Em artigo
publicado na edição de janeiro da revista francesa L'Humanité Dimanche,
presidente afirma que em 2014 participará de três eventos multilaterais
que resultarão em significativa contribuição à democratização das relações
internacionais; sobre a governança da internet, declarou que "as
recentes revelações sobre espionagem eletrônica exigem respostas de toda a
comunidade internacional"
Blog do
Planalto - A presidenta Dilma Rousseff afirmou, em artigo publicado na
edição de janeiro da revista L'Humanité Dimanche, que em 2014 participará de três
eventos multilaterais que resultarão em significativa contribuição à
democratização das relações internacionais: a IV Cúpula da Comunidade de Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), a Cúpula do BRICS e a Reunião
Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da Internet, os dois últimos
sediados no Brasil. No artigo, intitulado CELAC, BRICS e Governança da
Internet, Dilma defende uma governança internacional representativa e
transparente, capaz de dar respostas aos desafios do século XXI.
"O
cenário internacional está repleto de desafios, mas também de oportunidades.
Nenhum país pode enfrentar essa conjuntura isoladamente. É imprescindível forjar
uma governança internacional representativa e transparente, capaz de dar
respostas coletivas e duradouras para os desafios e também de partilhar as
oportunidades que se apresentam no século XXI. Esse é o compromisso que o
Brasil vai reafirmar em 2014″.
Sobre a IV
CELAC, que será realizada em Havana no final deste mês, Dilma avaliou ser a
consolidação de um processo iniciado em 2008, no Brasil, quando se reuniram
pela primeira vez na história os 33 Chefes de Estado e de Governo da América
Latina e do Caribe. Para a presidenta, os países participantes têm como desafio
preservar o ciclo atual de desenvolvimento apesar das turbulências na economia
internacional e avançar no fortalecimento de um projeto de crescimento
solidário.
A reforma das
estruturas de governança econômica mundial foi outro ponto defendido pela
presidenta no artigo. Segundo ela, a reforma somente ocorrerá se os países do
BRICS continuarem conjuntamente pressionando por elas.
"Em nossa
diversidade, estamos unidos pela capacidade de enfrentar os grandes problemas
mundiais a partir de uma perspectiva que privilegia o crescimento econômico e o
bem-estar de nossos povos. Atuamos em conjunto em prol do crescimento
inclusivo, com geração de empregos. Defendemos que as instituições de governança
econômica e política global reflitam o peso específico de nossos países, e dos
países em desenvolvimento em geral. Esse é um imperativo para a democratização
das relações internacionais no início deste século".
Dilma concluiu
o artigo reafirmando que é essencial estabelecer princípios universais para a
governança da Internet. Segundo a presidenta, a arquitetura para a governança
da Internet deve contribuir para a construção de sociedades do conhecimento
inclusivas, orientadas para o desenvolvimento e não-discriminatórias. A
presidenta lembrou que foi com esse objetivo que Brasil e Alemanha apresentaram
o projeto de resolução "O direito à privacidade na era digital",
aprovado por consenso na III Comissão da 68ª Assembleia Geral das Nações
Unidas.
"As
recentes revelações sobre espionagem eletrônica exigem respostas de toda a
comunidade internacional. É necessário evitar que o espaço cibernético seja
instrumentalizado para fins indevidos. Ao mesmo tempo, nos cabe propiciar o
aproveitamento do pleno potencial da Internet, assegurando liberdade de
expressão, segurança e respeito aos direitos humanos".
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