terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Plano de redução do preço da energia não será afetado pelo uso das termoelétricas


O presidente do Grupo CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, disse hoje (8) que o custo pela utilização das usinas termoelétricas não deve comprometer a intenção do governo de reduzir em 20% o preço final da tarifa de energia elétrica. O custo de produção da energia termoelétrica é muito maior, mas ele lembrou que a utilização das usinas não é permanente; é temporária. As termoelétricas só são ligadas quando o nível de água dos reservatórios está baixo. 



“Só anularia [a redução] se houvesse a certeza que daqui para a frente não haveria mais chuva e só [usina] termoelétrica. Aí, sim. A gente tem a termoelétrica como um recurso em substituição à água. No momento em que os reservatórios voltam a ficar cheios, as termoelétricas são desligadas”, explicou. Para ele, o impacto no uso da energia alternativa é provisório.


Ferreira Júnior, disse desacreditar em risco de racionamento de energia no país por causa da redução do nível dos reservatórios .

08/01/2013

Com baixa nos reservatórios, quase 25% da energia consumida no país vêm de termelétricas

O nível abaixo do normal na maioria dos reservatórios do país faz com que quase um quarto da energia distribuída pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) e consumida em todo o país seja proveniente de usinas termelétricas. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pelo menos 60 usinas termelétricas estão despachando energia, por meio do SIN, de todas os tipos de fontes: eólica, a carvão, a óleo diesel e combustível, nuclear e a gás natural.

De acordo com o ONS, o despacho térmico atualmente chega a 12,9 mil megawatts (MW), o equivalente a 24% da demanda total do país. A Eletronuclear informou à Agência Brasil que, das duas usinas nucleares operadas pela subsidiária da Eletrobras, a única que está operando no momento é a de Angra 2, que está despachando para o SIN 1.356 MW, 6 MW acima da sua capacidade – que é gerar 1.350 MW.


Angra 1, a primeira das nucleares produzidas no país, e que tem capacidade de geração de 640 MW, deixou de fornecer energia ao Sistema Interligado Nacional nesse sábado (5), quando foi desligada para a troca da tampa do reator – componente importante do circuito primário de uma usina nuclear – e o reabastecimento de combustível.

A Eletronuclear explicou que a parada programada ocorreu “em comum acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e tem previsão de duração de 56 dias”. A tampa faz o fechamento do reator (que contém os elementos combustíveis), sendo uma das barreiras contra a liberação de radiação para o exterior.

O ONS admitiu que os níveis dos reservatórios estão abaixo do normal e que no subsistema Sudeste/Centro Oeste o nível dos reservatórios das hidrelétricas é hoje de 28,9 – o mais baixo para os meses de janeiro dos últimos 12 anos – menor do que o verificado no mesmo mês de 2001, quando houve o último  racionamento de energia elétrica no país.

Em todos os subsistemas, o nível dos reservatórios está abaixo ou próximo da Curva de Aversão ao Risco (CAR). No Nordeste, o nível dos reservatórios está em 30,96%; na Região Norte, em 40,48%; e no Sul, em 40,39%.

O ONS informou também que o assunto será discutido amanhã (9) na reunião do Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) No encontro também será analisada a situação energética do país. Presidida pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a reunião contará com representantes do próprio ONS, da Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da Câmara de Compensação de Energia Elétrica (CCEE), da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel).     

Procurada pelo Agência Brasil, a Petrobras informou, em nota, que, do total do despacho termelétrico do Sistema Interligado Nacional, previsto para esta semana, cerca de 8,1 gigawatts (GW) serão produzidos em usinas a gás natural, dos quais 5,3 GW em usinas sob controle da estatal.
A nota diz ainda que, além da geração nas usinas a gás natural, a Petrobras deverá fornecer 0,5 GW provenientes de usinas a óleo. 


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