Ex-presidente se disse surpreso com capacidade de mobilização da sociedade nos protestos de junho
por Marsílea Gombata
Depois de uma palestra para estudantes e acadêmicos na Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a reforma política deve ser feita em 2014. “Precisamos brigar para que seja em 2014. Temos que brigar pelo que a gente quer. A reforma política é condição sine qua non pra gente mudar muita coisa no Brasil.”
Para o ex-presidente, o debate político no País não deve ser proibido e deve ser feito até que “a sociedade seja convencida de alguma coisa”. “Não tínhamos reeleição, é importante lembrar. Com medo de mim, até reduziram o mandato para quatro anos, depois ganharam e aprovaram. E agora querem acabar para impedir a reeleição da Dilma.”
Ele se disse ainda surpreso com a “capacidade de mobilização” que teve o Brasil nas últimas semanas. “É uma coisa extraordinária, mostra que o povo está ávido por participar da vida política”, afirmou. “Mas é importante lembrar que alguns políticos agora na oposição dizem que a saúde precisa melhorar, mas foram eles que acabaram com a CPMF e tiraram uma quantia equivalente a 350 bilhões de reais da saúde nos meus últimos quatro anos de mandato e nos dois primeiros da Dilma.”
A reforma política foi uma das promessas feitas pela presidenta Dilma Rousseff após os protestos que tomaram conta do país em junho. O debate sobre as modificações no sistema eleitoral está, agora, sendo realizado no Congresso.
Candidato? Questionado por jornalistas se pensava em ser presidente novamente, ele negou. “Elimino [qualquer possibilidade], porque tenho candidata, a presidente da República”, afirmou a jornalistas. “A companheira Dilma é uma extraordinária presidenta e uma extraordinária candidata. Tenho certeza que o que a Dilma prometeu fazer ela tem feito e vai fazer muito mais. Por isso, não vejo ninguém com as qualidades dela para presidente desse País.”
Lula admitiu, no entanto, que acompanha de perto quaisquer passos do governo Dilma. Ao contar que fez inúmeras viagens pela América Latina depois de ter deixado a presidência, ele admitiu durante a palestra desta quinta-feira 18: “Quando viajo é um jeito de eu não encher o saco da Dilma e não dar muito palpite aqui.”
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