O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal
Federal (STF), disse hoje que a apreciação da questão dos vetos presidenciais
pelo plenário da Corte só depende de espaço na pauta, e não descartou
votação já na semana que vem. Perguntado se deve liberar o assunto para
pauta ainda nesta semana, o ministro disse que primeiro precisa checar se há
espaço.
No ano passado, o ministro Luiz Fux suspendeu o
processo legislativo de apreciação dos vetos à nova lei que trata dos royalties do
petróleo e considerou que eles só poderiam ser votados pelo Congresso na ordem
cronológica de uma fila que tem mais de 3 mil vetos pendentes.
“Se tiver espaço, [o presidente Joaquim Barbosa] vai
colocar na pauta quinta ou sexta, e vai publicar. Não vai ter segredo nenhum”,
informou, ao deixar sessão do STF nesta tarde. Caso Fux libere o processo ainda
nesta semana, ele pode ser pautado para a semana que vem. A pauta do STF tem
que ser publicada 48 horas antes das sessões, mas o prazo pode ser encurtado em
casos de urgência. O STF faz sessões plenárias nas quartas e quintas-feiras.
Fux evitou responder se considera a questão dos vetos
urgente, alegando que já fez sua parte ao decidir a liminar no final do ano
passado. “Eu decidi logo a liminar, que foi em caráter de urgência, porque o
veto ia ser votado [pelo Congresso] de maneira ilegal. Agora vamos ver se o
colegiado entende que é urgente a ponto de disponibilizar a pauta”.
Fux disse que a reunião de ontem com os presidentes
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), correu dentro do previsto. O encontro não pode ser acompanhado por
jornalistas, e os políticos entraram e saíram do Supremo sem dar declarações.
“Foi só isso, vieram trazer preocupações, que o
Orçamento não está sendo votado, nem outras matérias. Eu disse que verificaria
disponibilidade da pauta para procurar atender com sensibilidade a essa
preocupação do Congresso”, explicou.
O ministro também garantiu que não se considera
pressionado pelo fato de o Legislativo ter condicionado a votação do
Orçamento à apreciação dos vetos pelo STF. “Eu entendo que [os presidentes]
estão transmitindo preocupação que é deles. Deve ter movimento lá pressionando
as duas Casas para resolver a questão primeiro. Só vamos entender por que estão
pressionando quando decidirmos [os vetos no STF]”.
Estava programada para esta tarde reunião dos
ministros Marco Aurélio Mello e Celso de Mello com parlamentares da oposição
governista. Eles iriam rebater os argumentos da União, negando possibilidade de
colapso financeiro e institucional se o Congresso apreciar os 3 mil vetos em
ordem cronológica. Os políticos acabaram indo embora sem falar com os
ministros, porque a sessão desta tarde se estendeu além do esperado.
Agência Brasil
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