Blog Dag Vulpi - Portuguesa
pode ser punida por escalar irregularmente o meia Héverton na última rodada do
Brasileirão; se condenada, perderá quatro pontos e cai para Série B no lugar
dos cariocas
O julgamento
que pode rebaixar a Portuguesa e
manter o Fluminense na
Série A do Brasileirão em
2014 será marcado por uma briga de versões e interpretações do regulamento.
Tanto o clube paulista quando a procuradoria do STJD (Superior Tribunal de
Justiça Desportiva), de onde parte acusação da irregularidade, afirmam ter no
livro de regras as provas para seus argumentos.
Paulo
Schimitt, procurador-geral da entidade, disse ser impossível evitar a
condenação da equipe do Canindé. Para ele, que rejeitou o rótulo “virada de
mesa” para esta situação, uma absolvição significaria a falência moral do STJD.
A tese é a
perda de pontos pela irregularidade do atleta. Não há dúvidas sobre isso. Não
sou eu quem julga, são os auditores. Mas esse caso é muito nítido, não há
justificativa. Difícil evitar uma condenação. Importante deixar claro que não
tem nada de virada de mesa ou tapetão. Se você tem uma circunstância evidente
sobre a perda de pontos e vira as costas para isso, aí está assinada a falência
de qualquer entidade que cuida dos devidos processos. Estamos trabalhando para
que o futebol tenha moralidade”, falou Schmitt.
A Portuguesa
foi denunciada pela procuradoria do STJD por utilizar o meia Héverton no empate
por 0 a 0 contra o Grêmio, realizado no último dia 8 de dezembro. O atleta foi
relacionado e entrou em campo aos 32 minutos do segundo tempo.
A equipe, que
inicialmente alegou não estar ciente da punição, mudou de estratégia e irá
basear sua defesa em dois pontos principais. O primeiro é a ausência de dolo.
Desta forma, entende-se que a equipe não se beneficiou ao escalar Héverton.
“Ele não é
nenhum Messi ou Pelé. A Portuguesa nada ganhou com ele jogando. O time não
tirou nenhum proveito da escalação do Héverton”, afirmou João Zanforlin,
advogado contratado pela Lusa para o caso.
O segundo
ponto é mostrar a incoerência entre o atual discurso de Schmitt e o feito em
2010, quando o Fluminense atuou com um jogador irregular. Se fosse punida, a
equipe carioca perderia o título brasileiro daquele ano. Na época, o
procurador-geral do STJD disse não acreditar haver condição moral de tirar a
conquista obtida dentro de campo pelo Flu.
“Vou levar
essa contradição do Paulo Schimitt ao julgamento. Isso vai ser importante para
nossa defesa. Em 2010, ele achou que o vermelho era vermelho. Agora, diz que o
vermelho é amarelo. Como ele é o fiscal da lei, a mudança de opinião do Schmitt
vai ser levada em consideração. A opinião dele que vale é a de 2010”, explicou
Zanforlin.
O caso envolve
diretamente o Fluminense, pois a Lusa perderá quatro pontos se for condenada
(três pela infração mais um pelo resultado do jogo com o Grêmio). Desta forma,
a equipe do Canindé, 12ª colocada, cairia de 48 para 44 pontos na tabela do
Brasileirão e entraria na zona de rebaixamento. Os cariocas, que terminaram o
campeonato na 17ª posição com 46 pontos, subiriam um posto e continuariam na Série
A em 2014.
Juristas
divergem sobre regulamento
Advogados
especializados em direito desportivo divergem sobre o caso que envolve a
Portuguesa e pode beneficiar o Fluminense. Para Rubens Approbato Machado,
ex-presidente do STJD, está muito difícil a situação do time paulista.
“O atleta foi
julgado na sexta-feira e punido com dois jogos de suspensão. O artigo 133 do
CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) diz que a validade da pena é
imediata. Ou seja, o atleta não poderia ter jogado nem na sexta. E tem mais: o
advogado da Portuguesa assinou a notificação. A situação da Portuguesa é
extremamente complicada”, afirmou Approbato.
No julgamento
que condenou Héverton, a Lusa foi representada por Osvaldo Sestário Filho.
Depois de alegar não ter sido comunicada da punição, o clube estuda uma ação
judicial contra o advogado.
O jurista
Bruno Marins de Araújo, por outro lado, tem outra interpretação para o caso. Em
artigo publicado na última sexta-feira, o jurista explicou que há uma brecha no
CBJD que pode librar a Lusa de uma punição.
“Ao aplicar-se
o artigo 133 do CBJD, sabe-se que os efeitos da decisão começarão a ter
validade no dia seguinte ao encerramento da sessão de julgamento. Ocorre que o
dia seguinte ao julgamento foi um sábado, o que, pela aplicação do artigo 43,
parágrafo 2º, se prorrogariam automaticamente os efeitos dessa decisão para o
primeiro dia útil seguinte, que aqui foi segunda-feira, dia 9, não estando,
assim, o jogador Héverton em condição irregular de jogo”, analisou Araújo.
“Se premiará a
incompetência esportiva se isso (a punição) acontecer”, escreveu o advogado.
Ao iG
Esporte, o recém-empossado vice-presidente jurídico da Portuguesa afirmou estar
“caindo de paraquedas” nesta polêmica e deixou claro que quer apenas o
cumprimento da lei.
“Se a lei for
cumprida, seremos absolvidos”, disse Orlando Cordeiro de Barros.
Do portal
Esporte IG
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