"A
atividade econômica no setor industrial expandiu por conta de um crescimento
mais forte da produção, com as empresas sinalizando o primeiro aumento mensal
nas novas encomendas em seis meses", destacou o economista-chefe do HSBC,
André Lóes; houve crescimento da produção pelo quarto mês seguido, com os
entrevistados citando como razão a entrada de novos contratos; novos pedidos
cresceram pela primeira vez desde junho com as empresas relatando
fortalecimento na demanda
Por Camila
Moreira
SÃO PAULO, 2
Jan (Reuters) - A atividade industrial brasileira se expandiu em dezembro
e atingiu o nível mais alto desde abril, em meio ao crescimento da produção e
de novos negócios, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla
em inglês) divulgado nesta quinta-feira.
O PMI do
instituto Markit voltou a ficar acima da marca de 50 que separa crescimento de
contração ao atingir 50,5 em dezembro, ante 49,7 em novembro, no melhor
resultado desde a marca de 50,8 atingida em abril.
"A
atividade econômica no setor industrial expandiu por conta de um crescimento
mais forte da produção, com as empresas sinalizando o primeiro aumento mensal
nas novas encomendas em seis meses", destacou o economista-chefe do HSBC,
André Lóes.
De acordo com
o Markit, houve crescimento da produção pelo quarto mês seguido, com os
entrevistados citando como razão a entrada de novos contratos.
Os novos
pedidos cresceram pela primeira vez desde junho com as empresas relatando
fortalecimento na demanda, ainda que tenham destacado a incerteza econômica
como um peso sobre o otimismo dos clientes.
Por outro
lado, o volume de novos pedidos do exterior ficou estagnado, em meio a uma
demanda contida e aumento da concorrência externa.
O subsetor de
bens de consumo foi o que apresentou melhor desempenho em dezembro, com taxas
de crescimento de produção e volume de novos pedidos superando as das empresas
produtoras de bens intermediários. Em contraste, a produção de bens de capital
recuou.
Apesar do
cenário favorável, os fabricantes brasileiros continuaram a reduzir suas forças
de trabalho em dezembro, com o nível de emprego caindo pelo nono mês seguido,
embora no ritmo mais fraco desde abril.
O Markit
destacou ainda que tanto os preços de insumo quanto os de produção aumentaram
em dezembro, embora a taxa de inflação de preços cobrados tenha atingido recorde
de baixa de 17 meses.
"Os
fabricantes continuaram a indicar que a moeda fraca resultou em preços mais
elevados pagos por matérias-primas importadas, e que as cargas adicionais de
custo foram parcialmente repassadas aos clientes", disse em nota.
A indústria
brasileira viveu um ano de altos e baixos em 2013. De acordo com o dado mais
recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção
do setor surpreendeu em outubro ao crescer 0,6 por cento sobre o mês anterior,
mantendo-se pelo terceiro mês seguido em território positivo, porém ainda
mostrou uma recuperação moderada do setor.
(Edição de
Raquel Stenzel)
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