Camila
Maciel - Repórter da Agência Brasil
Um
manifesto com mais de 80 assinaturas de organizações da sociedade civil e de
ativistas políticos pede ao governo brasileiro medidas mais enérgicas em
relação a Israel como forma de sanção pelos ataques à Faixa de Gaza. O
documento, protocolado no escritório da Presidência da República em São Paulo
no dia 25, é encabeçado pelo movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS)
e pede o rompimento imediato das relações militares, comerciais e diplomáticas
com Israel. As entidades cobram também o fim do Acordo de Livre Comércio do
Mercosul com o país e de contratos com empresas israelenses.
No
texto, as entidades lembram que os ataques iniciados por Israel no início deste
mês já resultaram na morte de mais de 600 palestinos (o número já passa de
mil), sendo a maioria civis, 3 mil feridos e 40 mil desabrigados. “É
imperativo, nesse sentido, isolar militar, econômica e politicamente Israel.
Não se trata apenas de um dever moral do Estado brasileiro, mas também de uma
obrigação jurídica”, assinala o manifesto.
As
organizações que assinam o documento destacam que a Corte Internacional de
Justiça (CIJ) considerou ilegal a construção de um muro por Israel na
Cisjordânia. O manifesto lembra ainda o apelo internacional de ganhadores do
Nobel da Paz e acadêmicos para que os países assumam um embargo militar a
Israel.
“Na
contramão disto, lamentavelmente, o Brasil permanece o quarto maior importador
de tecnologia militar israelense no mundo”, criticam os signatários. Um dos
contratos, segundo o manifesto, é mantido com a Elbit Systems, através de
subsidiárias. A empresa israelense é responsável pela construção de veículos
aéreos não tripulados que são usados nos ataques a Gaza. Além disso, é uma das
12 companhias envolvidas na construção do “muro do apartheid”, de acordo
com o manifesto. Para as entidades, os palestinos se tornaram “verdadeiros
laboratórios humanos das armas vendidas depois para o Brasil e o mundo”.
Em
relação ao Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e Israel, as organizações
lembram que ele já foi suspenso temporariamente em julho de 2006, quando
ocorreu o ataque israelense ao Líbano e a Gaza. Elas pedem, portanto, a suspensão
do acordo por tempo indeterminado ou até que o país cumpra as leis
internacionais. Por fim, as entidades pedem a condenação pública das prisões
políticas, do tratamento desumano aos prisioneiros e a libertação imediata de
todos os presos políticos palestinos.
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