O governo do
presidente Raúl Castro rejeitou a inclusão de Cuba, por mais um ano, na lista
de países denominados patrocinadores do terrorismo, que é elaborada pelos
Estados Unidos. Para as autoridades cubanas, a denominação é injusta e
arbitrária e pretende justificar a manutenção do embargo econômico, imposto
pelos norte-americanos há mais de meio século. Em nota, o Ministério das
Relações Exteriores de Cuba condenou a inclusão e pediu providências para a
retirada do país da lista.
“Essa
vergonhosa decisão foi tomada faltando, de forma deliberada, com a verdade,
ignorando o amplo consenso e a exigência explícita de inúmeros setores da
sociedade norte-americana e da comunidade internacional para que se ponha fim a
essa injustiça”, disse, em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba.
O comunicado
acrescentou que Cuba rejeita energeticamente o uso, com fins políticos, de um
assunto tão sensível como o terrorismo internacional. “[Cuba exige que] se
ponha fim a esta designação vergonhosa que ofende o povo cubano, tendo como
único objetivo tentar justificar o bloqueio anacrônico e cruel contra o país e
que desacredita o próprio governo dos Estados Unidos”.
O texto
completo do comunicado, com dez parágrafos, pode ser lido no site do
Ministério das Relações Exteriores de Cuba.
Em seu
relatório anual, apresentado ontem (30), o Departamento de Estado
norte-americano mantém Cuba na lista de países apontados como patrocinadores do
terrorismo, assim como o Irã, o Sudão e a Síria. Segundo os norte-americanos,
Cuba, que integra a lista desde 1982, “continua a proporcionar refúgio a duas
dezenas de membros do ETA [grupo apontado como terrorista por vários países e
que defende a separação da região basca do restante da Espanha]”.
Para os
Estados Unidos, Cuba também serve de abrigo para os guerrilheiros das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Porém, o governo cubano assegura
que “[o país] nunca foi nem será usado para abrigar terroristas,
independentemente da origem, nem para organizar, financiar ou perpetrar atos de
terrorismo contra qualquer país do mundo, incluindo os Estados Unidos”.
As autoridades
cubanas rebatem as suspeitas envolvendo as Farc e a acusação de que o país
serve de abrigo para fugitivos dos Estados Unidos. “Cuba tem sofrido durante
décadas as consequências de atos terroristas organizados, financiados e
executados a partir de território dos Estados Unidos, com saldo de 3.478 mortos
e 2.099 incapacitados”, diz o texto.
De acordo com
a nota do Ministério das Relações Exteriores, desde 2002, as autoridades do país
propõem aos Estados Unidos a adoção de um acordo bilateral para combater o
terrorismo, uma oferta que renovou no ano passado mas sobre a qual não recebeu
resposta.
Agencia Brasil
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ResponderExcluirCuba cachaça até entendo.. Talvez até hoje nem patrocine o comunismo, mas ficam torcendo para que alguém o faça... Ainda veem o norte como algo mais do que um ponto cardeal..Para eles, O norte fica à direita... rsrsrsr
Rui Alberto Monteiro Rodrigues
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ResponderExcluirUma das razões alegadas é o abrigo que Cuba dá aos militantes do ETA basco. Esta posição é uma herança da era Bush, totalmente anacrônica. Mesmo porque a comunidade cubana em Miami já demonstrou que não está mais alinhada com os republicanos.
Marco Lisboa
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ResponderExcluirUm dos cinco cubanos, o que está em liberdade, afirmou que Cuba e Estados Unidos deveriam sentar com uma pauta de negociações extensa, que incluísse inclusive Allan Gross, um americano detido em Cuba. Há dois problemas que retardam a normalização das relações entre os dois países: um é a inabilidade cubana que colocou a libertação dos 5 (agora 4) como o ponto central, de forma que se os americanos cederem neste ponto irá parecer que foram derrotados, o outro são setores do governo e das elites americanas que ainda funcionam na base da retórica de guerra fria. Do ponto de vista americano, Cuba hoje é uma pauta muito secundária. Sua atenção está no Oriente Médio e no Pacífico. A própria América Latina é pouco mencionada. Se Obama conseguisse finalmente fechar Guantánamo, este poderia ser o ponto de partida para um restabelecimento de relações. O discurso aloprado de Maduro, afirmando que os americanos conspiram para assassiná-lo também não ajuda muito a diminuir as tensões. Eu penso que este ano é possível uma normalização. Afinal Vietnã e Estados Unidos mantém relações normais.
Marco Lisboa