Ferramenta interna da rede social usará 1
trilhão de conexões entre usuários para dar resultados de pesquisas
Mark
Zuckerberg acaba de declarar guerra à Google, ao anunciar nesta terça-feira uma
ferramenta de busca interna que vai se valer das interações do 1 bilhão de
usuários do Facebook para fornecer aos internautas resultados sobre lugares,
fotos, pessoas e interesses. Trata-se da Graph Search, ou Busca Social, em
português, o primeiro grande lançamento da maior rede social do mundo desde o
fiasco de sua oferta inicial de ações (IPO), em maior do ano passado.
Diferentemente de uma busca comum na Web,
ele não fornecerá links diretos para as pesquisas feitas dentro da rede social,
mas usará as preferências e posts dos contatos do usuário para chegar às
respostas. Por exemplo, numa busca sobre um restaurante chinês, os resultados
serão a partir de locais onde os contatos do usuário fizeram check-in. A busca
por uma música ou game seguirá lógica semelhante.
A rede social também demonstrou como a
função poder ser usada para buscar usuários que se encaixam no perfil procurado
por uma empresa que recruta funcionários ou mesmo para buscar novos amigos.
Outra diferença importante: se na Web o
internauta pesquisa por palavras-chave, no Facebook será preciso formular uma
frase, como “Quais dos meus amigos moram em São Francisco”. A utilização dessa
linguagem natural, aliás, transformou a preparação da ferramenta em um “grande
desafio de engenharia” que demorou quase um ano para ser resolvido. A Apple já
fornece algo parecido com o Siri, assistente virtual orientada por voz presente
em iPhones.
Bing complementará resultados
— Não estamos indexando a internet neste
caso, estamos indexando nosso próprio mapa de conexões — disse Zuckerberg no
anúncio. — A Graph Search, ou Busca Social, então, estará em constante mudança,
com 1 bilhão de usuários, 240 bilhões de fotos, e 1 trilhão de conexões dentro
do Facebook, que crescem aos bilhões todos dias.
Os resultados que o Fecebook não for capaz
de fornecer por meio dos dados sociais — por exemplo, “Vai chover hoje no Rio?”
— serão dados pelo Bing, ferramenta de buscas da Microsoft — empresa que possui
fatia pequena do Facebook e que já tem suas buscas atreladas à rede social há
algum tempo.
— Achamos que essa é uma grande parceria e
estamos trabalhando com eles por meses — disse Zuckerberg, que ainda disse que
“adoraria trabalhar com a Google”.
O Bing luta há alguns anos para conquistar
participação de mercado, mas ainda não conseguiu ameaçar a supremacia da Google
nas buscas. Em dezembro, o Bing detinha 16,2% do mercado americano, segundo a
consultoria ComScore, enquanto a líder Google possuía 67%.
Ações de sites com funções parecidas também
caem
O lançamento não agradou ao mercado
financeiro, pois as ações da companhia caia 2,6% por volta das 18h (horário de
Brasília). Os investidores do Linkedin também não gostaram do fato de a
ferramenta permitir a busca de profissionais, e as ações da rede social
corporativa também caíram. O mesmo aconteceu com o Yelp, de resenhas de
restaurantes, cujos papeis caíram 7,3%.
Zuckerberg disse que a ferramenta pode se
tornar um "negócio" no futuro, mas ele não informou como ela poderá
gerar receita.
Para Karsten Weide, analista da consultoria
IDC, o Facebook pode conquistar até 5% da publicidade atrelada às buscas de
internet em um ano se for capaz de lançar uma abordagem comercial mais robusta
nesse mercado. Em 2012, o segmento movimentou US$ 15 bilhões.
O Facebook já possui uma ferramenta de
buscas, mas os especialistas sempre a criticaram, observando que ela ainda não
seria capaz de ocupar o espaço da Google no momento em que o conteúdo da
internet migra cada vez mais da Web para os jardins murados que são os
aplicativos sociais.
“A busca social e a busca na Web são muito
diferentes”, disse o Facebook em comunicado sobre a novidade. “A busca da web é
formulada para usar um grupo de palavras-chave (por exemplo: ‘hip hop’) e
fornece os melhores resultados possíveis que correspondam às palavras-chave.
Com a busca social você combina frases simples (por exemplo: ‘meus amigos em
Nova York curtem o Jay-Z’) para ver o grupo de pessoas, locais, fotos ou outro
conteúdo que tenha sido compartilhado no Facebook. Acreditamos que esses dois
tipos de busca tenham usos muito diferentes”.
Cada pesquisa feita na nova ferramenta terá
sua própria configuração de privacidade e a maioria do conteúdo não é público.
“Desenvolvemos a busca social desde o início com a privacidade em mente, e a
busca social respeita a privacidade e o público de cada conteúdo no Facebook”,
dizem os desenvolvedores.
“A busca social aparecerá como uma barra de
pesquisa maior no topo de cada página”, dizem os desenvolvedores. “Quando você
pesquisar por algo, a busca determinará não apenas o grupo de resultados
recebidos, mas também servirá como um título para a página. Você pode editar o
título, e isso criará sua própria visualização personalizada do conteúdo que você
e seus amigos compartilharam no Facebook”.
Função ainda está restrita a poucos
usuários
No momento, a Busca Social está disponível
somente em inglês e em versão beta. Apenas um número limitado de usuários —
“centenas de milhares”, segundo Zuckerberg — terá acesso hoje à ferramenta,
podendo pesquisar apenas um conjunto restrito de conteúdo no Facebook.
Publicações e ações do Open Graph (por exemplo, reproduções de músicas) não
estão disponíveis, e a equipe de desenvolvimento vai trabalhar para expandir os
parâmetros nos próximos meses.
Ainda segundo o fundador da companhia, a
chegada da Busca Social aos outros membros será gradativa e “lenta” — ou seja,
não espere que a funcionalidade chegue ao Brasil tão cedo. Também não há
previsão para o lançamento da ferramenta em celulares e tablets.
— Levar a Busca Social ao mundo móvel é
algo que queremos fazer em seguida — comentou Zuckerberg, sem especificar
quando isso poderá ocorrer.
O fundador disse também que, futuramente,
as imagens do Instagram serão acrescentadas à plataforma.
O Globo
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