Sete ex-ministros da Justiça dos governos
Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva decidiram apoiar campanha
a favor da descriminalização do porte de droga para consumo próprio. Os
argumentos são apresentados em ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Gilmar Mendes, que receberá os ex-ministros em audiência hoje (16).
Assinam o documento Nelson Jobim, José Carlos
Dias, José Gregori, Aloysio Nunes, Miguel Reale Junior, Márcio Thomaz Bastos e
Tarso Genro. Eles apoiam movimento já iniciado por entidades da sociedade
organizada como Viva Rio, Avaaz, Fundação Oswaldo Cruz e Associação Nacional
dos Defensores Públicos.
O ministro Gilmar Mendes foi procurado porque
é o relator de um recurso que ganhou, em 2011, status de repercussão
geral - ou seja, a decisão nesse caso será aplicada a todos os demais processos
sobre o mesmo tema no próprio tribunal e em instâncias inferiores.
Os ex-ministros argumentam que “cada cidadão
tem liberdade para construir seu próprio modo de vida desde que respeite o
mesmo espaço dos demais” e que “não é legítima a criminalização de
comportamentos praticados dentro da esfera íntima do indivíduo que não
prejudiquem terceiros”.
Eles alegam que a política de combate às
drogas baseada na criminalização do consumidor é um “fracasso”. “Tratar o
usuário como cidadão, oferecendo-lhe estrutura de tratamento, por meio de
políticas de redução de danos, é mais adequado do que estigmatizá-lo como
criminoso”, registram.
O grupo relata experiências de sucesso em
países como Portugal, Espanha, Colômbia, Argentina, Itália e Alemanha, que
adotaram a descriminalização do porte de droga para consumo próprio como forma
eficiente de combate ao crime organizado e ao narcotráfico.
Agência Brasil
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