Quem já
precisou ir a uma repartição pública por qualquer motivo, já se deparou com
funcionários mal humorados, mal educados e que mesmo vendo um acúmulo enorme de
pessoas insistem em achá-las invisíveis e simplesmente ignorar a sua presença.
Os funcionários
públicos no Brasil gozam de um privilégio concedido a poucos mortais em idade
produtiva: A estabilidade no emprego.
Essa
estabilidade foi criada como forma de isentar o bom profissional das pressões
políticas e de chefes mal intencionados que pudessem usar seus cargos de chefia
com fins políticos. Mas, na prática, a estabilidade acabou criando uma classe
profissional dominada pelo anacronismo, pela corrupção e pela ineficiência. A
primeira coisa com a qual você se depara numa repartição pública dominada por
esses “profissionais” que usam da estabilidade como mero poleiro para aguardar
a aposentadoria e resguardar a sua incompetência da dureza do mercado de
trabalho competitivo e selecionado do mundo real; é uma famosa placa ou folha
de papel contendo uma lei que tornou crime reclamar de forma mais veemente do
descaso a que é submetido.
E antes que
você leitor, funcionário público, me amaldiçoe até a última geração; saiba que
quem diz essas coisas são seus próprios colegas funcionários públicos. Numa
pesquisa realizada pela universidade de Brasília, com servidores de vários
estados brasileiros e da União a pedido da Comissão de Ética da Presidência; um
em cada cinco funcionários admitiu que exige propinas para cumprir o seu dever mesmo que saibam que o requerente está no seu direito e não cometeu erro ou
crime algum.
Só cerca de 51% dos funcionários públicos se acham éticos e mais de 11% desprezam sua função. Quase 30% acham que o servidor público está se lixando para o público que atende e mais de 55% se consideram amadores ou semiprofissionais. Quase 40% são funcionários públicos graças a pistolões e padrinhos políticos e menos da metade se considera preparada para a função que exerce. Veja as bases e os objetivos da pesquisa aqui. A fonte dos dados foi o site G1.
Só cerca de 51% dos funcionários públicos se acham éticos e mais de 11% desprezam sua função. Quase 30% acham que o servidor público está se lixando para o público que atende e mais de 55% se consideram amadores ou semiprofissionais. Quase 40% são funcionários públicos graças a pistolões e padrinhos políticos e menos da metade se considera preparada para a função que exerce. Veja as bases e os objetivos da pesquisa aqui. A fonte dos dados foi o site G1.
O Brasil já foi conhecido como a “República do Paletó” e diversos personagens humorístico nasceram e desapareceram ao longo dos anos com o mesmo tema: O funcionário público ineficiente.
Uma realidade
que só mudará com o final da estabilidade e a regulação das atividades do
funcionalismo público pelo mercado e pela competência individual. É claro que o
funcionário deve ser protegido da sanha dos políticos e dos capachos que se
aproveitam de posições de comando para rechear as repartições com apadrinhados
políticos. A demissão do funcionário público incompetente e sem talento deveria
ser demitido como base em seu histórico, em reclamações comprovadas e após a
avaliação por uma comissão especialmente criada e mantida para isso. Desta
forma, haveria a proteção contra as pressões políticas e se baniria, de uma vez
por todas, os parasitas e os acomodados que acham que o serviço público é
apenas uma forma de aguardar pacificamente a aposentadoria e abocanhar uma ou
outra “oportunidade de ouro” que aparecer.
O
funcionalismo público brasileiro deve ser valorizado e depurado. E esta
pesquisa mostra claramente que a coisa vai de mal a pior e que, se nada for
feito, muito em breve uma legião de parasitas tomará conta das repartições e
lançará nosso país num caos administrativo jamais visto.
Via Visao Panoramica
Via Visao Panoramica
No serviço público é comum ver pilotos de fórmula um trabalhando de ascensoristas. Explico. Os concursos para os cargos mais concorridos são tão difíceis que só atraem superdotados, que vão atrás do salário, deixando de lado a profissão anterior. Isso gera um grau de frustação descomunal, que somada à incompetência das chefias acaba levando ao cinismo, ao descompromisso e a acomodação. As chefias são incompetentes porque todo sistema procura se autoreproduzir. O serviço público é um sistema que não se autocritica. Procedimentos rotineiros, repetidos sem reflexão, metas políticas, furor normativo, resistência à modernização, etc. etc. exigem gerentes medíocres. Houve uma tentativa de criar uma escola de administração que formaria quadros capazes. Esqueceram de dar um salário adequado aos formandos. Enfim, o que falta ao serviço público é autonomia para se repensar e uma limpeza geral nos métodos de gestão, com a democratização das decisões. A possibilidade de progressão, sem concurso, dentro de uma mesma carreira, também seria desejável. A questão da estabilidade é secundária. Eu acredito mais em motivação positiva. Concursos para as carreiras iniciais, com menores salários, deixariam de atrair engenheiros com doutorado e motivariam quem entrasse a crescer com o serviço. O próprio serviço público trataria de ir formando os seus quadros, a medida que eles progredissem. Os cargos de confiança deveriam ir acabando, restando apenas o dos ministros. E a informatização deveria aumentar num ritmo muito mais veloz. Resumindo, o problema está nos gestores e não nos geridos.
ResponderExcluirOs funcionários federais cumprem avaliações de desempenho e trabalham com metas anuais.
ResponderExcluirestive dos dois lados....
ResponderExcluirA competência e a amabilidade infelizmente são artigos raros em uma repartição pública em qualquer poder e em qualquer esfera. Mas "aqueles" certamente dirão que antes de 2003 era uma maravilha e que o inchaço petralha é que criou esse serviço ruim... Kkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirQuem o diz, não sabe do nível de eficiência atingido (e muito há a ser acrescido) e nem conhece o rigor de AGU, TCU e CGU.
ResponderExcluirSou favorável ao fim da estabilidade do funcionário público. E vou além: deveria haver uma rotatividade forçada, com a compulsória demissão anual de 5% dos funcionários. O que é pouco, haja visto que na iniciativa privada existe uma rotatividade de mais de 40%. E não venham me dizer que não há mais de 5% de funcionários relapsos, incompetentes, corruptos ou sem comprometimento.
ResponderExcluirO parlamentarismo separa Estado do Governo, proporcionando um ambiente propício à profissionalização do funcionalismo público, protegendo-os da sanha dos políticos. E concursos devem ter apenas a finalidade de selecionar quem vai ingressar no funcionalismo, sem nenhuma conotação com estabilidade vitalícia.
ResponderExcluirA estabilidade foi um substitutivo do FGTS (estatutários não têm direito a ele). Garante também uma blindagem às variações de humor dos gestores (normalmente indicações políticas), contra os funcionários de carreira e. em tese, impedir o aparelhamento político de setores inteiros.
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