Os governos do Brasil e
da Bolívia apresentaram ontem (17) um conjunto de ações para combater o
narcotráfico. As iniciativas dizem respeito a cooperação entre os dois
países voltadas para o desenvolvimento de operações conjuntas de inteligência,
monitoramento de fronteiras, formação policial e combate à lavagem de dinheiro.
Acompanhado do ministro de Governo
da Bolívia, Carlos Romero, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo disse
que há um interesse comum entre Brasil e Bolívia de fiscalizar as
fronteiras dos dois países e de ações de enfrentamento da narcotráfico.
“Há uma compreensão comum dos dois
países sobre a importância de aumentar a fiscalização nas fronteiras, de trocar
informações na área de inteligência e de coordenar as ações policiais na
região”, diz Cardozo.
O anúncio foi feito após Romero
conhecer a estrutura da Polícia Federal e do Centro Integrado de Defesa Aérea e
Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta). “É importante para o nosso país
[conhecer] a tecnologia e os instrumentos de perícia do Brasil. Projetamos
ações de apoio técnico e de monitoramento do espaço aéreo, sobretudo porque
temos zonas vulneráveis a voos irregulares procedentes do Peru e que se dirigem
ao Brasil, através da Bolívia”, disse Romero, referindo-se à utilização de veículos aéreos não tripulados (Vant) brasileiros no
monitoramento de regiões do espaço aéreo boliviano.
O Vant é controlado por uma equipe
em terra e é equipado com potentes câmeras que são capazes de fotografar e
filmar ações humanas, inclusive detectar pessoas no escuro. O objetivo é que os
veículos aéreos não tripulados da Polícia Federal possam sobrevoar o território
boliviano fornecendo imagens para se fazer o enfrentamento do crime organizado
na própria Bolívia.
Além do monitoramento do espaço
aéreo boliviano, os ministros anunciaram cooperação técnica na área pericial.
De acordo com Cardozo, a proposta é apoiar a atividade pericial na Bolívia,
para identificar a origem das plantas usadas para produzir cocaína e combater o
narcotráfico na sua origem.
“O Brasil tem laboratórios e uma
tecnologia na área pericial bastante desenvolvida. O governo boliviano tem
bastante interesse que os seus peritos tenham essa capacitação para que
possamos identificar a origem da droga na Bolívia,” disse Romero.
Os dois países também irão cooperar
no combate à lavagem de dinheiro e no confisco dos bens das organizações
criminosas em favor do Estado, tema atualmente em discussão na Bolívia.
“Decidimos estreitar relações na questão da legislação. Muitos pontos da
legislação brasileira podem ser adotadas por outros países. Assim como também
podemos adotar boas práticas desenvolvidas por esses países e em outros lugares
do mundo,” disse Cardozo.
As ações fazem parte de um acordo
de cooperação firmado entre Brasil, Bolívia e Peru, no final de novembro, na
capital do Peru, Lima. Na ocasião foi decida a criação de um grupo de trabalho
para debater o monitoramento das fronteiras dos três países. O Brasil tem quase
6,5 mil quilômetros (km) de fronteiras com os dois países. São 3.462 km com a
Bolívia e 2.995 km com o Peru.
“Este grupo de trabalho tem um
prazo de 60 dias para concluir os seus estudos. Vamos propor uma reunião em La
Paz para aprofundar este trabalho em relação ao controle de fronteiras,” disse
Cardozo, que anunciou um seminário sobre a temática, em janeiro.
Veículo aéreo não tripulado representa avanço para operações policiais na fronteira, diz Cardozo
A Polícia Federal fez hoje (10) a
apresentação pública do Veículo aéreo não tripulado (Vant) em São Miguel do
Iguaçu, no Paraná, na região da Tríplice Fronteira, entre o Brasil, a Argentina
e o Paraguai. De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o Vant
representa um grande avanço para as operações policiais de combate ao crime na
fronteira.
A aeronave apresentada hoje foi
testada em setembro e os voos operacionais começaram em outubro. Segundo
Cardozo, o segundo Vant foi adquirido e chegara à base paranaense nos próximos
dias. “É uma inovação fantástica, especialmente quando se trata da região de
fronteiras e das políticas de segurança pública”.
Os Vants podem voar por 37 horas
ininterruptas, cobrindo uma área superior a mil quilômetros quadrados. O custo
de hora-voo do Vant é US$ 400. Segundo o Ministério da Justiça, esse valor não
chega a 8% do custo de uma aeronave de grande porte que executa o mesmo
serviço.
O aparelho pode fotografar e filmar
pessoas ou objetos com câmeras de alta resolução, que repassam informações à
equipe de terra, com poder de captar imagens em infravermelho, permitindo
detectar pessoas no escuro ou escondidas sob árvores.
De acordo com o ministro, o Brasil
está se apropriando da tecnologia para fabricar os Vants. O objetivo, segundo
Cardozo, é ter 14 veículos até 2014.
Os investimentos do Projeto Vant,
que envolvem o uso de tecnologia de ponta, capacitação, aquisição de bases
aéreas e de comandos de controle, alcançarão R$ 600 milhões até 2014. “Temos um
custo de cerca de US$ 50 milhões para cada equipamento e sistema. Esse custo é
relativamente pequeno ao benefício que se tem”.
Segundo Cardozo, países vizinhos
querem usar o equipamento conjuntamente para desenvolver políticas integradas
de combate ao crime. ( Agência Brasil)
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