terça-feira, 9 de julho de 2013

Entidades médicas são surpreendidas por anúncio do governo


Em matéria publicada na Folha, as entidades médicas se dizem surpresas pelo anúncio do governo federal de que aumentará a carga horária do curso, obrigando os alunos a atuarem no SUS. O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz d’Ávila, comparou esta notícia a um ato de país totalitário.Para d´Ávila, comprova-se a seriedade de um país quando se criam condições para que recém-formados escolham ir para o interior espontaneamente e, caso deem as condições e uma carreira, o médico “estará em todo o lugar”.


O presidente da Cremesp (Conselho Regional de Medicina), Renato Azevedo Júnior, reclamou que esta decisão nunca foi discutida seja com entidades médicas ou com escolas de medicina. Azevedo acredita que impor mudanças na formação médica por medida provisória é autoritária, tornando a proposta “um serviço civil obrigatório, com outras palavras”, completando com a indagação sobre onde fica a liberdade individual. 

Já o presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), opina que país democrático não deve submeter médico a trabalhar onde não quer, avisando que a classe não ficará calada diante disso. 

Para Ávila a saúde precisa de qualidade, não de quantidade, considerando este um programa vazio, com “medidas paliativas e eleitoreiras”. Ele entende que aumento de médicos não significa atendimento melhor.

Ele entende que o governo inventou isso de que a população pede mais médicos e que um gerenciamento incompetente é escamoteando culpando a falta de médicos. “É maldade colar a responsabilidade nos médicos, dizer que não querem ir ao interior”, declarou ele à reportagem da Folha.

Cardoso, da AMB, entende que a saúde precisa de um melhor financiamento, uma melhor gestão e o combate à corrupção.

O presidente do Cremesp aponta três eixos de investimentos necessários para levar médicos para o interior e periferias, comprovado por experiências internacionais. O primeiro eixo seria perspectivas de carreira,  seguido de condições de trabalho e, por fim, salário.

O CFM afirmou que vai trabalhar no Congresso contra esta medida provisória, além de questioná-lo na Justiça assim que for analisado.


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