Segundo assessoria de imprensa do tribunal,
novas análises serão feitas; gastos chegaram a R$ 9,5 mi nas eleições.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
informou nessa segunda-feira, 14, por meio de sua assessoria de imprensa, que
já obrigou funcionários a devolver parte do dinheiro recebido de hora extra
durante o período eleitoral do ano passado. O tribunal não detalhou, porém,
quantos funcionários precisaram devolver o dinheiro.
O Estado revelou que em três
meses o TSE gastou R$ 9,5 milhões em extras na eleição. Desse total, somente em
novembro foram pagos R$ 3,8 milhões a 567 funcionários do órgão. Os rendimentos
desses servidores no período variavam de R$ 26.778,81 a R$ 64.036,74.
Há relatos segundo os quais funcionários do
TSE iam de bermuda e camiseta nos fins de semana apenas para registrar o ponto
da hora extra.
Dois funcionários graduados, revelou o a
reportagem publicada ontem, deixaram o tribunal por causa da polêmica das horas
extras. Nessa segunda, seus nomes foram revelados.
Uma das principais beneficiárias do
pagamento de horas extras durante o período eleitoral passado, a secretária de
Controle Interno, Mary Ellen Gleason Gomide Madruga, foi exonerada em dezembro.
Entre agosto e novembro do ano passado, ela recebeu mais de R$ 100 mil por
conta das horas extras.
Outro funcionário graduado, o diretor-geral
do TSE, Alcides Diniz, também deixou o cargo, mas só que a pedido, também no
fim do ano passado.
Conforme relatos de integrantes do
tribunal, Diniz reclamava da dificuldade de despachar com a presidente do
tribunal, Cármen Lúcia, inclusive para tratar de assuntos como o pagamento das
horas extras.
Quando as contas sobre o pagamento de
funcionários chegaram ao gabinete da presidente, ela teria reclamado dos
valores repassados a Diniz. Na mesma época, o então diretor-geral teria
reclamado das dificuldades administrativas que vinha enfrentando. De acordo com
a assessoria de imprensa do TSE, Diniz alegou "motivos pessoais" para
deixar o cargo em dezembro.
Análise. Nessa segunda, após a
publicação da reportagem, o TSE informou que vai voltar a analisar as despesas
com pagamento de pessoal durante as eleições. Se houver indícios de
irregularidades, outros servidores podem ser cobrados a devolver as horas
extras indevidas. Não está descartada a abertura de uma sindicância para
investigar os abusos.
De acordo com informações do tribunal, a
despeito dos eventuais abusos no recebimento de horas extras, houve situações
excepcionais durante as eleições do ano passado. Além do aumento natural da
demanda por se tratar de uma eleição, o TSE lembrou ter havido uma greve dos
servidores do Judiciário que atingiu também o tribunal e obrigou funcionários
que não aderiram ao movimento a ampliar sua carga de trabalho.
O TSE citou ainda a greve dos Correios como
fator preponderante para aumentar o trabalho de seus servidores. Com o atraso
na remessa de recursos dos tribunais regionais eleitorais para o TSE, a carga
de serviço se intensificou nos meses de eleição, acarretando maiores despesas
com horas extras, segundo a assessoria de imprensa do tribunal.
Pelos dados repassados ontem pelo TSE, a
despeito do pagamento de horas extras, as eleições do ano passado foram as mais
baratas desde 1996. Em 2012, o custo da eleição ficou em R$ 2,81 por eleitor.
Em 2008, o valor chegou a R$ 3,75. ( O Estado de S.Paulo)
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