Onze
pessoas foram presas. As fraudes contavam com a participação de servidores.
Para acobertar o esquema, eles recebiam gratificações que faziam salários
passar de R$ 1,9 mil para R$ 15 mil
A operação, batizada de "Derrama", prendeu onze pessoas ao longo desta quinta-feira (27). Em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, as investigações apontam que os cofres públicos sofreram um rombo de pelo menos R$ 13 milhões, entre 2007 e 2012. Na cidade, a polícia prendeu oito acusados, segundo o delegado do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e Corrupção (Nurocc), Jordano Bruno.
"As maiores lesões aos cofres públicos foram em Aracruz. Detectamos comprometimento de alguns integrantes de cargo público com a quadrilha investigada. Havia pagamento de cifras bastante elevadas à empresa em razão da atividade que ela vinha exercendo", frisou.
Além de Aracruz, o esquema teria sido praticado em Linhares, Jaguaré, Anchieta, Guarapari, Piúma, Marataízes e Itapemirim, onde a empresa CMS Assessoria e Consultoria Ltda firmou contratos. Ela se apresentava como a única na prestação do serviço de cobrança. Em seguida, ganhava poderes de Secretaria da Fazenda tendo acesso à informações sigilosas de contribuintes, o que é inconstitucional.
Os alvos eram prioritariamente empresas de grande porte, inclusive petrolíferas. Uma delas chegou a ser multada em mais de R$ 246 milhões. Essa e algumas outras autuações foram questionadas judicialmente. Quando os tributos eram pagos outra fraude era consolidada: os valores não eram depositados integralmente nos cofres dos municípios. Segundo as investigações, cerca de 40% das quantias chegavam a ser repartidas entre os sócios da CMS e servidores. As quantias recebidas pela empresa eram proporcionais ao valor das autuações, mesmo se elas não fossem convertidas em arrecadação.
Para acobertar o esquema, gratificações eram pagas aos servidores envolvidos. Com isso, os salários dos auditores municipais, que giram em torno de R$ 1,9 mil, chegavam a R$ 15 mil. Até uma servidora aposentada há seis anos recebia parte do que era desviado.
"Eles agiam como verdadeiros funcionários dessa empresa e ficavam a todo tempo tentando agilizar os pagamentos de honorários da CMS. Também passavam informações da prefeitura a pessoas ligadas à empresa, bem como senhas de acesso a dados sigilosos, como os da Secretaria da Fazenda", salientou o delegado Jordano.
Grande Vitória
O conselheiro atribuiu a demora para identificação da fraude a uma metodologia diferente de auditorias feitas na Corte. "O Tribunal mudou o foco da autuação. Antes, os planos anuais de auditoria tinham formatação padrão e essas autuações ficavam de fora. Não é mais feito assim", justificou.
Os 11 presos temporariamente prestaram depoimento nesta quinta e foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana, conforme informou a Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Uma
quadrilha que atuava em oito cidades do Espírito Santo, desarticulada em
operação feita em parceria entre Tribunal de Contas do Estado (TCES) e Polícia
Civil, recebia dinheiro público proveniente de multas milionárias aplicadas em
multinacionais instaladas nessas cidades. De acordo com a investigação, parte
dos valores cobrados a essas empresas era repartido entre empresários e
servidores públicos, que davam a 'legalidade' a essas cobranças.
A operação, batizada de "Derrama", prendeu onze pessoas ao longo desta quinta-feira (27). Em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, as investigações apontam que os cofres públicos sofreram um rombo de pelo menos R$ 13 milhões, entre 2007 e 2012. Na cidade, a polícia prendeu oito acusados, segundo o delegado do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e Corrupção (Nurocc), Jordano Bruno.
"As maiores lesões aos cofres públicos foram em Aracruz. Detectamos comprometimento de alguns integrantes de cargo público com a quadrilha investigada. Havia pagamento de cifras bastante elevadas à empresa em razão da atividade que ela vinha exercendo", frisou.
Além de Aracruz, o esquema teria sido praticado em Linhares, Jaguaré, Anchieta, Guarapari, Piúma, Marataízes e Itapemirim, onde a empresa CMS Assessoria e Consultoria Ltda firmou contratos. Ela se apresentava como a única na prestação do serviço de cobrança. Em seguida, ganhava poderes de Secretaria da Fazenda tendo acesso à informações sigilosas de contribuintes, o que é inconstitucional.
Os alvos eram prioritariamente empresas de grande porte, inclusive petrolíferas. Uma delas chegou a ser multada em mais de R$ 246 milhões. Essa e algumas outras autuações foram questionadas judicialmente. Quando os tributos eram pagos outra fraude era consolidada: os valores não eram depositados integralmente nos cofres dos municípios. Segundo as investigações, cerca de 40% das quantias chegavam a ser repartidas entre os sócios da CMS e servidores. As quantias recebidas pela empresa eram proporcionais ao valor das autuações, mesmo se elas não fossem convertidas em arrecadação.
Para acobertar o esquema, gratificações eram pagas aos servidores envolvidos. Com isso, os salários dos auditores municipais, que giram em torno de R$ 1,9 mil, chegavam a R$ 15 mil. Até uma servidora aposentada há seis anos recebia parte do que era desviado.
"Eles agiam como verdadeiros funcionários dessa empresa e ficavam a todo tempo tentando agilizar os pagamentos de honorários da CMS. Também passavam informações da prefeitura a pessoas ligadas à empresa, bem como senhas de acesso a dados sigilosos, como os da Secretaria da Fazenda", salientou o delegado Jordano.
Jordano
disse ainda que os prefeitos das cidades não foram investigados por terem
direito a foro privilegiado. Todos os dados referentes a eles foram
encaminhados ao Ministério Público, que poderá denunciá-los ou não.
Grande Vitória
As
investigações começaram em julho deste ano, após o setor de inteligência do
Tribunal de Contas apresentar à Polícia Civil informações sobre a consultoria.
Uma única empresa, que firmou contratos com oito municípios nos últimos dez
anos, foi investigada.
Mas o presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Carlos Ranna, garantiu que "várias" outras empresas que prestam serviços semelhantes, inclusive na Grande Vitória, são investigadas. "Isso foi apenas a ponta do iceberg. Podemos descobrir fraudes semelhantes em outros municípios, envolvendo outras empresas de consultoria", disse.
Mas o presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Carlos Ranna, garantiu que "várias" outras empresas que prestam serviços semelhantes, inclusive na Grande Vitória, são investigadas. "Isso foi apenas a ponta do iceberg. Podemos descobrir fraudes semelhantes em outros municípios, envolvendo outras empresas de consultoria", disse.
O conselheiro atribuiu a demora para identificação da fraude a uma metodologia diferente de auditorias feitas na Corte. "O Tribunal mudou o foco da autuação. Antes, os planos anuais de auditoria tinham formatação padrão e essas autuações ficavam de fora. Não é mais feito assim", justificou.
Os 11 presos temporariamente prestaram depoimento nesta quinta e foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana, conforme informou a Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Fonte: Rádio
CBN Vitória (93,5 FM)
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