falta de remorso e de sentimento de culpa.
7 Afetos pouco profundos.
8 Insensibilidade / Falta de empatia.
9 Estilo de vida parasita.
10 Falta de controle comportamental.
11 Conduta sexual promiscua.
12 Problemas precoces de comportamento.
13 Falta de metas realistas no longo prazo.
14 Impulsividade.
15 Irresponsabilidade.
16 Incapacidade de aceitar a responsabilidade pelas próprias ações.
17 Várias relações maritais breves.
18 Delinquência juvenil.
19 Revogação da liberdade condicional.
20 Versatilidade criminal.
Por
sua vez, de acordo com um estudo recente realizado pelo professor da
Universidade de Cornell, Jeff Hancock e seus colegas, os psicopatas tendem a
escolher palavras bastante concretas quando falam de seus crimes. O relatório
foi publicado na revista Legal and Criminological Psychology (Psicologia
Legal e Criminal), e revelou que 14 homens usavam mais palavras como “porque”
ou “portanto”, o que indica que possuem um objetivo claro quando cometem seus
crimes. E usam duas vezes mais termos relacionados a necessidades físicas como
alimentos, sexo e dinheiro. Em seu discurso incluem apenas palavras que façam
referências à família, à religião e a outras necessidades sociais. Também
costumam usar mais o tempo passado e falar de forma menos fluida, empregando
mais “ums” e uhs” do que o resto da população.
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Fontes
consultadas:
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