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OFERTA MUNDIAL – 2011
Os Elementos
Terras Raras (ETR) compõem um grupo de elementos químicos da série dos
Lantanídeos (número atômico entre 57 a 71), começando por lantânio (La) e
terminando por lutécio (Lu), acrescidos do escândio (Sc) e do ítrio (Y), que
apresentam comportamentos químicos similares. A aparência terrosa de seus
óxidos levou à denominação de “terras”; quanto à raridade (“raras”), é mais em
função de que as jazidas desses elementos são em pequeno número, embora, na
crosta terrestre, alguns deles tenham concentrações similares a do cromo,
níquel, cobre ou chumbo. Os ETR estão contidos, principalmente, nos minerais
dos grupos da bastnaesita (Ce, La)CO3F, monazita (Ce, La)PO4, argilas iônicas portadoras
de terras raras e xenotímio (YPO4). As maiores reservas de bastnaesita estão na
China (Baotou) e nos EUA (Mountain Pass, Califórnia). No Brasil, Austrália,
Índia, África do Sul, Tailândia e Sri Lanka, os ETR ocorrem na monazita e em
areias com outros minerais pesados (ilmenita, zirconita e rutilo). No Brasil, também
se destaca a ocorrência de importantes depósitos de ETR em carbonatitos, como
em Catalão (GO), Araxá (MG), Mato Preto (PR) e outros.
A China possui
cerca de 50% das reservas mundiais de terras raras, seguida pela Comunidade dos
Estados Independentes (CEI) e dos EUA. A China também continua na liderança da
produção mundial, com mais de 97% dos óxidos de terras raras produzidos em
2011. A China consome mais de 67% da produção mundial, seguida pelo Japão, EUA e
Alemanha. Embora haja muita pesquisa sobre o assunto, não há substitutos para
os diversos usos dos ETR.
As reservas medidas
brasileiras de terras raras representam menos de 1% do total mundial, estando
localizadas nos estados de Minas Gerais (Poços de Caldas, São Gonçalo do Sapucaí,
Pouso Alegre, dentre outros) e Rio de Janeiro (São Francisco do Itabapoana). As
empresas que detêm essas reservas são: Mineração Terras Raras (6 Mt de reservas
lavráveis, com teor de 0,5% de óxidos de TR, num total de 30 mil t); Indústrias
Nucleares do Brasil – INB (609 mil t de reserva lavrável, com teor de 0,103% de
monazita, com 627 t) e Vale (17,2 mil t de TR de reservas medidas e indicadas,
contendo 57% de monazita, equivalente a 9,7 mil t). Outras reservas, ainda não
aprovadas pelo DNPM, encontram-se na província mineral de Pitinga, em
Presidente Figueiredo (AM), com 2 milhões de t de xenotímio, e teor de 1% de
ítrio, e Catalão(GO), onde a Anglo American Brasil é proprietária de um
depósito com 1,1 milhão de t de fosfato contendo cério e lantânio, com teor de
7,6% e teores de urânio e tório baixíssimos (Rosental, 2008). No rejeito da
mineração do nióbio da CBMM, em Araxá, estão concentradas quantidades
importantes de terras raras, com potencial de aproveitamento.
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PRODUÇÃO INTERNA
O desestímulo
à produção interna de terras raras, da mesma forma que no mercado
internacional, deve-se à grande produção chinesa. O consumo no mercado mundial
é dificultado pela política de redução de cotas incrementada em 2011 e
consequente aumento de preços dos produtos, embora uma tendência de queda dos mesmos
seja constatada no final do ano. De qualquer forma, o uso dos ETRs em materiais
de alta tecnologia tem significado estratégico para qualquer país consumidor,
devendo, portanto, serem implementadas as medidas necessárias à retomada da
produção interna, seja no desenvolvimento de rotas tecnológicas avançadas, seja
na intensificação da pesquisa mineral e definição de novas jazidas.
TERRAS
RARAS
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IMPORTAÇÃO
Em 2011, o
Brasil importou compostos químicos e produtos manufaturados com ETRs no
montante de US$ 53,64 milhões (FOB). Estas importações foram originadas
principalmente dos seguintes países: nos produtos manufaturados, China (74%),
Bulgária (11%), Estados Unidos da América (9%), Austrália (2%) e Bélgica (2%);
nos compostos químicos, China (92%), Estados Unidos da América (3%), França
(3%) e Espanha (1%). A Tabela 2 mostra claramente a dependência
do Brasil em
TR.
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EXPORTAÇÃO
O Brasil
exportou, em 2011, compostos químicos e produtos manufaturados no montante de
US$ 463mil (FOB). O principal país de destino dos compostos químicos exportados
foi a Espanha (96%), seguida pela República Dominicana (2%) e Peru (1%). Para
os produtos manufaturados, os principais países de destino foram Angola (26 %),
Reino Unido (25%), Canadá (19%), Estados Unidos da América (15%) e Jamaica
(4%).
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CONSUMO INTERNO
Entre as principais
aplicações dos compostos de terras raras no Brasil, como no resto do mundo,
estão: composição e polimentos de vidros e lentes especiais, catalisadores de
automóveis, refino de petróleo, fósforo para tubos catódicos de televisor em
cores, imãs permanente para motores miniaturizados, ressonância magnética
nuclear, cristais geradores de laser, supercondutores e absorvedores de
hidrogênio.
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PROJETOS EM ANDAMENTO OU PREVISTOS
O aumento dos
preços internacionais das terras raras, a partir da diminuição das cotas de
exportação da China, provocou no Brasil um retorno à discussão de projetos de
beneficiamento de terras paralisados nos anos 90, tanto ao nível do governo
como da iniciativa privada, sendo de destacar a realização do 1º. Seminário
Brasileiro de Terras Raras, em 7/12/2011, no Rio de Janeiro, promovido pelo
Governo Federal (MME/MCTI),no qual foram apresentados os usos das TR no Brasil,
o desenvolvimento de diferentes rotas tecnológicas para nossos minérios, a
programação do mapeamento geológico específico para TR e a discussão sobre
cadeias produtivas para TR. Neste Seminário, a empresa Mbac informou sua
intenção de apresentar o estudo de viabilidade financeira de seu projeto de
Araxá, no 1º. Trimestre de 2013.
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OUTROS FATORES RELEVANTES
A diminuição
de cotas de exportações da China, que começou a ser implantada no final de
2010, levou à elevação dos
preços internacionais durante todo o ano de 2011 e provocou um maior interesse
na pesquisa mineral e na produção de terras raras em outros países (EUA,
Canadá, Austrália, Vietnam, África do Sul), inclusive na reativação da mina de
Mountain Pass, prevista para 2012.
Romualdo Homobono Paes de Andrade – DNPM/MS, Tel.: (67) 3382-4911, E-mail: romualdo.andrade@dnpm.gov.br
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