Colunistas que
na época das manifestações populares, em junho passado, previam o fim da era do
PT no poder, hoje enxergam a continuidade de Dilma Rousseff no Palácio do
Planalto; Diogo Mainardi acredita na reeleição da petista, "apesar de a
cúpula do seu partido ter sido presa por corrupção"; Guilherme Fiúza, da
revista Época, prevê tríplice coroa aos petistas, com a vitória, além de Dilma,
de Alexandre Padilha e Fernando Pimentel, em São Paulo e em Minas; o mesmo
avalia Eliane Cantanhêde, da Folha de S.Paulo, para quem Dilma é "favorita"
e o partido está "a caminho de 16 anos na Presidência"; Reinaldo
Azevedo fala em "vitória da inércia"; na primeira edição do ano, a
revista britânica The Economist afirmou que a presidente "vai ser difícil
de ser batida" na eleição de 2014
Blog
Dag Vulpi – Os
colunistas da grande imprensa que, durante as manifestações de junho, no ano
passado, previam o fim da era do PT no poder, parecem ter mudado de posição. Em
artigos recentes, nomes de grandes jornais e revistas, como Veja, Época e Folha
de S.Paulo, admitem o favoritismo da presidente Dilma Rousseff nas eleições de
2014. Até mesmo a revista britânica The Economist analisou, em sua primeira
edição do ano, que Dilma "será difícil de ser batida" na próxima
eleição (leia mais aqui).
O ex-colunista
de Veja e hoje apresentador da Globo News Diogo Mainardi, um dos maiores
conservadores brasileiros, admitiu em artigo publicado no jornal italiano
Corriere della Sera na última terça-feira 31 que acredita na reeleição da
petista, "apesar de a cúpula do seu partido ter sido presa por
corrupção". Reinaldo Azevedo, da revista da editora Abril e da Folha de
S.Paulo, criticou em novembro passado a falta de rumo da
oposição e avaliou que a liderança de Dilma Rousseff no primeiro turno seria a
"vitória da inércia".
Nesta
sexta-feira 3, Eliane Cantanhêde, da Folha e da Globo News, publicou um artigo em que chama a atenção para o fato
de que o partido governista não pode ficar forte demais, controlando a
presidência da República, com Dilma, e tendo candidatos fortes no
"triângulo das Bermudas", com os ministros Fernando Pimentel, em
Minas, Alexandre Padilha, em São Paulo, e o senador Lindbergh Farias, no Rio de
Janeiro. Segundo ela, Dilma é "favorita" e o partido está "a
caminho de 16 anos na Presidência". "Antes, ninguém segurava este
país. Agora, ninguém segura o PT?", questionou.
Guilherme
Fiúza, da revista Época, adotou uma linha de raciocínio parecido. Em sua última coluna na publicação da editora Globo, o
jornalista prevê a tríplice coroa ao PT, com a reeleição de Dilma e a vitória
de Alexandre Padilha em São Paulo, que se somaria à conquista recente de
Fernando Haddad na capital paulista. "Com o Palácio do Planalto, a
prefeitura e o governo de São Paulo nas mãos, o PT mostrará ao país o que é bom
para a tosse", afirmou Fiúza, segundo quem "a última coisa séria que
se fez no Brasil foi o Plano Real", em 1994.
Diante de
tantas admissões sobre a provável vitória de Dilma e um novo governo do PT,
estariam os conservadores já conformados com a derrota da oposição, dez meses
antes das eleições?
Do 247
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