A taxa média de juros das operações de crédito manteve a trajetória de declínio em dezembro, encerrando 2012 em 28,1% ao ano, voltando a atingir o menor patamar da série histórica iniciada em 2000 pelo Banco Central. Foi o décimo mês seguido de queda.
Em dezembro, a taxa média geral teve queda de 0,8 ponto percentual ante novembro e de 9 pontos percentuais no ano.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira. Segundo o BC, o declínio ocorre "em linha com a manutenção da política monetária e favorecido pela acomodação dos índices de inadimplência".
A taxa média das operações de crédito para pessoa física teve redução de 0,2 ponto percentual no mês e de 9,2 pontos percentuais em 12 meses, passando de 34,8% para 34,6% ao ano. Para pessoa jurídica, a queda no mês foi de 1,1 ponto percentual, saindo de 21,7% para 20,6% ao ano. No ano, a redução foi de 7,6 pontos percentuais.
O "spread bancário" (diferença entre o custo de captação do banco e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final) foi a 21,1 pontos percentuais, menor nível da série histórica iniciada em 2000. Em novembro, tinha ficado em 21,6 pontos percentuais.
INADIMPLÊNCIA
Já a inadimplência média --relativa das operações com atraso superior a 90 dias-- ficou em 5,8% no final de 2012, leve queda ante os 5,9% de novembro. No ano, no entanto, houve alta de 0,3 ponto percentual.
As taxas de inadimplência de pessoas físicas e jurídicas registraram no mês alta de 0,1 ponto percentual e diminuição de 0,1 ponto percentual, respectivamente, ficando em 7,9% e 4%. Em 2012, apresentaram elevações respectivas de 0,5 ponto percentual e 0,1 ponto percentual.
CRÉDITO
A expansão no estoque de crédito do país desacelerou no ano passado apesar da redução nas taxas de juros cobradas pelos bancos.
O crescimento de 16,2% em 2012 contrasta com os avanços de 19% e 20% nos dois anos anteriores.
"O menor ritmo de expansão do crédito em 2012, a despeito da trajetória declinante das taxas de juros e 'spreads bancários' e da estabilização dos índices de inadimplência, mostrou-se consistente com o arrefecimento do nível de atividade econômica e seus impactos sobre as expectativas de empresários e consumidores", diz o BC em nota.
Folha de S.Paulo
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