Ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) diz que possível candidatura do presidente do Supremo
Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, à Presidência "é um sinal de fraqueza
institucional"; para ele, quando a sociedade enxerga em Barbosa "um
salvador" é a mostra de que a democracia no Brasil ainda não está
consolidada; FHC frisa também que presidente do STF "não tem
traquejo" e uma candidatura do ministro ao Planalto seria uma
"aventura"; "Não creio que ele tenha as características
necessárias para conduzir o Brasil", afirma
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Dag Vulpi - O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) avalia que o presidente do
Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, "não tem traquejo" para
ocupar a Presidência da República, além de ver a possibilidade de uma
candidatura do ministro ao Planalto como uma "aventura". Para FHC,
seria "mais positivo" se ele optasse pelo Senado ou pela
Vice-Presidência.
"Ele não
tem o traquejo, treinamento para isso (ser presidente). Uma coisa é fazer
carreira de juiz. Outra coisa é ter capacidade de liderar um País. Eu não creio
que ele tenha as características necessárias para conduzir o Brasil de maneira
a não provocar grandes crises no País", afirmou FHC em entrevista ao
programa Manhattan Connection, da Globonews.
O tucano
comparou uma possível candidatura de Joaquim Barbosa, que se destacou no
cenário político por liderar o julgamento da Ação Penal 470, o mensalão, com a
do ex-presidente Fernando Collor, que não tinha direção partidária e acabou em
processo de impeachment. "É um sinal da fraqueza institucional nossa",
frisou.
"As
pessoas descreem tanto nas instituições que buscam heróis salvadores. Ele teria
que ter um partido para começar, acho que ele é uma pessoa que tem sentido
comum e duvido que vá fazer uma aventura desse tipo", disse o
ex-presidente. "O sentimento de que nós precisamos ainda de um salvador é
a mostra de que nossa democracia não está ainda consolidada. É perigoso",
completou.
Questionado
sobre quem seria o melhor candidato de oposição, se o tucano Aécio Neves, ou
Eduardo Campos (PSB), Fernando Henrique foi diplomático. "Vamos ver na
campanha quem vai se alçar a líder nacional, de estadista. Não sei ainda qual
dos dois vai assumir esta posição. Eu torço para Aécio porque tenho mais
ligações com ele. Quem assumir essa posição coerente, moderna, decente, não
ligado a corrupção e que tenha capacidade de dizer coisa com coisa - esse tem
chance de avançar", disse.
Quanto a uma
possível derrota da presidente Dilma, que lidera as preferências dos eleitores
na reeleição, Fernando Henrique disse que em uma escala de zero a dez ela fica
em cinco. A seu favor, segundo o ex-presidente, Dilma tem a vantagem de estar
no cargo e ter presença contínua na mídia. Mas apontou um "certo mal estar
na sociedade", em que incluiu desde o trânsito até a violência e a
inflação, "que criam um clima que pode permitir uma mudança".
Pelo Facebook,
em mensagem de final de ano, FHC fez novas críticas ao governo, elogiou as
manifestações e o STF. "O ano que termina não foi dos melhores para o
país: nuvens pesadas rondam a economia, contas públicas se complicam, inflação
perigosa. Felizmente, a massa salarial não caiu nem o desemprego voltou a assustar.
Mas, até quando?", disse.
"Há,
entretanto, sinais alentadores: a população tomou as ruas para exigir melhor
qualidade de vida, demonstrando inconformidade com a patifaria política e com a
corrupção. E o Supremo Tribunal Federal mostrou que mesmo os poderosos têm de
obedecer às leis, pagando os desvios de comportamento com o preço da liberdade.
Sopra, pois, a esperança", afirmou.
Do 247
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