Brasília
– O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (27), por 6 votos a 4, derrubar
a liminar que obrigava o Congresso Nacional a analisar 3 mil vetos
presidenciais em ordem cronológica. O Legislativo poderá apreciar os vetos
segundo conveniência política, inclusive os relativos à nova Lei dos Royalties
do Petróleo.
Os
ministros analisaram apenas a liminar concedida por Luiz Fux no fim do ano
passado e não concluíram a discussão sobre a legalidade do acúmulo de vetos.
Segundo a Constituição, os vetos presidenciais devem ser apreciados em 30 dias,
sob risco de trancamento de pauta, o que nunca foi seguido. O plenário optou
por manter o processo em andamento e decidir sobre essa questão mais tarde.
A
maioria reconheceu a gravidade do descumprimento das regras da Constituição e
defendeu a correção do erro no futuro. Os ministros entenderam, no entanto, que
uma intervenção do Supremo causaria mal maior, ao criar insegurança jurídica e
atrapalhar o trabalho futuro do Legislativo. Vários ministros também citaram o
princípio de separação entre os poderes e criticaram o uso de mandado de
segurança para tratar de uma questão constitucional mais ampla.
Após
o voto de Fux, Teori Zavascki abriu a divergência alegando que uma
interpretação rígida da Constituição levaria o Congresso a um “futuro caótico”
e “estenderia o manto de insegurança jurídica de todas as deliberações nos
últimos 13 anos”. A emenda à Constituição com regras sobre os vetos foi
aprovada em 2001.
Para
Rosa Weber, a liminar estava “quase impedindo o Congresso de legislar”. Dias
Toffoli entendeu que a Constituição não impõe uma ordem cronológica de votação
e que o Congresso tem liberdade para priorizar determinadas questões políticas,
assim como faz o Supremo. Gilmar Mendes defendeu que esse tipo de assunto seja
levado a plenário o quanto antes, enquanto Ricardo Lewandowski elogiou a
“coragem” de Fux ao decidir a questão sozinho, em dezembro do ano passado.
Seguiram
Fux os ministros Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e o presidente do STF,
Joaquim Barbosa. Eles criticaram a “hipertrofia do Executivo” e alegaram que
nada justifica o descumprimento da Constituição. Segundo Marco Aurélio, o
sistema atual permite um “massacre da minoria pela maioria” no Congresso
Nacional, sem respeito pelo processo legal.
Durante
o julgamento, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, pediu a palavra
cobrando uma resposta mais clara do Supremo sobre a solução que será dada aos 3
mil vetos pendentes. Os ministros disseram que isso deve ser analisado mais
tarde, no julgamento do mérito. Também não se pronunciaram claramente sobre a
legalidade de tudo que já foi e deve ser votado, como o Orçamento de 2013.
Agência
Brasil
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