sexta-feira, 17 de maio de 2013

Desemprego: o novo vilão mundial



O mundo vive um paradoxo. Ao mesmo tempo que pessoas acima de 50 anos encontram imensas dificuldades para encontrar um emprego, na outra ponta o fenômeno repete-se de maneira alarmante.

Um estudo recém-lançado, feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgou dados preocupantes para os que desejam entrar no mercado de trabalho. Com uma taxa de desemprego em alta, o mercado de trabalho para os jovens de 15 a 24 anos continuará deteriorando-se a médio prazo, segundo a entidade com sede em Genebra, na Suíça.

E os números contidos no relatório "Tendências Mundiais do Emprego Juvenil" são desanimadores. Em 2013, haverá cerca de 73,4 milhões de jovens desempregados no mundo, quase 3,5 milhões a mais que em 2007 e 0,8 milhão a mais que 2011.

A situação só vai piorar. Globalmente, entre 2012 e 2018, o número de jovens desempregados vai aumentar em mais de dois milhões, o que equivale a um aumento de cerca de 25%.

Os economistas consideram que as economias desenvolvidas registrarão "melhorias" que serão compensadas por uma deterioração da situação em outras regiões, principalmente na Ásia.

Em geral, a OIT está particularmente preocupada com a situação atual em três regiões: as economias desenvolvidas e a União Europeia, Oriente Médio e norte da África, onde o desemprego juvenil disparou desde 2008.

Nas economias desenvolvidas e na União Europeia, o desemprego entre os jovens subiu 24,9% entre 2008 e 2012. O desemprego na UE foi de 18,1% em 2012 e, segundo as últimas previsões da OIT, não será menor que 16% antes de 2018.

Essa média esconde, contudo, muitas desigualdades. Na Espanha e Grécia, o desemprego entre os jovens de 16 a 24 anos afeta mais da metade da população, 30% na Itália e 20% na França. Na Alemanha, afeta 8%, o nível mais baixo da UE, segundo o instituto econômico DIW, que está preocupado, já que o desemprego juvenil diminui devido à queda da natalidade.

Apesar da situação dos jovens na UE geralmente monopolizar as notícias, a OIT alerta que “as regiões em desenvolvimento enfrentam desafios maiores em termos de emprego entre os jovens e registram consideráveis divergências”. A taxa de desemprego dos jovens ficará em torno de 30% no Oriente Médio em 2018 (contra 28,3% em 2012) e 23,9% no norte da África (contra 23,7% em 2012). Na Ásia, a situação é muito mais favorável atualmente, mas vai piorar: em 2018 a taxa de desemprego dos jovens será de 10,5% na Ásia Oriental (contra 9,5% em 2012), de 14,3% no sudeste asiático e Pacífico (contra 13,1% em 2012) e de 9,8% na Ásia meridional (contra 9,3% em 2012). Na América Latina e no Caribe a situação também piorará, passando de 12,9% em 2012 a 13,6% em 2018. Apenas nos países da África subsaariana permanecerá estável em 11,7%.

Este festival de números e percentuais serve apenas para revelar a face dura de um futuro sombrio. A população mundial vem aumentando enquanto diminuem os postos de trabalhos. O desenvolvimento quase diário da tecnologia vai descobrindo novas maneiras de realizar tarefas de maneira mais rápida e econômica com menos gente, provocando assim ainda mais desemprego, sobretudo entre aqueles que não possuem um elevado grau de instrução.

Interessante notar que a tecnologia e o aprimoramento da medicina também contribuem para o aumento da expectativa de vida da população mundial. Em contrapartida, os mais idosos vão perdendo espaço para os mais jovens em função de sua melhor conexão com os avanços tecnológicos, exigência inerente à qualquer profissão mais intelectualizada.

Dessa forma, cria-se um exército de frustrados, dividido em duas fileiras. De um lado, os muito jovens, impedidos de entrar no mercado de trabalho por serem inexperientes; de outro lado, os mais idosos, expelidos do mercado de trabalho por estarem defasados em relação à tecnologia atual e às novas ferramentas incorporadas em seu cotidiano, tais como Skype, Facebook, Twitter e outras do gênereo, além dos incontáveis aplicativos incorporados aos smartphones.

Temos de admitir. Nunca o avanço da humanidade ocorreu de maneira tão rápida como na época em que vivemos. Veja só. Há três décadas, apenas cientistas de primeira linha sabiam o que era Internet. Hoje, 90% da população mundial simplesmente não saberia como se comportar se não pudesse recorrer a esta ferramenta.

Antes, os que sabiam histórias, receitas e segredos eram considerados mestres e magos. Agora, basta um simples clique no Google ou no Bing para todas as informações ficarem à disposição do consultante. Isto até vem levando os jovens a uma acomodação porque não é mais preciso correr às bibliotecas, tirar fotocópias ou reunir-se com colegas para debater possibilidades. Tudo está ao alcance de maneira simples e rápida.

Talvez seja o momento de descobrir a tecnologia que faça os jovens ficarem mais experientes, os mais velhos manterem-se atualizados e, sobretudo, ter empregos disponíveis para quem quiser trabalhar.




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