A vice-presidente da Câmara dos
Deputados, Rose de Freitas (PMDB-ES), avalia que a sucessão das mesas do
Congresso Nacional terá influência direta na eleição presidencial de 2014,
motivo por que acha que somente a sua vitória poderá assegurar o PMDB como
parceiro preferencial da reeleição da presidente Dilma Rousseff.
A razão: as denúncias que atingem os dois candidatos "oficiais" da
legenda ao Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), podem ser benéficas aos interesses do Palácio do Planalto, à
medida que ambos começariam suas gestões no Legislativo enfraquecidos e assim
poderiam atravessar todo o ano.
Mergulhados em denúncias, o que afastaria o interesse da presidente em subir no palanque com eles em 2014. Ciente disso, Dilma daria continuidade ao movimento em curso de reaproximação com o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
"Se eu for presidente, posso resgatar algo do PMDB. Hoje, O PMDB mais fraco interessa a muita gente e claramente envolve 2014. Quem acha que esse jogo é só a disputa pela presidência em si, está errado", disse ontem ao Valor, em seu apartamento funcional na Asa Norte, onde estruturou uma espécie de comitê de campanha e passa o dia pedindo votos em telefonemas a deputados.
Mergulhados em denúncias, o que afastaria o interesse da presidente em subir no palanque com eles em 2014. Ciente disso, Dilma daria continuidade ao movimento em curso de reaproximação com o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
"Se eu for presidente, posso resgatar algo do PMDB. Hoje, O PMDB mais fraco interessa a muita gente e claramente envolve 2014. Quem acha que esse jogo é só a disputa pela presidência em si, está errado", disse ontem ao Valor, em seu apartamento funcional na Asa Norte, onde estruturou uma espécie de comitê de campanha e passa o dia pedindo votos em telefonemas a deputados.
Ela assegura que estará no segundo turno da disputa, marcada para o dia 4 de fevereiro. "Haverá segundo turno. Podem pressionar, mas quando está diante da...
Ontem, logo cedo dois deputados a auxiliavam: Izalci Lucas (PSDB-DF) e Roberto de Lucena (PV-SP).
"Já falamos com 300 deputados. A hora que completar 500, o segundo turno é garantido. Se bobear, a gente ganha no primeiro turno", disse o tucano Izalci, cujo partido declarou apoio a Alves. "Diante essas denúncias todas, não dá pra votar no Henrique. O PSDB dificilmente caminha nessa linha. Ele quer seguir a regra da proporcionalidade e votar na Rose cumpre isso", conclui.
Nas contas da equipe, Henrique deve ter mais votos no primeiro turno. Cerca de 220. Seguido por Rose, com aproximadamente 180. E Júlio Delgado (PSB-MG), que poderia chegar a 120. Mas como "quem vota no Júlio não vota no Henrique", um mantra no "QG", Rose venceria no dia 4.
Aliados de Alves, ao contrário, garantem que ele vence no primeiro turno. Apontam como principal fator a falta de gente de peso na campanha de Rose. Além disso, sua campanha começou tarde.
Ela confirmou que colocaria seu nome na disputa em 21 de dezembro, quando finalizava a condução de uma sessão. O plenário estava praticamente vazio. Àquela altura, Alves já tinha fechado o apoio da maioria dos partidos.
Faltou, contudo, convencê-la de que "mudaria a Casa". Para ela, seus aliados estão em todos os partidos, oposição inclusive. Algo reforçado com a chegada ao apartamento outro tucano, o deputado Walter Feldman (PSDB-SP). Ambos se conhecem de longa data.
Atuaram na Constituinte e em seguida fundaram o PSDB, onde Rose ficou por 15 anos. Antes disso, foi deputada estadual e nos anos 70 atuou de forma periférica no braço armado do então MDB, o MR-8, e em movimentos sociais ligados a habitação no Espírito Santo.
Mas foi no PSDB que sua carreira ganhou certo fôlego. Tentou o governo do Estado em 1994, mas amargou um quarto lugar. Perdeu para o petista Vitor Buaiz. Foi contemplada, então, com um convite do recém-eleito presidente Fernando Henrique Cardoso para ser sua assessora especial.
Em 1998, foi eleita suplente e acabou assumindo depois. Em 2002, porém, deixou o PSDB após, segundo ela, o então presidenciável José Serra articular para que ela, apoiadora da indicação de Tasso Jereissati à sucessão de FHC, perdesse força no diretório capixaba. Na mudança, levou consigo 22 dos 78 prefeitos ligados a ela no Estado.
Número que foi ampliado aos poucos, graças à adesão primeiramente parcial, e depois total, ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após as últimas eleições municipais, Rose contabilizou 46 prefeitos ligados a ela. Em seu site, ela ostenta a alcunha de "madrinha dos prefeitos".
"Todos os meus mandatos foram voltados para a política municipalista", explica. Segundo ela, funciona assim: as sobras dos orçamentos municipais são utilizadas como contrapartida para recursos que ela viabiliza em Brasília nos ministérios e nas emendas parlamentares que apresenta.
"Quem organiza é o prefeito. Ele só me dá a ata comprovando que houve uma escolha democrática com participação da população. Eu quase nunca inauguro nada, mas há uma lealdade grande por parte deles."
As mesmas emendas que garantem seu sucesso eleitoral são as que utiliza para atacar Alves, acusado de beneficiar a empresa de um agora ex-funcionário com recursos dessas emendas.
"Ele disse que é um ser humano e que errou. Ora, errar todo mundo erra, mas com dinheiro público? Isso tem outro nome. Não faço campanha sobre isso, mas acho que nesse momento a campanha de Henrique tem problemas."
No entanto, é evidente que a questão ética entrou na campanha não só de Rose, mas também de Delgado. Eles se reuniram ontem por três horas no "comitê" de Rose.
Após o encontro, o mineiro disparou: "Não teremos que ficar a todo momento nos defendendo como ele. Como alguém que coloca emendas para um funcionário seu pode defender o orçamento impositivo?", disse Delgado.
Para aliados de Alves, isso evidencia desespero. Ampliado ontem depois que a estratégia principal dos dois - de dividir os votos no primeiro turno para forçar o segundo - ter sofrido um pequeno abalo.
O deputado evangélico Ronaldo Fonseca (PR-DF) retirou sua candidatura, após conversar com a cúpula do seu partido e com o próprio Henrique Alves. Rose ainda se encontraria ontem com Michel Temer, reunião não confirmada pela assessoria do vice-presidente.
Seria mais uma conversa "informal", que ela garante não ser para tratar da sua saída da disputa. "Michel já me disse não ter coragem de pedir que eu não seja candidata porque sempre fui muito leal. E continuo candidata até o fim.
Foto: João Batista/ Agência Câmara | Com informações do Valor.
votei nela para senadora
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