Por Bruno Bocchini da Agência
Brasil
Filhos de perseguidos políticos do regime militar foram anistiados hoje (4), em São Paulo, pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça (MJ), beneficiados pelos 24 requerimentos julgados pela Caravana da Anistia.
“Todos eles têm em comum a característica de se tratarem de filhos e filhas do exílio, da clandestinidade. O que nos faz permitir dar visibilidade à brutalidade do regime ditatorial sobre a vida das crianças, e de percebermos que os danos impingidos a um perseguido político são danos transgeracionais”, disse o o secretário nacional de Justiça do MJ, Paulo Abrão, que preside a Comissão de Anistia.
Entre os anistiados, estão os irmãos Jorge, Gilse e Mayra Barbosa Guedes, filhos dos perseguidos políticos Nair Barbosa Guedes e José Luiz Moreira Guedes, que viveram na clandestinidade, no período do regime militar.
“Meus pais saíram do país fugindo da repressão, eu fiquei com meus avós, que nos levaram para a França. Fui registrada com nome falso em São Paulo, mas nasci em Maceió. Nós, enquanto crianças, não tínhamos escolha. Tenho muito orgulho dos meus pais, mas as crianças querem ficar com eles. E eu fui privada do contato com meus familiares”, disse Gilse.
Os anistiados recebem indenização e um pedido formal de desculpas do MJ. Além dos irmãos, foram deferidos os pedidos de anistia de Kátia Elisa Pinto, Francisco Leonel Ferreira Martins, Gabriela Maya, Iracema Duval da Silva Sant’anna Oliveira, Moema Seffrin Custódio, Urubatan Duval da Silva, Flávia Macedo e Castro, João Paulo Macedo e Castro, Celina Leiro Rabelo, Lene Silvany Rodrigues Lima Santos, Valeria Rodrigues Lima Gradin, Juliana Cosenza de Avelar, Gilda Cosenza Avelar, André Luis Leiro Rabelo, Julieta Silvany Rodrigues Lima, André Almeida Cunha Arantes, Priscila Almeida Cunha Arantes, Jorge Luiz Guimarães Panzera, Mauro Guimarães Panzera, Maurício Guimarães Panzera e Iracema Guisoni.
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