terça-feira, 21 de maio de 2013

Os novos e velhos caminhos do PSDB



Um partido se faz com ideias, palavras e obras. Na sua origem, havia três vertentes no PSDB: a das ideias, representada por um conjunto de intelectuais, como Luiz Carlos Bresser Pereira, os irmãos Mendonça de Barros; a das palavras, representada especialmente por  Fernando Henrique Cardoso; e das obras, representada por Mário Covas.

FHC nunca foi um construtor de nada. Limitou-se a se deixar levar pela inércia dos ventos neoliberais da época e a brandir um discurso socialdemocrata, que nada tinha a ver com sua inação.
Covas acertou as contas de São Paulo e montou um modelo fiscal competente. A guerra infernal para obter o equilíbrio fiscal acabou debilitando muitas instituições relevantes do Estado. Não fosse sua morte prematura, é possível que Covas tivesse realizado um segundo governo de reconstrução.

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O relevante é que, com seu estilo seco, quase brusco, com sua cabeça de engenheiro, cartesiano, e com seu histórico político, Covas passava a convicção sólida de alguém preocupado com o bem estar do seu povo. Aos seus seguidores recomendava tirar os fins de semana para se misturar ao povo, "amassar barro", como ele dizia.

Seu recado tinha destino certo: sempre abominou o elitismo superficial e deslumbrado dos intelectuais do partido - FHC à frente.

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FHC jamais logrou desenvolver um discurso popular, jamais idealizou um modelo de país, a não ser radicalizar a visão de Estado trazido por Margareth Thatcher, introduzida no Brasil por Fernando Collor, mas com um superficialidade capaz de envergonhar o mais empernido dos liberais.

Teve a sorte imensa de cavalgar o plano Real, em um momento em que a estabilidade econômica era aspiração nacional. No fundo, foi a única bandeira erguida por FHC e pelos economistas do Real.

A questão social, a pobreza extrema, seja no campo, na periferia das grandes cidades, ou nos semáforos, já era preocupação nacional. Mas deixou passar à sua frente o cavalo encilhado da solidariedade social, que foi montado por Lula, garantindo possíveis 16 anos ao PT.

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A posse de Aécio na presidência do PSDB mostra um equívoco e um caminho.
O equívoco é julgar que FHC e seus economistas possam articular uma plataforma eleitoral minimamente competitiva. Monte um tablado na frente na favela da Rocinha e peça para Malan, Bacha e Armínio testarem seu discurso.

O país chegou a um estágio em que o eleitor quer resultados. E não basta o discurso de que o PSDB vai fazer melhor o Dilma se propôs a fazer. Tem que mostrar. E tem que perder a vergonha de colocar o povo, o eleitor, o contribuinte, o vulnerável, no centro das políticas públicas.

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Nesse sentido, um caminho promissor é - finalmente - entender a importância de se utilizar as redes sociais para levantar experiências administrativas e disseminar as práticas para as prefeituras do Partido.

Até agora, o único uso que o partido fez das redes sociais foi  o esgoto despejado por José Serra nas últimas eleições. Dar utilização nobre a um instrumento nobre - as redes sociais - já é um caminho para limpar o PSDB das manchas deixadas por Serra e pelo governador de Goiás Marconi Perillo. 

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Dag Vulpi

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