quarta-feira, 31 de julho de 2013

Francisco mostra mais que engarrafamentos no Rio

Autoridades ficam devendo seriedade à logística montada para receber o papa
por Edgard Catoira, no site da Carta Capital
Papa Francisco
O papa Francisco nesta quinta-feira 25, em visita à comunidade de Varginha, no Rio de Janeiro
O papa Francisco é um criador de engarrafamentos”. Esta foi a frase do prefeito do Rio, Eduardo Paes, em entrevista dada na quarta-feira, dia 24/7/13, para justificar o fracasso dos transportes postos a serviço dos participantes da Jornada Mundial da Juventude.
Eduardo Paes, mais uma vez, quis fazer gracinha com coisa séria, atribuindo a causa de tanta confusão ao carisma do papa. Segundo ele, os deslocamentos dos nossos visitantes são imprevisíveis. Daí a dificuldade de prover serviços de transporte adequados.

Menos mal o prefeito não ter dito que Francisco também tem o dom de paralisar linhas de metrô, considerando a interrupção por mais de duas horas dos trens do metropolitano que deixou milhares de pessoas sem o direito de ir e vir.
Superada a fase eleitoral, que lhe garantiu um segundo mandato, Paes começou a se soltar mais. De maneira jocosa.
Recentemente, uma matéria, mesmo previamente combinada com a revista Época, mostra divertidas – ou inconsequentes? – opiniões de Paes e alguns assessores, revelando hábitos, no mínimo, incomuns. Eles contam que, em frequentes acessos de raiva, o prefeito lança cinzeiros e grampeadores em colaboradores ou, num tom mais light, convida vereadores para tomar guaraná, ouvir sambinha e superar divergências dentro de uma van para lá de equipada.
Sobre as “cinzeiradas”, seus alvos, o chefe da Casa Civil e o secretário de Ordem Pública, dizem que o chefe sempre se arrepende, e que não faz por mal. Quem sabe Sua Excelência também se arrependeu do soco que deu em um rapaz que o chamou de “bostinha” num restaurante da Zona Sul do Rio de Janeiro?
O fato é que qualquer pessoa sensata, que tenha ou não uma religião, percebe que Francisco não é um criador de engarrafamentos. Trata-se de um homem sensível, muito especial, com muitos bons exemplos a dar para a mesma juventude que não aguenta mais a incompetência de políticos como o prefeito do Rio e seu criador, o governador Cabral. Políticos inventores de impostos e de mordomias, criadores de factoides, de desculpas esfarrapadas e de piadas de mau gosto. E penitenciemo-nos todos nós por termos garantido a legitimidade dos resultados da urnas que elegeram essa gente.
O papa e a população carioca merecem mais respeito. Milhões de reais vêm sendo gastos para preparar o Rio para grandes eventos.
Talvez precisássemos de menos dinheiro se tivéssemos governantes melhores, homens e mulheres que, como Francisco, dispensassem os muitos privilégios que alguns chamam de liturgia do poder. O papa, antes de tudo, é um criador de esperança – o que, definitivamente, tem feito muita falta no Brasil.
Hoje cedo, em visita à comunidade de Varginha, que fica dentro da Favela de Manguinhos, Francisco mostrou a todos a realidade que vivemos. Afirmando não poder estar em todos os recantos do país, naquele local onde campeia a miséria, definiu:
– Varginha representa o Brasil!
A frase abre portas para interpretações. Nada divertidas.

Papa Francisco
O papa Francisco nesta quinta-feira 25, em visita à comunidade de Varginha, no Rio de Janeiro
O papa Francisco é um criador de engarrafamentos”. Esta foi a frase do prefeito do Rio, Eduardo Paes, em entrevista dada na quarta-feira, dia 24/7/13, para justificar o fracasso dos transportes postos a serviço dos participantes da Jornada Mundial da Juventude.
Eduardo Paes, mais uma vez, quis fazer gracinha com coisa séria, atribuindo a causa de tanta confusão ao carisma do papa. Segundo ele, os deslocamentos dos nossos visitantes são imprevisíveis. Daí a dificuldade de prover serviços de transporte adequados.
Menos mal o prefeito não ter dito que Francisco também tem o dom de paralisar linhas de metrô, considerando a interrupção por mais de duas horas dos trens do metropolitano que deixou milhares de pessoas sem o direito de ir e vir.
Superada a fase eleitoral, que lhe garantiu um segundo mandato, Paes começou a se soltar mais. De maneira jocosa.
Recentemente, uma matéria, mesmo previamente combinada com a revista Época, mostra divertidas – ou inconsequentes? – opiniões de Paes e alguns assessores, revelando hábitos, no mínimo, incomuns. Eles contam que, em frequentes acessos de raiva, o prefeito lança cinzeiros e grampeadores em colaboradores ou, num tom mais light, convida vereadores para tomar guaraná, ouvir sambinha e superar divergências dentro de uma van para lá de equipada.
Sobre as “cinzeiradas”, seus alvos, o chefe da Casa Civil e o secretário de Ordem Pública, dizem que o chefe sempre se arrepende, e que não faz por mal. Quem sabe Sua Excelência também se arrependeu do soco que deu em um rapaz que o chamou de “bostinha” num restaurante da Zona Sul do Rio de Janeiro?
O fato é que qualquer pessoa sensata, que tenha ou não uma religião, percebe que Francisco não é um criador de engarrafamentos. Trata-se de um homem sensível, muito especial, com muitos bons exemplos a dar para a mesma juventude que não aguenta mais a incompetência de políticos como o prefeito do Rio e seu criador, o governador Cabral. Políticos inventores de impostos e de mordomias, criadores de factoides, de desculpas esfarrapadas e de piadas de mau gosto. E penitenciemo-nos todos nós por termos garantido a legitimidade dos resultados da urnas que elegeram essa gente.
O papa e a população carioca merecem mais respeito. Milhões de reais vêm sendo gastos para preparar o Rio para grandes eventos.
Talvez precisássemos de menos dinheiro se tivéssemos governantes melhores, homens e mulheres que, como Francisco, dispensassem os muitos privilégios que alguns chamam de liturgia do poder. O papa, antes de tudo, é um criador de esperança – o que, definitivamente, tem feito muita falta no Brasil.
Hoje cedo, em visita à comunidade de Varginha, que fica dentro da Favela de Manguinhos, Francisco mostrou a todos a realidade que vivemos. Afirmando não poder estar em todos os recantos do país, naquele local onde campeia a miséria, definiu:
– Varginha representa o Brasil!
A frase abre portas para interpretações. Nada divertidas.

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