Segundo
delegado, análise das imagens permitiu facilmente a identificação, e detidos
serão levados para o presídio da Regional de Joinville.
Leone Mendes da Silva, 23 anos, bateu em atleticano com porrete e acabou detido (Foto: Raphael Zarko) |
Blog Dag Vulpi - Detidos na Arena
Joinville, três vascaínos que participaram da briga no primeiro tempo de
Atlético-PR e Vasco foram encaminhados à Central de Polícia de Joinville e
serão indiciados por tentativa de homicídio, segundo o delegado de plantão
Douglas Cique. De acordo com os policiais, entre eles está Leone Mendes da
Silva, de 23 anos, identificado dando pancada num torcedor do Atlético-PR com
um porrete que tinha um parafuso na ponta. Ele, mais Jonathan Santos, de 29
anos, e Arthur Barcelos Lima Ferreira, de 26 anos, estão sob custódia da
Polícia Militar catarinense e serão levados até a manhã desta segunda-feira
para o presídio da Regional de Joinville.
Os vascaínos
ainda vão ser indiciados também por associação criminosa e, um deles (Arthur)
por furto. Além disso, serão indiciados por crime ao patrimônio público, por
terem quebrado o estádio, e ainda respondem pelo Estatuto do Torcedor por
incitação à violência.
- Os três
foram identificados facilmente pelas fotos que estamos analisando. E não vamos parar
por aí. Ainda vamos tentar identificar torcedores dos dois clubes que
promoveram essa briga - disse o delegado.
Arthur foi
detido por furto de carteira de outros torcedores durante a briga. Do trio de
detidos, dois foram pegos quando saíam do estádio. O terceiro foi preso dentro
do banheiro do ônibus da torcida organizada.
A briga entre
torcedores na arquibancada da Arena Joinville paralisou o jogo
entre Atlético-PR e Vasco aos 17 minutos do primeiro tempo, quando os
paranaenses venciam por 1 a 0, na tarde deste domingo. Depois de uma hora e dez
minutos, em que dirigentes e autoridades discutiram que rumo tomar, a partida
voltou a ser disputada.
Um grupo do
Furacão e outro de cruz-maltinos protagonizaram cenas de selvageria, com trocas
de socos e pontapés. A polícia demorou a agir e, somente depois de alguns
minutos do início da confusão, alguns oficiais apareceram para conter o
tumulto. Quatro pessoas removidas pela equipe médica foram levadas para o
Hospital São José, em Joinville. Eles foram identificados como Estevão Viana,
24 anos; William Batista, 19 anos; Gabriel Ferreira Vitael, 29 anos; e Diogo
Cordeiro da Costa Ferreira, 29 anos. Estevão e William são paranaenses,
enquanto Gabriel e Diogo são cariocas.
Sentado no chão, outro vascaíno aguarda na delegacia (Foto: Raphael Zarko) |
De acordo com
o assessor de imprensa da unidade, Guilherme Duarte, os pacientes Estevão,
Willian, e Gabriel inspiram mais cuidados, e estão passando por exames clínicos
e neurológicos. Segundo a direção do Hospital São José, Willian Batista é o que
está em pior estado e passa por uma tomografia para ter uma avaliação mais
minuciosa. Ele apresenta traumatismo craniano encefálico, está sonolento, mas
deve ser liberado. Nenhum dos torcedores está em coma nem tem risco de morte.
Diogo Cordeiro, inclusive, já recebeu alta. Ele deixou a unidade e pegou um
táxi sem falar com a imprensa. Os outros três estão em observação e devem ser
liberados até segunda-feira pela manhã.
Porta-voz da
Polícia Militar no caso, o policial Adilson Moreira explicou que não havia
ninguém fardado na separação da arquibancada porque a responsabilidade era de
uma empresa contratada pelo mandante. A PM, a princípio, apenas agia do lado de
fora da Arena.
- É um evento
privado, e a segurança era de responsabilidade de uma empresa privada
contratada pelo Atlético-PR. Tudo vai ser analisado em razão das imagens. A
Polícia Militar tinha que fazer o policiamento na parte externa do estádio,
como está fazendo - afirmou Adilson.
As cenas foram
fortes, com torcedores levando pisões na cabeça e caídos desacordados nos
degraus das arquibancadas. Muitos vascaínos, acuados, pularam no campo para
escapar. Um helicóptero pousou no gramado para resgatar os feridos no
incidente, minutos depois.
Durante a
briga, jogadores dos times se encaminharam para perto da arquibancada para
pedir que os torcedores parassem com a briga, que cresceu e tomou proporções
impressionantes. Aos prantos, Luiz Alberto parecia não acreditar no que
assistia e clamava pela paz.
- A gente
estava tentando tirar os torcedores do Atlético. Estávamos vendo o rapaz
deitado, tomando chute, levando golpe de madeira. É um ser humano. Isso precisa
parar. A gente pedia para eles pararem, e eles não nos escutavam - afirmou o
zagueiro do Furacão.
O presidente
do Vasco, Roberto Dinamite, e o vice geral Antônio Peralta se mostraram contrários
à continuação da partida.
- Falei com o
delegado do jogo e com a Polícia Militar. Se continuar o jogo e acontecer
alguma coisa, os responsáveis são eles. Não estão respeitando o que é mais
importante: vidas. Não é o rebaixamento nem nada. Não estamos pensando em
Primeira ou Segunda Divisão. Estamos pensando em vidas - afirmou Dinamite.
A situação
mexeu com todos os envolvidos na partida. Wendel falou em desastre.
- Tristes
esses confrontos, não tenho palavras. Deu para ver uma pessoa no chão, não sei
o que aconteceu. Mais um desastre no nosso futebol brasileiro. Vem ano de Copa
do Mundo, ano em que o Brasil vai ser visto pelo mundo todo. É difícil pensar
em tirar o time do rebaixamento, e espero que não tenha acontecido o pior. Por
isso que a gente vem tentando criar esse Bom Senso FC. A gente quer organizar
um pouco mais - afirmou o volante vascaíno.
A principal
torcida organizada do Atlético-PR publicou em seu site, durante a semana, que
não venderia ingressos para mulheres e menores de idade, "devido ao alto
risco de confrontos na estrada, em consequência do grande número de torcedores
de clubes rivais que estarão se deslocando para os jogos da última
rodada".
Atleticanos massacram um torcedor vascaíno na arquibancada (Foto: Geraldo Bubniak / Agência Estado) |
Saindo do centro, grupo de atleticanos avançou até a parte destinada aos vascaínos, atrás do gol (Foto: Raphael Zarko) |
Do Globo.com
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