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Dag Vulpi –
O juiz espanhol responsável pela condução do processo que acusa a filha do rei da Espanha, Juan Carlos, a infanta Cristina de Borbón, de desvio de fundos e
lavagem de dinheiro, acredita que o caso não será suspenso. Segundo José
Castro, a sua decisão de condenar a infanta pelos crimes citados deverá ser
mantida independentemente dos recursos que serão apresentados pela defesa em um
prazo de cinco dias. Ontem (7), Castro apresentou o processo que envolve
Cristina, que contém uma intimação para ela seja ouvida pela Justiça no dia
8 de março.
Se as
acusações à infanta forem mantidas, ela poderá ter de cumprir penas de seis e
cinco anos de prisão por desvio e lavagem de dinheiro, respectivamente. A filha
do rei Juan Carlos está envolvida no processo por ser coproprietária da empresa
de bens imobiliários Aizoon, com 50% do total. A outra metade pertence a seu
marido, Iñaki Urdangarín. A empresa teria desviado mais de 1 milhão de euros em
fundos públicos, por meio do Instituto Nóos, investigado há anos por uso
indevido de recursos públicos.
Esta é a
segunda vez, em menos de um ano, que a filha caçula do rei enfrenta a
possibilidade de ser julgada, fato inédito para um integrante da família real
na história democrática da Espanha. De acordo com o advogado de Cristina,
Miguel Roca, a defesa está preparando o recurso para interpor na Justiça.
"A infanta quer que se faça justiça. Isto é uma coisa séria, em que estão
em jogo direitos, interesses e avaliações", disse Roca.
Desde o final
de 2001, a Justiça da Espanha investiga o marido de Cristina, Iñaki Urdangarín,
e seu ex-sócio, Diego Torres, pelo desvio de mais de 6 milhões de euros em
fundos públicos dos governos das Ilhas Baleares - um arquipélago no Mar
Mediterrâneo que pertence à Espanha - e da província de Valência, no Leste do
país.
Esses fundos
foram adjudicados entre 2004 e 2007 ao Instituto Nóos para a organização de
cinco eventos, para os quais não foi feita licitação. Parte do dinheiro foi
usada para gastos da Aizoon - que pertence à infanta e ao marido.
Em abril deste
ano, o juiz José Castro encontrou 14 indícios de cumplicidade presumida e
colaboração necessária de Cristina de Borbón com as atividades ilícitas do
marido. No processo, o juiz descreve a empresa dos membros da família real como
uma "sociedade criada para desviar fundos apropriados ilicitamente".
Apesar dos indícios, a defesa recorreu da decisão de Castro.
Nos meses
seguintes, por meio do rastreamento minucioso de contas, cartões de crédito,
propriedades e declarações fiscais da infanta Cristina, o juiz encontrou novos
indícios. Segundo ele, o casal usou verba da Aizoon para gastos estritamente
pessoais, como viagens ao exterior, presentes, decoração, pagamento de
empregados, entre outros. Para o magistrado, esses gastos não declarados podem
constituir delito à Fazenda Pública.
Da Agência
Brasil *
* Com
informações da Telam
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