A CPMI do Carlinhos Cachoeira terminou em
enorme pizza estragada. E algumas biografias profundamente arranhadas, talvez
irremediavelmente.
O jovem deputado Odair Cunha e o ex-líder do
PT na Câmara, o trapalhão Cândido Vaccarezza, foram os que mais saíram
prejudicados, à além do próprio PT que perdeu apoio até de parte do PMDB para
aprovar o relatório final.
Tudo indica, aliás, que setores do PMDB já
dão indícios que pretendem ser os primeiros a abandonar o navio que faz água
neste fim de ano.
Nós? Ficaremos sem saber sobre eventuais
crimes cometidos por uma parte da imprensa que se imiscui com as máfias brasileiras
e, segundo indícios, vende seus editoriais para quem lhes pagar melhor. Coisa
para deixar o News Of The World com inveja e em lugar secundário em se tratando
de desvios de conduta na atividade. Como dito, são indícios, não provas, e
precisam ser investigados a fundo. Temos o direito de saber quem faz parte do
lixo distribuído que forma opinião mediante pagamento.
A direita radical parece ter saudades dos
tempos da senzala e age como um bando de hienas cercando um PT combalido por
escândalos e mais escândalos de corrupção. Esta mesma direita agora quer o
papel de vestal quando seu passado – e presente – não permite tal atitude.
A Justiça? Enquanto não mostrar que o mesmo
rigor aplicado ao PT será distribuído a todos, deve explicações sobre várias
hetorodoxias em andamento.
O povo quer heróis inexistentes mas o único
possível é ele próprio, e se faz concreto nas urnas.
Uma pizza geral, diz relator da CPMI do Cachoeira sobre
conclusão dos trabalhos
Uma grande pizza. Foi assim que vários
parlamentares definiram o fim da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)
que investigou as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, com políticos e empresários. “As conclusões são um nada, um vazio,
uma pizza geral, lamentável.
Apesar de todo o esforço, nós fomos
derrotados pela blindagem em favor de Marconi Perillo [governador de Goiás], e
a empresa Delta”, disse o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG).
O relatório de Cunha foi rejeitado por 18
votos a 16 e fez com que a CPMI encerasse os trabalhos sem um documento final.
Além de votos contrários do PSDB e de partidos menores, o documento foi
rejeitado por alguns parlamentes do PMDB, partido da base do governo. O
documento derrotado envolvia 41 pessoas. Todas suspeitas de ligação direta com
o esquema ilegal de Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar quadrilha de
exploração de jogos ilegais, em parceria com servidores públicos. O diretor da
empreiteira Delta, Fernando Cavendish, e o governador Marconi Perillo estavam
na lista.
“Ao que vocês assistiram aqui é pior do que
pizza. Os governadores Sérgio Cabral (RJ) e Marconi Perillo (GO), além da
empreiteira Delta se uniram para derrotar o relatório e impedir que a
investigação seguisse em frente. O dia de hoje ficará como o dia da infâmia. Um
dia em que o Congresso Nacional brasileiro protagonizou uma das maiores
vergonhas da sua história”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens
Bueno, também criticou o resultado final da CPMI. “O parlamento não cumpre com
seu papel de investigar, apurar e encaminhar a quem deve tomar providências. De
mais de cinco mil páginas, nós tivemos uma página de meia no voto separado do
deputado Luiz Pittman (PMDB-DF), o que é lamentável sob todos os aspectos. Como
estamos em véspera de Natal é uma presepada o que foi aprovado hoje pela
Comissão Parlamentar de Inquérito”, criticou Rubens Bueno.
“A única vitória daqueles que querem a
investigação de um esquema de corrupção, que perpassa o governo federal e
vários governos estaduais, foi compartilhamento [de informações] com o
Ministério Público Federal”, avaliou do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Ele
acredita que, apesar do resultado final da comissão, o compartilhamento dos
sigilos recebidos pela CPMI fará com que as investigações sigam em frente. O
ponto citado pelo deputado foi o único de consenso hoje na CPMI.
Os parlamentares aprovaram requerimento do
deputado Odair Cunha para que os sigilos levantados pela CPMI – fiscais,
bancários e telefônicos, sejam levados à Procuradoria-Geral da República e ao
Ministério Público Federal de Goiás. O compartilhamento está previsto também no
voto separado do deputado Luiz Pittman. Com uma página e meia, o documento
aprovado na comissão inclui a Polícia Federal, e é considerado o resultado
final da CPMI.
“As investigações continuarão e serão
aprofundadas. E, aí sim, em ambiente sem as influências, que nós aqui tivemos,
e isentas por completo, as investigações poderão aprofundar e trazer aos
brasileiros os verdadeiros fatos, da mesma forma que Supremo Tribunal Federal
trouxe os últimos fatos do mensalão”, afirmou Pittman.
Agência Brasil
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