A
Procuradoria Regional Eleitoral no Espírito Santo (PRE/ES) propôs representação
contra nove partidos políticos que utilizaram as inserções partidárias
gratuitas na televisão, no primeiro semestre de 2013, para realizar propaganda
eleitoral antecipada ou promover os interesses pessoais de possíveis
candidatos, fato que é vedado pela lei eleitoral. Além disso, não promoveram a
participação feminina na política. Agora, cabe ao Tribunal Regional Eleitoral
decidir se esses partidos vão perder tempo de propaganda gratuita no segundo
semestre e se serão multados.
Dos
12 partidos que tiveram o direito de antena deferido para o primeiro semestre
deste ano, DEM, PT, PR, PMDB, PSDB, PDT, PSB, PSC e PTB apresentaram algum tipo
de irregularidade nas propagandas partidárias. As três principais
irregularidades constatadas foram a propaganda eleitoral antecipada; a
utilização do espaço para promoção pessoal; e não fazer a promoção da
participação política feminina.
Cada
partido teve 20 minutos de propaganda gratuita no primeiro semestre. Caso o TRE
julgue procedentes os pedidos da PRE/ES, ele pode cassar esse direito de
transmissão no segundo semestre no tempo equivalente a cinco vezes ao das
inserções ilícitas feitas. No caso dos partidos que fizeram propaganda
antecipada, eles ainda podem ser multados em até R$ 25 mil, assim como os
beneficiários.
O
procurador regional Eleitoral, Flávio Bhering Leite Praça, explica que a
avaliação das propagandas partidárias gratuitas foi feita de forma minuciosa
pela PRE/ES. “Tivemos muito critério ao analisar os vídeos. Só entramos com
representação em face de evidentes irregularidades, como aqueles que
flagrantemente veicularam propaganda antecipada. Aliamos todos os fatos
expostos nos vídeos a notícias veiculadas na mídia”, ressaltou Bhering.
Propaganda
antecipada. Grande parte dos vídeos analisados pela PRE/ES trouxeram mensagens
de cunho eleitoreiro, caracterizando uma verdadeira propaganda antecipada,
apenas para promover a imagem de pré-candidatos a algum cargo eletivo em 2014.
No caso do PSDB, por exemplo, foram veiculados vídeos de pura enaltação à
imagem, à história política, a obras realizadas e a supostas bandeiras de
campanha do deputado federal César Colnago e do senador Aécio Neves,
presidentes dos Diretórios Regional e Nacional do partido, respectivamente.
Por
conta da propaganda antecipada de Colnago, tanto o partido quanto o deputado
podem ser multados em até R$ 25 mil. Já sobre a promoção pessoal de Aécio
Neves, como a pré-candidatura dele é à presidência da República, a PRE/ES
encaminhou à Procuradoria Geral Eleitoral (PGE) cópia das propagandas e da
representação para que a PGE delibere sobre a propaganda antecipada.
A
multa também pode ser aplicada ao PR, ao PDT e ao PMDB, cujas propagandas
gratuitas apenas enalteceram os feitos do senador Magno Malta; do ex-prefeito
da Serra Sérgio Vidigal; e do ex-governador Paulo Hartung e do senador Ricardo
Ferraço, respectivamente. Além disso, esses partidos podem sofrer a penalidade
de perda de tempo de propaganda no segundo semestre.
Outro
fator que chamou atenção da PRE/ES foi a não promoção da participação política
feminina. Apesar de alguns partidos terem colocado mulheres para falar com a
população nos vídeos, a PRE/ES entende que não basta que a protagonista das
propagandas seja do sexo feminino. O que a lei eleitoral pretende é que as
agremiações incentivem a participação feminina em suas atividades políticas,
convidando-as a participar de debates e de ações. De acordo com a Lei nº 12.034/2009,
pelo menos 10% do tempo da propaganda partidária deveria abordar o assunto.
Confira
as representações contra cada partido:
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O
conteúdo das inserções, em nenhum momento, promoveu a participação política
feminina, nem mesmo na inserção em que aparece Amanda Quinta, cujo discurso foi
em favor do eleitor jovem.
Partido
dos Trabalhadores (PT). O conteúdo das inserções, em nenhum momento,
promoveu a participação política feminina, embora a senadora Ana Rita tenha
participado da propaganda.
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Os
vídeos trazem mensagens de cunho eleitoreiro, caracterizando propaganda
eleitoral antecipada em face do deputado federal César Colnago, visando à
reeleição ao cargo que ocupa atualmente, e do possível pré-candidato à
presidência da República Aécio Neves. Além disso, as inserções, em nenhum
momento, promoveram a participação política feminina.
Partido Social Cristão (PSC). Promoção
pessoal da deputada federal Lauriete Rodrigues. Ela, inclusive, é a única
filiada que aparece nas inserções do partido, nem mesmo o presidente do
Diretório Regional teve espaço para apresentar a ideologia do PSC. Também não
promoveu a participação política feminina.
Partido Socialista Brasileiro (PSB). As
inserções, em nenhum momento, promoveram a participação política feminina.
Partido da República (PR). Propaganda
eleitoral antecipada em benefício do senador Magno Malta, notório pré-candidato
às Eleições de 2014. Havia nos vídeos, inclusive, elementos utilizados na
campanha eleitoral de Malta em 2010. Além disso, as inserções, em nenhum
momento, promoveram a participação política feminina.
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Os
vídeos trazem mensagens de cunho eleitoreiro, caracterizando propaganda
eleitoral antecipada em face do ex-governador Paulo Hartung, notório
pré-candidato às Eleições de 2014. Apesar de não exercer cargo eletivo no
momento, as referências ao ex-governador são constantes, mostrando as
realizações de seu mandato, encerrado há três anos. Também houve propaganda
antecipada em benefício do senador Ricardo Ferraço. Não promoveu a participação
política feminina, nem mesmo nas inserções em que aparecem Luzia Toledo e
Solange Lube.
Partido Democrático Trabalhista (PDT). Os
discursos não são destinados à promoção da participação política feminina. Além
disso, os vídeos trazem ostensiva promoção de Sérgio Vidigal. Muitas vezes,
liga-se o crescimento e o desenvolvimento do município da Serra a Vidigal,
ex-prefeito da cidade, e não ao desempenho partidário.
Partido dos Democratas (DEM). Promoção
pessoal e propaganda eleitoral antecipada para Norma Ayub, ex-prefeita de
Itapemirim e notória pré-candidata ao cargo de deputada estadual em 2014. Em
nenhum momento ela referiu-se às ideologias do partido, apenas limitou-se à
defesa pessoal acerca de sua prisão por suposto envolvimento em esquema
fraudulento de desvio de recursos financeiros públicos. Também não promoveu a
participação política feminina.
ESHOJE
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