Pesquisa
coordenada pela Comissão da Verdade indica que a tortura era uma prática
recorrente do regime militar já em 1964
Parte da
pesquisa - ainda parcial - sobre torturas na Comissão Nacional da Verdade (CNV)
aponta a prática como instrumento de interrogatórios desde o primeiro ano do
regime militar. A pesquisadora Heloísa Starling, que assessora o grupo, refuta
a tese de que as torturas se iniciaram após o Ato Institucional 5, que
endureceu o regime e a repressão, em 1968. "A tortura está na origem da
ditadura, antes da luta armada", afirmou a pesquisadora.
Segundo o
levantamento da pesquisadora, ainda em fase de elaboração, a maior parte das
torturas ocorria em quartéis das três Forças Armadas. Apesar de registros, os
centros policiais eram palcos menos recorrentes.
O Estado com
maior concentração de centros de torturas na década de 1960 era o Rio de
Janeiro. A pesquisa identificou outros centros na Bahia, em Goiás, em Minas
Gerais, em Pernambuco, no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Em relação a
dados quantitativos, o ano do golpe militar de 1964 começa com um volume maior
de torturados (148), seguido de uma redução - que revela uma continuidade na
prática - e registra uma alta exponencial em 1969 (1.027).
A Comissão
Nacional da Verdade identificou nove tipos de tortura recorrentes nos quartéis
durante o período da ditadura militar (1964-1985), dentre elas o pau de arara
(barra de ferro atravessada entre os punhos amarrados e a dobra dos joelhos,
pelos quais o torturado é suspenso de cabeça para baixo), choques elétricos e o
telefone (golpes simultâneos na região das orelhas, de modo a afetar os
tímpanos do torturado).
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Dag Vulpi