quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A paulatina e constante derrocada da democracia representativa


Pintura de Umberto Boccioni

A democracia representativa acabou. O que restou foi este esqueleto que representa apenas os grandes interesses. Senadores cuidam das questões de peso que são a dos grandes grupos econômicos. Os deputados federais cuidam de assegurar a tradução dos desejos empresariais em legislação adequada. Os deputados estaduais cuidam das relações públicas para azeitar a máquina administrativa. E os vereadores se asseguram de que as bilhas desse enorme rolamento fiquem nos seus devidos lugares, porque se nas administrações locais as coisas desandarem... adeus ao castelo de areia. Nisso, onde está a função do estado de administrar toda a sociedade? Está no imaginário. O estado então serve apenas para garantir que as relações internacionais permaneçam intactas para que o sistema não venha abaixo, porque este é o esquema geral disso que chamam democracia. 

Tomo como exemplo, a noticia de primeira pagina no The New York Times (05/02) sobre o que está se passando no Egito. 
"Sempre que as pessoas perdem a esperança, os confrontos pioram", disse Mokbel, 30, em uma pausa dos combates na noite de sexta-feira fora do palácio presidencial. "Mas as pessoas no poder ainda estão agindo como se não houvesse crise, e  disparam mais gás", completou ele.

O que está sendo exigido no geral e no particular nas sociedades modernas, desde países desenvolvidos a países em desenvolvimento e países pobres é uma Reforma Política profunda e abrangente. O propósito é refazer a maneira como as sociedades formam ou configuram forças políticas a fim de dar vazão às suas vontades e exigências. Isto se faz urgente pelas profundas transformações tecnológicas e sociais já ocorridas, mas que o sistema, por ser ossificado, insensível e impertinente, se deu conta, mas se nega a fazer as mudanças necessárias. Para manter o sistema vemos as repressões em alguns países, o liberalismo desenfreado em outros para desafogar sociedades em extremo estresse psicológico e esse "terrorismo" de araque, porque fabricado, para manter o sistema no mesmo molde.


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Dag Vulpi

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