Com um alerta
tão contundente quanto Uma Verdade Inconveniente (2006) e A Última Hora (2007), Wall-E pode
ser descrito como tudo, exceto uma simples animação. Vencedor do Oscar 2009 de
melhor animação, o filme toca pais e filhos, netos e avós, tios
e sobrinhos
Os minutos
iniciais do filme nos apresentam a um cenário apocalíptico: o planeta Terra
soterrado por montanhas de lixo, habitado apenas por um robô e uma barata. Essa
desolação é quebrada apenas pelo carisma do robozinho Wall-E, que sonha
encontrar um amor, embalado pelo musical de 1969 "Hello, Dolly",
estrelado por Barbra Streisand e Walter Matthau, que ele revê todo dia quando
volta para casa. Essa é a única coisa doce que restou em um mundo entulhado de
lixo e poluído.
Até que surge
Eva, uma robozinha branca enviada pelos humanos para descobrir se a Terra era
habitável novamente, cerca de 700 anos depois que eles trocaram o planeta por uma
nave espacial. Wall-E logo se apaixona pela recém-chegada. Quando vida é
encontrada na forma de uma planta crescendo numa bota velha, Eva retorna a
espaçonave e Wall-E a segue.
O expectador é
então apresentado ao modo de vida dos humanos. Mais obesos e consumistas do que
nunca, eles circulam em suas esteiras flutuantes numa nave que parece um
navio de cruzeiro, completamente alienados não só da realidade lá fora, isto é,
no planeta Terra, mas também do contato com seus próprios vizinhos, com quem se
relacionam apenas através de monitores holográficos prostrados a meio palmo
diante de seus olhos.
As pessoas se
esqueceram da Terra e de coisas simples como a cor do céu e dançar. Resta a
Wall-E ensiná-los a não desistir do planeta e a recuperar algo tão
essencialmente humano quanto o afeto.
Com emoção,
imaginação e humor Wall-E faz uma crítica incisiva ao consumismo, a devastação
do meio ambiente, a alienação das pessoas e diminuição dos laços afetivos entre
elas. É definitivamente um filme bom para pensar.
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Abração
Dag Vulpi