PT
quer investigar aval da Câmara à ida de prefeito ao exterior
O PT de Vila
Velha vai pedir abertura de CPI na Câmara municipal para que seja apurado o
motivo da inclusão de ofício do prefeito Rodney Miranda (DEM) - por meio do
qual ele comunicou as férias - em uma ata de sessão na qual o comunicado não
foi apreciado. Conforme A GAZETA publicou ontem com exclusividade, o texto da
ata divulgada não corresponde ao lido em plenário, nem à ata da mesma sessão,
publicada no site do Legislativo.
Em nota, o partido informou querer a punição dos responsáveis pela mudança no documento. O requerimento de CPI será encaminhado por meio do vereador Zé Nilton (PT). “Não teremos problema em propor a averiguação. A Câmara não tem que omitir nada”, disse.
O Ministério
Público Estadual (MPES) informou que acompanha o caso, por meio da promotoria
de Justiça de Vila Velha. O órgão havia recebido denúncia do PCdoB sobre o
caso. A sigla sustenta que a viagem de Rodney a Nova York, enquanto a cidade
sofria com as chuvas, foi ilegal. O partido pontua que ela foi realizada sem
aprovação da Câmara e antes de o prefeito completar um ano de trabalho. Os
comunistas também colhem assinaturas na cidade para substanciar futuro pedido
de impeachment do prefeito.
Confusão
Leia mais sobre o caso: Câmara de Vila Velha alterou ata sobre viagem de Rodney
A confusão
começou com resposta dada pela Câmara ao pedido de esclarecimento feito por um
representante comercial por meio da Lei de Acesso à Informação. Ele quis saber
como e quando o comunicado do prefeito sobre a viagem foi devidamente lido,
aprovado em plenário e, consequentemente, amplamente divulgado.
O Legislativo informou que a informação estava na ata do dia 10 de dezembro. No entanto, na ata que está no site da Câmara não aparece o registro. A única diferença para o documento enviado a ele é o acréscimo do parágrafo referindo à solicitação de afastamento do prefeito.
Datas diversas
E o texto lido em plenário é justamente o da ata que está no site, sem ofício, e não a da ata enviada ao representante comercial.
O presidente da Câmara, Ivan Carlini (DEM), garante que o pedido foi devidamente lido e aprovado pelo plenário durante a fase de leitura do expediente. Primeiro ele disse que o fato ocorreu na sessão do dia 12. Depois, na do dia 10. As atas e as gravações das reuniões, porém, apontam o contrário.
Contradições
Lei de Acesso
Atendendo ao
pedido de um cidadão, a Câmara de Vila Velha enviou ata da sessão do dia 10 de
dezembro. No texto, consta a aprovação do afastamento do prefeito Rodney
Miranda para o período de 18 a 31 de dezembro.
Diferente
Vídeo da sessão seguinte, quando a ata foi lida, revela que o texto enviado ao cidadão é diferente do lido em plenário e do divulgado no site da Câmara.
Visita
Inicialmente, o presidente da Câmara, Ivan Carlini, garantiu que o afastamento de Rodney tinha sido lido e aprovado no dia 12 de dezembro, quando o prefeito foi à Câmara prestar contas. Ontem, ele mudou o discurso e disse que poderia ter sido no dia 10. No vídeo da sessão do dia 10 também não há menção ao afastamento.
Diferente
Vídeo da sessão seguinte, quando a ata foi lida, revela que o texto enviado ao cidadão é diferente do lido em plenário e do divulgado no site da Câmara.
Visita
Inicialmente, o presidente da Câmara, Ivan Carlini, garantiu que o afastamento de Rodney tinha sido lido e aprovado no dia 12 de dezembro, quando o prefeito foi à Câmara prestar contas. Ontem, ele mudou o discurso e disse que poderia ter sido no dia 10. No vídeo da sessão do dia 10 também não há menção ao afastamento.
Outra Ata
A ata da
sessão do dia 12, da qual participaram prefeito e secretários, também não faz
nenhuma referência ao pedido de afastamento. Segundo a prefeitura, a
solicitação foi protocolada na Câmara em 6 de dezembro.
Diretor é chamado às pressas das férias para se explicar
O diretor legislativo da Câmara de Vila Velha, Pedro Mendes, está de férias em janeiro, mas foi chamado ao trabalho ontem para tentar explicar aos vereadores o que pode justificar as duas atas diferentes. Ele é o responsável por elaborar os textos dos expedientes da Casa e revisar as atas taquigráficas.
“Tirei ele das férias. Até amanhã (hoje) a gente dá uma resposta para você. Faltou zelo da parte legislativa, mas não temos nada a esconder”, afirmou o diretor administrativo da Câmara, Reginaldo Loureiro.
Mendes não quis comentar o caso. “Amanhã (hoje) a gente conversa. Faça sua parte que eu faço a minha”, disse.
O presidente da Casa, Ivan Carlini (DEM), também deu a Mendes a tarefa de “descobrir” quando, de fato, o ofício de Rodney Miranda (DEM) foi oficialmente lido. Até terça, Carlini garantia que foi no dia 12. Agora, diz não se lembrar quando ocorreu. A justificativa dele para o fato de nenhuma ata detalhar a aprovação do afastamento é um “erro de digitação”.
Lei Orgânica
Em seu artigo
73, a legislação municipal trata como “infração político-administrativa” o fato
do prefeito “afastar-se da prefeitura, sem autorização da Câmara”. Por isso,
avalia-se que o ofício deveria ter sido aprovado.
Em nota, a prefeitura informou que o pedido de afastamento foi feito no prazo legal e “teve resposta positiva” da Câmara.
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