Em matéria
publicada na Folha, as entidades médicas se dizem surpresas pelo anúncio do
governo federal de que aumentará a carga horária do curso, obrigando os alunos
a atuarem no SUS. O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz
d’Ávila, comparou esta notícia a um ato de país totalitário.Para d´Ávila,
comprova-se a seriedade de um país quando se criam condições para que
recém-formados escolham ir para o interior espontaneamente e, caso deem as condições
e uma carreira, o médico “estará em todo o lugar”.
O presidente
da Cremesp (Conselho Regional de Medicina), Renato Azevedo Júnior, reclamou que
esta decisão nunca foi discutida seja com entidades médicas ou com escolas de
medicina. Azevedo acredita que impor mudanças na formação médica por medida
provisória é autoritária, tornando a proposta “um serviço civil obrigatório,
com outras palavras”, completando com a indagação sobre onde fica a liberdade
individual.
Já o
presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), opina que país democrático
não deve submeter médico a trabalhar onde não quer, avisando que a classe não
ficará calada diante disso.
Para Ávila a
saúde precisa de qualidade, não de quantidade, considerando este um programa
vazio, com “medidas paliativas e eleitoreiras”. Ele entende que aumento de
médicos não significa atendimento melhor.
Ele entende
que o governo inventou isso de que a população pede mais médicos e que um
gerenciamento incompetente é escamoteando culpando a falta de médicos. “É
maldade colar a responsabilidade nos médicos, dizer que não querem ir ao
interior”, declarou ele à reportagem da Folha.
Cardoso, da
AMB, entende que a saúde precisa de um melhor financiamento, uma melhor gestão
e o combate à corrupção.
O presidente
do Cremesp aponta três eixos de investimentos necessários para levar médicos
para o interior e periferias, comprovado por experiências internacionais. O
primeiro eixo seria perspectivas de carreira, seguido de condições de
trabalho e, por fim, salário.
O CFM afirmou
que vai trabalhar no Congresso contra esta medida provisória, além de
questioná-lo na Justiça assim que for analisado.
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